Aécio Cesar
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“… é que o Cristo não disse tudo…”.
“Evangelho segundo o Espiritismo”
Em várias vertentes do Espiritismo Cristão existem pensamentos que não se encontram bem posicionados quando o assunto se prende às revelações até então ditas ou ainda não reveladas.
É natural que a essência do Evangelho do Senhor deve ser mantida intacta. Porém, com o juízo que não se encontra arbitrado em sua essência, vem a perder a sua dignidade nas ações do verbo inculto.
Desde o tempo de Jesus e que o próprio Evangelho nos relata isso, Ele se limitou a dizer certas evidências da Vida Imortal, porque reconhecia a fragilidade da compreensão humana nos homens da sua época. Por isso, em suas dissertações, usou das parábolas como meio da palavra comum.
Passados os milênios, vieram, após Ele, Mensageiros preparados para dignificar a veracidade de Suas palavras ainda não sazonadas, e, explicar em Espírito e Verdade, o seu significado na sua natureza simples e pura.
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O Consolador Prometido por Jesus – o Espiritismo na sua característica cristã – deixou de ser, para muitos, o caminho a ser ininterruptamente seguido. Tornou-se, então em apêndice, em que ora se designa resolutos nas ações a serem seguidas mesmo arbitrárias, e por outra, se perde em convenções humanas nada dignas de sustentação.
Diante das várias contradições que maculam, e muito, as diretrizes já traçadas pela Espiritualidade Superior nos campos sentimental, espiritual e moral, vem o homem, arrecadando para si, pesadas responsabilidades contraídas pelo uso incorreto dos seus registros comportamentais.
A cegueira humana toma muitos irmãos de crença de surpresa. Vêm, eles, compactuando com irmãos outros, tanto encarnados quanto desencarnados, também em estado de desorientação, ou melhor, dizendo, destituídos de carência de posicionamentos mais verdadeiros quanto às suas interpretações doutrinárias, que é de se convir, ainda são frutos fora da estação da colheita.
Devemos anuir que o Movimento Espírita na sua docência-livre, se encontra quase em coma induzido, ou se já não está. Para não perder a sua característica dos antigos cristãos e os sábios ensinamentos do Mestre Jesus na atualidade, procura-se, com certa urgência, desmistificar a pureza doutrinária quanto a sua verdadeira funcionalidade.
Antes, contudo, de domar os princípios básicos da hegemonia religiosa que resolvemos desposar e que se digam básicos no tocante à disciplina moral e espiritual de determinado grupo, é indispensável que se tenha em mente a consciência de um caráter sazonado na ética espírita cristã.
Falam-se muito em corrigir essa ou aquela falha de irmãos em que, muitos destes procuram seguir na vigilância quanto na prece, suas mais altas instâncias de fé e de esperança. Mas, pelo visto, estão sendo julgados a revelia, condenados por estarem mostrando que os alicerces do Movimento estão com graves rachaduras e que devem ser mais bem tratado não em face tão somente do intelecto, mas, principalmente, com os acordes de um desanuviado coração.
Reconheçamos, sim, que o Cristo não disse tudo. Se nos enviou o Consolador Prometido, não nos pediu para que nos sustentássemos tão somente em seus limitados conceitos de Existência e de Espiritualidade.
O Ser, humano-espiritual, foi criado para conquistar a perfeição no conhecimento do Infinito que nos envolve a todos, segundo, claro, a conscientização de cada um no que pese nos ombros o próprio despertar.
Com certeza, muita coisa há de vir para ser mais bem explicada. E para que se cumpram as promessas do Nosso Divino Rabi, necessário é que estejamos atentos às suas diretivas que são claras quanto ao seu objetivo redentor, ou seja, nossa perícia de consciência.
Como nos ensina o “Evangelho segundo o Espiritismo”, que devamos deixar as alegorias e parábolas para acentuarmos melhor na sua essência, Jesus nos convida a observar tudo isso e muito mais porque muito se deixou esquecido e também muito mal compreendido.
Que o Mestre não permita que nós, criaturas ainda simples e ignorantes, nos desapodere do livre pensar com conhecimento de Causa. Que Ele fortaleça nossa consciência no dever a ser cumprido e que restaure nossa convivência uns com os outros com Aquele Amor translúcido e sempre incondicional.
Do seu humilde servo,
Silva Jardim.
(Mensagem recebida por Aécio César no culto do lar do dia 17/05/2015).