Choro na Noite 3A amiga e escritora Debby Lenon vem presentear o leitor do Gibanet.com com um de seus belos textos.

Debby é a idealisadora e administradora do blog Contos da Debby e do jornal eletrônico O Sol da Debby, que convido você a conhecer.

Debby Lenon certa vez me desafiou a escrever um conto de terror e inscreve-lo em um concurso, eu disse que não sabia escrever contos e ela me convenceu a tentar.

Aceitei o desafio e meu conto foi contemplado com o segundo lugar neste concurso.

Em homenagem a esta amiga que me mostrou como superar o medo de escrever, dedico aqui no Gibanet.com um espaço especial, o Contos da Debby.

Boa leitura.

Baseado em fatos reais

A casa era como tantas outras casas, a família havia comprado e reformado antes de mudar. Um muro no fundo do quintal havia caído e eles refizeram, demorando um pouco mais a reforma. Quando tudo estava pronto à família mudou-se.

Com a mãe de quase oitenta anos vieram morar na casa um casal com duas filhas e dois pastores alemães, cães de estimação da família. Os cães foram abrigados na parte dos fundos, no quintal, onde o muro havia sido refeito. Aquela noite os cães latiram e uivaram inquietos, olhavam para o muro e latiam dando voltas em torno de seus próprios corpos.

Certa noite a senhora ouviu um choro de criança, achou ser uma das netas, mas ambas dormiam tranqüilas, não dormiu com o choro. No outro dia comentou com a filha que achou que a mãe andava ouvindo coisas.

– Deve ser a filha da vizinha.

Noite após noite, a família inteira começou a ouvir o chora da criança, os cães foram transferidos de local para pararem de latir, mas, todas as noites eles ficavam apreensivos e em guarda.

Um dia a mãe das meninas observou que a pequena Lucia de dois anos, estava conversando com um “amiguinho imaginário” no fundo do quintal, estranhou, pois a filha mais velha só teve amigos imaginários depois dos três anos.

Todos os dias à tarde a pequena Lucia levava a sua boneca preferida, sentava em frente ao muro e ali ficava conversando com uma amiguinha chamada Sheila que só ela podia ver e ouvir.

Certo dia duas vizinhas foram visitar a família e tomar um chá, todos conversavam sobre a rua calma, os vizinhos amigos e que o antigo dono havia decido mudar-se após a morte da sua filha, ainda criança.

Foi quando Lucia disse que sua amiguinha Sheila procurava pela mãe e que queria tomar banho para tirar o barro do seu corpo. E quando escurecia ela ficava assustada e chorava.

Espantada com o que a menina havia dito, uma das vizinhas contou a história da morte da pequena Sheila, filha dos antigos donos da casa.

Após um temporal, Sheila brincava no fundo do quintal, o muro não tinha arrimo e quando um caminhão passou pela rua, fazendo a casa tremer, o mur0 ruiu em cima da menina. A família nunca mais voltou a casa após enterrar a pequena Sheila.

Decidiram então chamar uma mulher que tinha o dom de ver e falar com os mortos, e levá-los a luz. Fazer com que se entende que sua vida agora era em outro plano.

A médium entrou em contato com a menina e explicou o que havia acontecido, que sua mãe e seu pai não podiam mais vê-la ou ouvi-la, mas, a amavam da mesma forma. Perguntou se havia um anjo com ela.

Sheila disse que sempre um homem de branco vinha visitá-la e chamava ela para sair daquele lugar gelado e sujo. A médium pediu para segui-lo e que encontraria muito amor, paz e entes queridos no local para onde esse senhor a levaria.

Todos rezaram e sentiram cheiros de rosas no ar.

A família continuou na casa, sem mais choro, sem mais latidos e cães agitados, Lucia nunca mais viu sua amiguinha Sheila.

Debby Lenon estudou letras e é escritora

Clique aqui e leia mais de Débora Gimenes/ Debby Lenon

5 thoughts on “Choro na Noite

  1. debbylenon says:

    Oi Rose, eu creio que nem a doutrina espirita pode explicar os mistérios da vida. Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa filosofia. beijos

  2. Rose says:

    Giba, relatos desta natureza são normais, só estudando a doutrina espírita para descobrir os mistérios da vida.
    Grande abraço.
    Rose

  3. Delmar Antonio Marques de Souza says:

    Que conto lindo e emocionante, Gilberto!

    Forte ABÇ.

    Delmar Antonio Marques de Souza.

  4. Gilberto says:

    Debby, é como diz aqule velho ditado:
    – O primeiro conto a gente nunca esquece.
    Beijos
    Giba

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