Lino Tavares                                                     ..

    Se um dos honrados generais que governaram o Brasil entre 1964 e 1984 ressuscitasse hoje e visse no que este país está transformado politicamente, certamente custaria a acreditar no que via. Nem o mais pessimista dos apoiadores do chamado “Regime Militar” seria capaz de imaginar que a volta dos civis ao poder chegaria a uma posição tão catastrófica como essa que coloca o nosso país à beira de uma “guerra civil”. Quando se pensava que a prisão de Lula, o mais audaz corrupto aflorado no mar de lama do poder, representaria a grande arrancada para acabar de vez com a era da corrupção galopante no pais, eis que surgem os velhos casuísmos da Suprema Corte, dividida hoje entre juízes honrados e patifes togados, roubando-nos a certeza de que o início do fim da impunidade dos crimes de colarinho branco estaria estigmatizado na prisão do maior assaltante público da Nação. 
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Um barril de pólvora no STF 1
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   Depois de negar por um placar apertado o pedido sem fundamento do habeas corupus a Lula, o Superior Tribunal Federal, prepara-se agora para rever a lei instituída por ele próprio, que prevê a prisão de condenados em segunda instância. Fala-se à boca pequena que no julgamento da questão a ministra Carmem Lúcia poderá estar impedida de votar por se encontrar substituindo o presidente Temer, com viagem marcada para o exterior. 
    Não precisa ser perspicaz para perceber que, se isso acontecer, o bloco favorável à derrubada dessa lei, ou seja, a tropa de choque das quadrilhas do poder, alcançará seu intento, no sentido de colocar em liberdade não apenas Lula, mas todos os demais ladrões do erário que hoje cumprem pena por estarem condenados em segunda instância. Confesso que não sei definir com exatidão o tamanho da reação que essa armação criminosa perpetrada na Suprema Corte causaria nos diversos segmentos da sociedade brasileira, Mas tudo levar a crer que, caso se concretize tal desfaçatez no mais alto escalão do Poder Judiciário, estaremos diante de duas possibilidades latentes: ou as Forças Armadas intervêm e recolocam ordem no país, ou o povo enfurecido promove aqui uma espécie de “Revolução Francesa”, com direito à “Queda da Bastilha” e muitas cabeças rolando,  possivelmente na Praça dos Três poderes. 

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