Lino Tavares A história republicana brasileira, nos seus 123 anos e alguns meses de existência, possui muitos casos de desvios de conduta, representados por atos de corrupção e roubalheiras correlatas de todas as espécies. Mesmo nos regimes fechados, como a Ditadura do Estado Novo, comandada por Getúlio Vargas, ou semi-fechados, como o Governo dos Militares, iniciado a partir da Contra-Revolução anti-comunista de 31 de março de 1964, sempre se teve notícia acerca de um ou outro setor de governo, sendo utilizado como “QG de quadrilheiros”, dispostos a assaltar os cofres públicos.
Nunca se soube, contudo, que alguém desses larápios da coisa pública de outrora tivesse o aval da sociedade para roubar à vontade, estando acima do bem e do mal e, via de consequência, das leis e do arcabouço jurídico-institucional que regula o estado de direito inerente ao regime democrático. Hoje, porém, convive-se de forma mansa e pacífica, com uma espécie de “hiper magnata do crime do colarinho branco”, desde que aflorou o escândalo de proporções gigantescas, que ficou popularmente conhecido como “mensalão”.
Nem seria preciso dizer que esse ‘assaltante intocável do erário’, como se fosse um ser invisível, é representado por esse “fenômeno da impunidade” chamado Luiz Inácio Lula da Silva. Escapando “espetacularmente” da prestação de contas dos sucessivos escândalos de corrupção que aconteceram no curso de seu primeirto mandato, mesmo que as evidências deixassem claro que neles estava envolvido, Lula recebeu o sinal verde de todos os segmentos da sociedade para cumprir uma segunda gestão, tão desastrosa quanto a primeira, no final da qual elegeu a sua sucessora escolhida, usando a máquina pública, para fins eleitorais, de forma acintosa, em constante desafio à patética Justiça Eleitoral, que permitiu-lhe continuar sua campanha eleitoral fraudulenta, mediante o pagamento de multas irrisórias.
Substituído no cargo de Presidente da República, continuou exercendo enorme influência nas decisões de governo, usando a contrapartida da gratidão daquela a quem elegeu para a mais alta magistratura da nação, através de seu enorme poder de barganha, conquistado perante as multidões famintas e desinformadas, em troca de promessas vãs e farta distribuição de esmolas sociais. Hoje, esse cidadão incomum da nacionalidade brasileira, dotado do poder mágico de transformar mentiras deslavadas em lídima expressão da verdade, torna-se pivô de graves denúncias de crimes de lesa-pátria, com envolvimento de uma certa dama chama Rosemary Noronha, e, mais uma vez, nada de concreto acontece no sentido de acabar, de uma vez por todas, com esse criminoso público contumaz, que continua a zombar de todos os brasileiros, não como um simples fora da lei, mas como um “iluminado do mal” que se coloca acima – muito acima – da lei, da ordem e da justiça.
No texto a seguir, de autoria do jornalista Augusto Nunes, temos um questionamento objetivo e procedente sobre o famoso “Caso Rosemary”, congelado há mais de três meses, pela inércia dos que, investidos do poder investigatório, cruzam os braços, permitindo que o “pagodeiro Lula da Silva, continue a cantar, como se fosse o Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar, vida leu eu/ Tô feliz e agradeço pelo povo que Deus me deu”.
E o Vento Levou !
excelente texto do jornalista Augusto Nunes=DENÚNCIA POLÍTICA
Faz 100 dias que Lula afronta o Brasil decente com o silêncio sobre o caso de polícia em que se meteu ao lado de Rose
Faz 100 dias que os brasileiros decentes foram afrontados pela descoberta do escândalo em que Lula se meteu ao lado de Rosemary Noronha. Faz 100 dias que o país que presta é afrontado pela mudez malandra do caçador de votos que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz 100 dias que o ex-presidente foge de perguntas sobre o caso de polícia que protagonizou em companhia da Primeiríssima Amiga e dos bebês quadrilheiros de Rosemary.
Surpreendido pela divulgação das maracutaias comprovadas por policiais federais engajados na Operação Porto Seguro,Lula fez o que sempre faz quando precisa costurar algum álibi menos cretino: perdeu a voz e sumiu. Passou a primeira semana enfurnado no Instituto Lula. Passou as duas seguintes longe do Brasil, driblando repórteres com escapadas pela porta dos fundos ou pela cozinha do restaurante. Recuperou a voz no começo do ano, mas ainda garimpa no porão das desculpas esfarrapadas alguma que o anime a enfrentar jornalistas armados apenas de perguntas sem resposta. Para impedir que a aproximação do perigo, tem recorrido a cordões de isolamento, cercadinhos, muralhas humanas e outras mesquinharias improvisadas para livrá-lo de gente interessada no enredo da pornochanchada financiada por cofres públicos que apresentou ao Brasil, entre outros espantos, os talentos ocultos de Rosemary Noronha.
