(*) Massucatti Neto
“Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”.
E com essas palavras mais um representante da justiça no Brasil faz valer seu direito a prepotência e arrogância. O jovem Marco Paulo dos Santos, 24 anos, estagiário do curso de administração na Coordenadoria de Pagamento do STJ, apenas e tão somente por aguardar atrás da linha, para utilizar o caixa em que o “excelentíssimo” magistrado encontrava-se fazendo uma transação pessoal, teve além da demissão, a exposição a uma situação humilhante, vexatória.
O “excelentíssimo magistrado” ainda avançou sobre o rapaz e puxou várias vezes o crachá que Marco carregava no pescoço. E disse: “Você já era! Você já era! Você já era!” Em uma demonstração clara de falta de controle, educação e civilidade.
Entendo que esses senhores, estudaram, e muito, para chegar a onde estão, porém não entendo onde a lei dá o direito a esse despotismo, essa imunidade, temos enes casos em que juízes e outras pessoas publicas usam de forma brutal sua imunidade.
Deveriam saber, esses doutores da lei, que são a priori funcionários públicos, servidores do estado que por sua vez esse estado (em teoria), serve ao povo (e não o contrario), mas como se vê eles se acham acima do bem e do mal.
Esses doutores da lei deveriam lembrar que representam a lei, e que são a garantia do cumprimento exato da justiça, e não donos dela. Hoje ao ver cada dia mais pessoas “cultas”, com cargos, formação acadêmica
agirem como verdadeiros coronéis, criando-se assim a elite dos “formados”, menos me arrependo de não ter concluído uma faculdade.
Quando vejo o funcionalismo publico agir com desdém, desrespeito e truculência, mais eu tenho a certeza que fiz a coisa certa em deixar o serviço publico.
Retornando ao nosso “excelentíssimo” magistrado, escolhido pelos seus pares (portanto protegido pelos mesmos), ele ainda tem no meio digital, blogs e sites que colocam em duvida se há um caso, lógico que esses defensores são doutores da lei que chegam a dizer que: “houve um deslize….” , (risos)… e devem de qualquer forma ir em defesa de seu colega de profissão. Eu apenas me pergunto: “se fosse uma jovem, como muitas que transitam naquela casa, linda, cheirosa, ou ainda um jovem BRANCO de terno e gravata, com um relógio caro em seu braço que estivesse atrás dele, e não um jovem NEGRO, nascido na Grécia, filho de mãe brasileira e pai africano (Cabo Verde), ambos separados, que em sua ânsia de conseguir algo atravessa 32 km de ônibus para estudar administração, será que ele iria tomar essa atitude?
(*) Massucatti Neto é profissional de segurança privada, entusiasta de assuntos polemicos e um inestimável amigo a mais de quarenta anos.
Ainda bem que temos a imprensa para colocar a cara desses individuos a mostra.
Absolutamente lamentável !
Rose*