(*) Nelson Valente
Desconfiemos da simplificação da mídia. Sem dúvida, mas ela é com certeza muito útil para tornar claras certas coisas.
Os candidatos à presidência da República e para aos governos de estados da federação, falam sobre a educação brasileira com convicção e clareza, como do alto de suas cátedras, gesticulando as mãos em bom italiano. Sempre à cata de uma referência erudita ou de uma metáfora mais apropriada.
Os candidatos penetram no mundo das palavras como se entrasse num mosteiro com devoção, quase obsessivamente. É pouco dizer que eles são eruditos: são curiosos do tipo patológico, acrescido de um perfeccionismo obstinado. Esses homens e mulheres brilham no exemplo negativo do falar bonito. E o povo fica babando diante de tais promessas e ainda comentam: – “O ou candidato (a) é muito inteligente.”
Estou cada vez mais convencido da possibilidade de que tais candidatos não existem, de que eles nada mais são do que um produto de suas próprias linguagens.
Em vista de tantos idiotas que rodeiam, ia sentir-me culpado de tê-los imaginado. Prefiro acreditar que eles existam independentemente de minha responsabilidade pessoal.
A candidata do governo e seu projeto de governo, estão presos a ásperas condições sociais e seus sonhos e de pouca relação com a realidade da educação brasileira. O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo e, apesar do aumento dos gastos sociais nos últimos dez anos apresentam uma baixa mobilidade social e qualidade educacional entre gerações. Os dados estão no primeiro relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre América Latina e Caribe.
Educação no Brasil é pior do que o de Paraguai, Equador e Bolívia. Enfim, a pior do mundo em todos os níveis e modalidades de ensino. Ao analisar o cumprimento das quatro principais metas estabelecidas pela Unesco, constata-se que o Brasil não tem um bom desempenho no que se refere à alfabetização, ao acesso ao ensino fundamental e à igualdade de gênero. Tem um baixo desempenho quando se analisa o percentual de alunos que conseguem passar do 5° ano do ensino fundamental, cujos objetivos são: ler, escrever e contar.
O relatório aponta que o Brasil apresenta alta repetência e baixos índices de conclusão da educação básica. Na região da América Latina e Caribe, a taxa de repetência média para todas as séries do ensino fundamental é de 4,4%. Mas no Brasil, o índice é de 18, 7% – o maior de todos os países da região.
A candidata e os candidatos estam em boa companhia, com relação a esse equívoco, pois os demais planos de governo (pelo menos os conhecidos) também parecem feitos para um país que não é o nosso.
(*) é professor universitário, jornalista e escritor
Minha amiga Beth Muniz, tanto publico seu comentário, como respeito sua opinião.
O texto acima foi feito por um especialista em educação, que deve ter motivos de sobra para te-lo escrito. Quanto aos comentários dos leitores, cada qual tem sua ótica em relação ao problema.
O caso é que existe o problema e ele não está sendo resolvido. O Brasil é continental, mas o orçamento também é continental, basta pesquisar.
Um grande abraço e muito obrigado por sua participação e comentário.
Giba
Será que o meu comentáro vai ser publicado? rsrsrsrs
Um abraço.
Olá,
Com todo o respeito, Em que mundo vocês vivem?
Ah! o virtual!
Querer comparar os diferentes como se fora iguais.
Comparar uma aldeia (países do Cone Sul e América Latina)a um continente (Brasil)? Me poupem.
É não se conhecer o país em que vive.
Que caminhos iluminados é este?
Saudações.
É Dilma para continuar avançando.
Dilma lá!
Povo educado, é povo conscientizado; povo conscientizado é povo exigente. Qual político brasileiro vai querer correr este risco?
Meu caro amigo Giba, boa noite!!!
Infelizmente, a educação em nosso país deixou de ter atenção de nossos últimos governantes… ela já foi bem melhor… quando estudei, as escolas públicas eram as melhores do país… hoje o ensino público está falido, não tem a atenção que merece… A educação deveria ser prioridade de qualquer governo. Dói ver que países vizinhos com menos recursos tenham uma educação bem melhor. Mas nosso governo continua perdoando dívida e ajudando resolver problemas de outros países… Vai entender!!! Parabéns por mais uma excelente matéria. Abraços e muita Luz em seu caminho!!!
Caro Giba
nosso país ainda possui grandes desigualdades, nós aqui criticando o método de política educacional pública, porém com nossos filhos em escola particular. É evidente que alguém lucra com isso.
Só restará espaço para os bem preparados como tem sido nos últimos 500 anos. Um povo é facilmente alienado com um prato de arroz com costela em cima da mesa, se identificando com um semi-analfabeto na presidência. Teremos que mudar tudo neste país, começar do zero, mudar pensamentos, culturas e crenças. Somente assim mudaremos o país.
Excelente post,
abraços,
Vitor.
Rose, poderia ser bem pior.
Já corremos o risco de ter o Paulo Maluf como presidente. Aí sim, estariamos a beira do caos completo.
Mas ainda tenho esperanças, embora remotas, de ver o Brasil no rumo certo.
Um grande abraço
Giba
Giba, adorei seu comentário sobre a matéria e p/ o Assis, realmente o Brasil além de ter um índice absurdo de analfabetismo e um país teimoso, mais uma vez vamos ter que aturar 4 anos de PT, lamentável !!!
Abraço
(Rose)
Caro Giba.
Faço das palavras de Assis Azevedo, minhas palavras. Sem comentários. O Povo é refém da miséria moral que assola nosso Brasil. Vassalo