É DIFÍCIL SER CRISTÃO 3

Por Phoenix Finardi Martins – Jornalista
É tão difícil que há poucos cristãos verdadeiros, mesmo dentro das igrejas.

O que acontece é que muitas pessoas que se dizem cristãs – e realmente acreditam nisso – estão longe de ser cristãs de verdade.

A Bíblia nos dá algumas pistas dessa dificuldade quando fala ” estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida” (Marcos 7:14).

Refletindo a respeito de uma das definições que Jesus faz de si próprio, quando fala em “pedra de tropeço”, vemos que o próprio Messias que veio ao mundo como Salvador também se descreveu como um obstáculo, uma pedra que nos faz tropeçar, cair, machucar: “aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços e aquele sobre quem ela cair, será esmagado” (Mateus 21:44).

É tão fácil se dizer cristão quanto é difícil ser cristão de verdade.

Pudera, ser cristão é uma loucura. A filosofia do cristianismo vai contra todo o nosso raciocínio lógico: quem pode imaginar um homem vivendo 3 dias dentro da barriga de um peixe, como Jonas?

Desafia a nossa inteligência: como uma mulher velha feito Sara pode conceber e dar à luz? Além disso, o cristianismo vai contra a nossa carne: jejum, abstenção de sexo, de bebida, de drogas, moderação na comida, disciplina… nada disso traz prazer para o nosso físico.

E afinal, o cristianismo vai até contra a nossa alma.

Quer vencer até mesmo os nossos sentimentos mais fortes como a raiva, o medo, o orgulho e a vaidade.

Teoricamente, a filosofia cristã é muito simples – são só 10 mandamentos. Ora, o que são 10 mandamentos para uma civilização que tem milhares de códigos de ética, conduta e leis?

Entretanto, quando tentamos colocá-los em prática eles se mostram extremamente complexos. Para alguns de nós é fácil não roubar ou matar mas é difícil não mentir; para outros, é perfeitamente possível passar a vida toda sem tomar o nome de Deus em vão mas é difícil não cometer adultério.

E se Deus, o próprio “fundador” do cristianismo nos alerta para a necessidade de respeitar todos os 10 mandamentos … a coisa fica mesmo complicada.

A dificuldade já começa no primeiro mandamento – “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deut 6:5).

Quantos de nós, cristão confessos, estamos em paz com relação a esse mandamento?

Quantos de nós realmente amamos a Deus acima de todas as coisas?

Mais do que a nós mesmos? Será que sou capaz de morrer por Jesus ou ainda de viver para Ele?

Quantos já conseguimos renunciar a nossa própria vontade, aos nossos sonhos, conclusões e decisões por amor a Deus?

O que se vê hoje em dia são cristãos que ainda estão lutando para colocar Deus em terceiro ou quarto lugar numa escala de prioridades que têm dinheiro, poder e prazer ocupando os primeiros lugares.

Se analisarmos profundamente, com coragem e honestidade o que Deus nos pede neste primeiro andamento, muitos de nós veremos que ainda não começamos a obedecer.

Passamos para o segundo mandamento: “Ama o teu próximo como a ti mesmo” e então concluímos que pouco ou quase nada entendemos daquilo que o Cristianismo nos pede. Pois qual de nós sequer sabe direito quem é seu próximo?

Quantos de nós, cristãos confessos, repartimos literalmente o que temos com os irmãos mais necessitados?

Pois dar esmola é dar as sobras e isso não é a mesma coisa que repartir. Ou por acaso é comum um irmão acolher o outro em casa ou vender o carro para ajudar alguém que está precisando, ou tirar uma peça de roupa do corpo para dá-la a quem não tem…

Qual de nós traz os mendigos da rua para almoçar na nossa mesa? Ou recolhe crianças abandonadas para criá-las como filhos?

Quem se dispõe a ser amigo dos menores infratores que assaltam e matam nas esquinas?

Ou decerto esses não são o nosso próximo? Ao chegar a este ponto, se formos íntegros, estaremos abatidos. Percebemos que somos ainda cristãos “da boca para fora” e falta muito de Cristo no nosso interior.

É engraçado como o Cristianismo é um processo inverso – quando você têm a calma certeza de que é, geralmente você não é e só quando você percebe que não é verdadeiramente cristão é quando você então começa a se tornar um. Parece loucura, um paradoxo? Assim são as coisas de Deus para os homens.

Quanto mais a gente cresce no cristianismo, mais a gente se torna pequeno em si mesmo. Quanto mais eu encontro Deus, mais perco o meu próprio eu. Agora fica mais fácil entender porque Paulo dizia ” Porque
quando me sinto fraco, então é que sou forte” (II Cor 12:10).

O Cristianismo é como uma estrada que se prolonga sempre em frente e na qual a gente vai deixando coisas enquanto caminha ao encontro do Criador; para abraçar o Senhor temos que estar despidos das coisas
deste mundo, destituídos de cargos, posses, títulos e honrarias

humanas, vazios de orgulho, satisfação própria e vaidade. Para o encontro do Senhor não levamos nada do que construímos materialmente (e no entanto somos tão apegados a essas coisas), não levamos a nenhum
daqueles que caminharam conosco (pois a salvação é individual).

Mesmo sabendo isso, insistimos em adquirir, comprar, ter, manter, possuir.

Nos agarramos aos nossos “tesouros” porque custaram muito dinheiro ou muito trabalho ou muito esforço.

Nos apegamos às pessoas que amamos e quase chegamos a crer que elas nos pertencem. E fazemos tudo isso enquanto andamos ao encontro do Senhor.

Não nos surpreenda então que a jornada seja longa – afinal, são tantas coisas das quais precisamos nos livrar ao longo do caminho.

Qualquer criança entende a primeira lei da física – um corpo não pode ocupar o mesmo lugar de outro no espaço.

Não podemos encher algo que já está cheio. Para que possamos ser cheios da Graça de Deus é preciso
que nos esvaziemos das coisas que o mundo nos oferece.

O mais difícil talvez seja nos convencer de que nada daquilo que deixamos para trás durante esse processo, nos fará falta.

A certeza disso é justamente o amor a Deus sobre todas as coisas.

A prática disso é o Cristianismo.

Que DEUS crie em nós um coração puro e reto para podermos andar junto a ele e honrarmos o nome Dele.

Crônica enviada por nossa amiga Rosangela Barreto (Rose*)

3 thoughts on “É DIFÍCIL SER CRISTÃO

  1. Ser cristão says:

    Caro Guilherme, se você vive em paz e é ateu, o que isso tem haver? A paz é o que Jesus pregou em todos os seus sacramentos…se você alcançou a paz e com consciência, bom para você. Deus está contigo, mas se não, estará cometendo um grave erro. O fruto do cristianismo é a paz que é luz da salvação. Agora as seitas só se sustentam através do dinheiro…

  2. Guilherme Freitas says:

    Acho que todas as religiões estão passando por crises internas, além da intolerância que cresce a cada dia. Bom há anos abandonei a religião e adotei o ateísmo. Não me arrependo e vivo em paz comigo mesmo. Abraço.

  3. Dú Pirollo says:

    Meu caro amigo Giba, boa noite!!!
    Excelente crônica!!! Não é fácil seguir todos os ensinamentos Divinos… estreita é a porta e apertado o caminho para salvação. Somos seres imperfeitos, vivemos propícios aos prazeres da carne… somos pecadores nesta vida… o importante é o arrependimento, acreditar e fazer o melhor. Estamos em fase de crescimento.
    Parabéns pelo excelente post!
    Abraços e muita paz!!!

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