Massucatti Neto

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                A presidente Dilma sanciona nesse dia 1º de agosto a PLC 3/2013, que entre várias medidas de atendimento emergencial à mulheres vítimas de violência sexual, contempla caso indicado o uso da chamada Pílula do Dia Seguinte pelo SUS, isso depois de tramitar por dez anos no congresso. É como sempre legislar o que já é legal, mas comentários a parte isso é um avanço, avanço na condição de se respeitar a mulher hoje tão agredida, violentada e humilhada.

                Mas como sempre com o discurso de proteger a vida os religiosos, católicos, protestantes e até espiritas se manifestam contra, dizem os entendidos que se institucionaliza o aborto precoce.

                Para entendermos o que se protesta, precisamos entender o que é aborto, salvo ledo engano e conforme consta em vários artigos que discorrem sobre o assunto, aborto é a expulsão do embrião ou feto do útero resultando em sua morte, seja através de meios mecânicos ou químicos. Embrião ou feto é quando se inicia uma divisão celular e há uma formação de tecidos, já espermatozoide é a célula reprodutiva masculina, ainda a fecundar o ovulo que é a célula reprodutiva feminina, a qual após fecundada dá origem ao zigoto que após várias divisões mitóticas dão origem ao embrião, os períodos para esse processo dependem de espécie para espécie.

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                A pílula do dia seguinte funciona, de forma simplista, da seguinte maneira: dependendo do período menstrual em que a mulher se encontre a pílula age impedindo a liberação do óvulo, fazendo com que o espermatozoide não o encontre, entretanto caso ela já tenha ovulado a química da pílula altera a secreção vaginal tornando o ambiente hostil e impedindo que o espermatozoide chegue até o útero. Portanto não vejo nisso uma ato de agressão a um ser em formação, mesmo que acéfalo.

                Agora se compartilharmos do conceito religioso que impede o uso da pílula, terei que aceitar que na minha juventude cometi verdadeiros filicídios em massa, assim como certas damas cometem canibalismo, devemos aceitar também que a mulher a partir do momento que ovule deva ser fecundada para não cometer o assassinato do seu ovulo, o que é ridículo.

                Sou laico, portanto avesso a formalidade das religiões, não creio que homens em nome de bíblias, toras, alcorões ou quaisquer livros santos e usando-se de suas interpretações, sejam o dono da verdade e salvação universal, foram cometidos mais crimes em massa em nome da religião do que sob qualquer pretexto, vide o nazismo: “Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-Poderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor.” – Adolph Hitler, Discurso, Reichstag, 1936

                A meu ver Deus tem muito mais coisas para fazer do que se preocupar com religião, sendo assim sob o meu ponto de vista esses grupos se aproveitam do desconhecimento das massas, promovem a ignorância entre seus fiéis pois assim fica mais fácil manipula-los, ou usando os termos deles mesmos, os seus rebanhos.

1 thoughts on “A Pílula do Dia Seguinte e a Religião

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    Grande parte dos anticoncepcionais à base de hormônios inibem a ovulação. É o caso das pílulas anticoncepcionais, adesivos e injeção que reproduzem os níveis hormonais do ciclo menstrual. Porém, não há nenhum malefício no uso prolongado dos mesmos. “Ficar sem ovular por causa da pílula não traz nenhum problema. Trata-se de um método transitório. Quando a mulher deixa de tomar a pílula, ela volta a ovular. Só havia conseqüências no passado, quando a pílula possuía altíssima dosagem hormonal e se recomendava que as mulheres dessem um intervalo em seu uso. Hoje, esses intervalos não são mais necessários”, argumenta Márcio.

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