Aécio Cesar
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Qual seria o melhor significado com o acontecido com a mulher de Lot para nossa atual situação na Terra, quando ainda não estamos capacitados para seguir sempre em frente, conjurados de receios e de medos os mais cruéis?
Ainda somos muito ligados aos nossos familiares, amigos e coisas. Natural porque toda alma tem sentimento, mas não pode se apoderar dela para prender-se à uma vida que lhe foi interrompida por questões naturais da morte. O desconhecido ainda nos apavora porque sentimos em nós algo que carecemos no sentido de encarar a nossa nova situação em definitivo nos planos espirituais. Digo definitivo porque todas as noites durante o sono, desligamos do corpo físico para aventurar-se onde melhor se situe o nosso coração. Mas, quando sentimos certo desconforto voltamos automaticamente para o corpo livrando-nos de supostas perseguições ou situações desagradáveis.
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Vejamos o que o Dr. Bezerra de Menezes considerou à Adelaide em seus minutos finais de vida física: “Há criaturas que, no instante justo de abandonarem a carne, às vezes doente e imprestável, voltam o pensamento para o caminho palmilhado revivendo recordações menos construtivas…”. Aqui está o símbolo da mulher de Lot, que não é inexpressível. Muitos espíritos após o desenlace ainda procuram não se desvencilhar do corpo – em vão – buscando como morto, o que não pôde fazer enquanto vivo na Terra.
Volvem com apego indestrutível o olhar para a família e amigos que lhe choram diante do corpo inerte, ou ainda se encontra hipnotizado com as coisas materiais que está deixando para trás. E, nesse impulso repentino de não desejar prosseguir a nova estrada do Além que ora lhe apresente, volta aos velhos desejos encarcerados se prendendo por tempo indeterminado nos sentimentos que até então, são bem outros.
Para assegurarmos da verdadeira libertação, vejamos mais uma citação do Médico dos pobres: “Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos”. Como podemos notar essa “receita” não é tão fácil assim para muitos espíritos que desenlaçam do corpo físico. O próprio Dr. Bezerra de Menezes passou por essa situação de ansiedade, mas foi mais forte do que os laços que o prenderiam às masmorras da carne.
É fato que o apego da família diante do corpo do parente morto impede muitos de se desvencilhar por completo. O excesso de sentimentos como sendo, choros, gritarias, desmaios fazem com que o espírito em estado de transição se enlouqueça muitas vezes diante dessa situação que até então não consegue achar uma solução satisfatória para que siga o Além com maior tranquilidade no coração. Não estou aqui dizendo que não tenhamos sentimentos fraternos ante a despedida daqueles que amamos. Não. O que procuro trazer a público nesse sentido, é usar a disciplina e o conhecimento espiritual em momentos como esse. Agindo dessa forma, tanto os familiares quanto o espírito desencarnante ficarão em paz, na paz que Jesus sempre nos instrui a praticar sempre. Concorda comigo Leitor Amigo?