Maria Marçal
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Existem relações que se instalam com tamanha intensidade na vida da gente que não lembramos de elaborar um plano reserva para o caso de desfechos que infelicitam.
Quando o amor ou aquilo que chamamos de amor toma nosso tempo, abre champanhe, explode de emoções, não julgamos ser possível que um dia tenhamos que estar numa estrada vazia.
O inesperado rompimento costuma chegar depois de longos e tortuosos ‘D-RS’.
Percebe-se que o olhar não é mais o mesmo, a voz não reflete mais paixão e os interesses comuns vão se dissipando lentamente.
E quando toda essa parafernália de intrusos sentimentos se instala no coração, a gente adoece de saudade.
Quem dera tivéssemos o dom de saber driblar a saudade promovendo o esquecimento!
Esquecer…Esquecer …
Não é fácil esquecer!
Contudo o tempo, esse grande companheiro de ombros largos, quando nos descobre encobertos desprotegidos e, no escuro, dá sinais de sua presença:
– E aí meu parceiro… Podes me ajudar?
O tempo:
– Olha, no momento estou atendendo outra chamada, mas amanhã podes me aguardar… estarei aqui.
– Está bem… vou te esperar, então.
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