Davambe
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Uma Zebrinha, uma Zebra de nada. Zebra. Uma manada de Zebras, um monte de Zebras.
Aquele dia foi atípico para o tigre, que já cedo perdeu a hora, o despertador se recusou a tocar na hora marcada, mas ele acabou acordando.
Não abriu os olhos, sentia sono pesado. Curtiu o sono. Dormiu novamente, foi então que viu a imagem do seu pai sonâmbulo a conversar sobre os bons costumes, como nos velhos tempos: “Sim, quem madruga tem apoio celestial”.
O discurso do velho era a carícia que ele desejava, sentiu-se confortado.
Dormiu profundamente, até que foi despertado pela empregada. Levantou depois de muito lamento e tentou, em vão, lembrar do sono e visitação do pai. A única coisa que se lembrava era a figura do seu pai. Começou a pensar nos bons exemplos que recebeu e isso ocupou o seu pensamento, enquanto se preparava para mais um dia de labuta. “Oh, meu velho ainda me lembro de tudo, seus ensinamentos são o farol que ilumina o meu caminho, sem eles eu caminharia nas trevas. Nos domingos ainda ouço a tua voz acordando a todos para participar da missa, eu me trocava com dificuldade, louquinho para não ir e ficar mais um pouco na cama. Não havia jeito.
Mamãe vinha em seguida e ficava a contar história enquanto eu levantava.
Na volta da igreja, ficávamos na biblioteca a ler poemas. Pai, queria que soubesse o quanto me sinto orgulhoso por seres meu pai e por tudo que me ensinou.”
Com muito custo deixou a casa para labutar, ao chegar encontrou a gaiola aberta, sem o canarinho.
– Quem fez isso? – Perguntou.
– Sei lá, – respondeu o Colega Leopardo.
O Tigre começou com chorinho, chorou e terminou com choraminhices quando o Leopardo o consolou, aconselhou-o a buscar outros hábitos.
– Que prazer háem aprisionar Pássaros? – Perguntou o Leopardo, curioso.
– Gostava quando ele cantava para mim.
– Que gosto esquisito. Por que não compra músicas com cantares de Pássaro?
O Leopardo comentou da necessidade de liberdade a todos, licenças para manter o canarinho engaiolado, alimentação e cuidados de higiene.
O Tigre não sabia que a empresa onde trabalhava não permitia aprisionamento de passarinho, peixes e animais.
Assim estava ele debruçado sobre a mesa a pensar sobre a zebra do dia e da imagem das Zebras do Quênia, foi nesse momento que se lembrou do que seu pai disse no sonho, gritou:
– É isso, é isso, é isso!
O Tigre saiu correndo sem nada dizer.
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Davambe é consultor de TI, mais de 25 anos de experiência em TI, Professor, Escritor, Autor dos romances: O Segredo da Felismina, Tanto Lá Quanto Cá e a Sereia de Tupa.
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