O silêncio que vai completando 2.500 horas, insista-se, só vale para o caso Rose. Entre 23 de novembro de 2012 e 3 de março de 2013, excluídos os poucos dias em que teve de desativar o serviço de som, o palanque ambulante continuou desempenhando simultaneamente os papeis de co-presidente da República, presidente honorário da base alugada, chefe supremo da seita, protetor dos pecadores companheiros, arquiteto do Brasil Maravilha e consultor-geral do mundo.
Abençoou catadores de lixo e metalúrgicos, leu mais de 300 livros, fingiu entender o que Sofia Loren disse em italiano, avisou que os EUA nunca mais elegerão um negro se Barack Obama fizer besteira, louvou bandidos de estimação, insultou a oposição, deliberou sobre a tragédia ocorrida no jogo do Corithians em Oruro, explicou aos governantes europeus como se transforma tsunami em marolinha, recomendou a FHC que pare de dizer o que pensa e descobriu que Abraham Lincoln reencarnou no Brasil com o nome de Luiz Inácio Lula da Silva. Fora o resto.
Só não falou sobre o que importa, agarrado à esperança de sobreviver sem fraturas expostas ao primeiro escândalo que não pode terceirizar. Não houve intermediários entre Lula e Rose. Não há bodes expiatórios que a apresentar. É natural que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 40 perguntas formuladas pelo timaço de comentaristas:
1. Por que se recusa a prestar esclarecimentos sobre um escândalo investigado pela Polícia Federal que o envolve diretamente?
2. Considera inconsistentes as provas reunidas pela Operação Porto Seguro?
3. Por que disse em Berlim que não se surpreendeu com a Operação Porto Seguro?
4. Desta vez sabia de tudo ou, de novo, nunca soube de nada?
5. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?
6. Como qualifica a relação que mantém com Rose há 17 anos?
7. Em quais critérios se baseou para instalar uma mulher sem experiência administrativa na chefia do gabinete presidencial em São Paulo?
8. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?
9. Por que criou os escritórios da Presidência da República?
10. Continua achando necessária a existência de escritórios e chefes de gabinete?
11. Além de demitir Rose, Dilma Rousseff extinguiu o cargo que ocupava. A presidente errou?
12. Por que Rose foi incluída na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais?
13. Por que foi contemplada com um passaporte diplomático?
14. Quem autorizou a concessão do passaporte?
15. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
16. Quem se responsabilizou pelo embarque de uma passageira clandestina?
17. Por que Marisa Letícia e Rose não eram incluídas numa mesma comitiva?
18. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
19. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
20. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
21. Por que nomeou os irmãos Paulo e Rubens Vieira, a pedido de Rose, para cargos de direção em agências reguladoras?
22. Examinou o currículo dos nomeados?
23. Por que o aliado José Sarney, presidente do Senado, convocou irregularmente uma terceira sessão que aprovou a nomeação de Paulo Vieira, rejeitada em votação anterior?
24. Acha que são culpados?
25. Por que comunicou à imprensa, por meio de um diretor do Instituto Lula, que não comentaria o episódio por considerá-lo “assunto pessoal”?
26. Por que Rose se apresentava como “namorada do presidente”?
27. Se teve o nome usado indevidamente, por que não processou Rosemary Noronha?
28. Conversou com Rose nos últimos 100 dias?
29. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo?
30. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo?
31. Autorizou a inclusão, na decoração do escritório da Presidência em São Paulo, da foto em tamanho família em que aparece simulando a cobrança de um pênalti?
32. O blog do deputado federal Anthony Garotinho afirmou que Rose embarcou para Portugal com 25 milhões de euros. Se a denúncia é improcedente, por que não processa quem a divulgou?
33. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Trocavam emails?
34. Era previamente informado por Rose das reuniões que promoveria no escritório da presidência?
35. Depois das reuniões, era informado por Rose do que fora discutido e decidido?
36. Por que, mais uma vez, alegou ter sido “traído”? Quem o traiu?
37. Se pudesse recuar no tempo, faria tudo de novo?
38. Não se arrepende de nada?
39. Não se envergonha de nada?
40. Que história contou em casa?
Há dias, Lula acusou a imprensa de negar-lhe o espaço que merece.
Está convidado a preencher o espaço que quiser ,com respostas a essas perguntas. Todas serão publicadas na íntegra.
Coragem, Lula!