Por: Lino Tavares
Aqueles que chamam de golpe militar a deposição do presidente João Goulat, em 31 de março de 1964, justificam o termo, dizendo que tal não era necessário, porque o Brasil não estava sob ameça de grupos
comunistas atuando aqui, como afrimavam as forças revolucionárias da época.
Hoje já não é mais segredo para ninguém que essas frações a serviço de Moscou, com a colaboração de Cuba, existiam realmente e que se organizavam para desencadear uma revolução comunsita ao longo do território nacional.
Ninguém mais nega isso. Nem a novela “Amor e Revolução”, veiculada no SBT, que é produto revanchista da guerrilha fracassada, esconde que as forças de repressão da época combatiam contra grupos armados
clandestinos de raízes comunsitas.
Isso posto, é chegado o momento de assumir uma posição clara, dizendo, nem que seja aos próprios botões, de que lado se está nessa questão polêmica.
Quem é comunista convicto – um direito que lhe assiste em nome da livre manifestação de pensamento – logicametne, por questão de coerência, deve considerar que aqueles cidadãos armados que desafiaram o poder constituído, lutando por aquilo que julgavam certo, estavam cobertos de razão e foram vitimas de ataques injustificados por parte do Governo da época.
Só que assumir essa posição – não há como ser diferente – pressupõe fechar questão a favor de coisas como a Ditadura de Cuba, com seus pelotões de fuzilamento de adversários do regime, os campos de extermínio da Sibéria, do tempo de Stalim no comando da União Sovética, a falta de liberdade e a usurpação do trabalho na China, o regime fechado da Coreia do Norte, bem como a existência do Muro de Berlim, que por longos e penosos anos fechou as portas da liberdade para os alemães do lado Oriental da cidade.
Ora, se essa guerra “governo versus guerrilha” era bi-polarizada, tendo de um lado as forças clandestinas comunsitas e de outro as forças legalistas, não existe meio termo na questão.
Ou aplaude-se a iniciativa do poder constituído da época, exceto os atos isolados da vil tortura (coisa comum ainda hoje nos porões das delegacias de polícia), ou se hipoteca solidariedade irrestrita àqueles que – não há mais como negar – foram para os costados do Araguaia, vendo naquela região uma espécie de “Sierra Maesta”, capaz de representar a célula mater de um gollpe comunista, objetivando transformar o Brasil numa Cuba gigante.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
eu não sei dizer…