Já falei sobre as associações de bairro e sobre os líderes comunitários. As entidades religiosas estão logo em seguida, fazendo também parte da base política.
Todo e qualquer centro, núcleo ou grupo religioso tem influência direta sobre as decisões políticas de seus membros, podendo inclusive se manifestar diretamente contra ou a favor de determinado candidato, ajudando a definir o resultado de uma eleição, seja ela para vereador ou para presidente da república.
Há candidatos que por saberem da força que tem estes grupos, freqüentam as missas, os cultos, os trabalhos afros, as reuniões espíritas e qualquer outro segmento que apareça, tudo com o intuito se ser bem visto dentro destas comunidades.
A influência da religião é tamanha que hoje já tem grupos religiosos com partido político próprio.
Nas esferas do legislativo brasileiro temos bancadas específicas de cada vertente religiosa, que são denominadas “bancada evangélica”, “bancada católica” e assim por diante.
Projetos de lei como a lei do aborto, da prisão perpétua, das punições penais, dos direitos da criança e do adolescente tem influência direta destas bancadas que por vezes determinam o resultado final da posição do governo.
Outro fato comum é a movimentação de entidades religiosas assumindo o papel assistencialista que deveria ser desempenhado exclusivamente pelo estado, como as campanhas do agasalho, a distribuição de alimentos e remédios, auxilio psicológico e psiquiátrico, distribuição de material didático, aulas de reforço escolar, entre inúmeros outros serviços.
Podemos afirmar que as entidades religiosas são o elemento mais sólido da base política de nossa sociedade.
Nem sempre esta influência representa o pensamento da maioria, mas a maioria, geralmente, não se manifesta.