O sentido da vida 3
José Argemiro da Silveira


“Prossigo para o alvo” – Paulo (Filipenses, 3:4)

A revista VEJA publicou matéria sobre uma pesquisa feita nos Estados unidos.

Nessa pesquisa foi perguntado o seguinte:
Se a pessoa estivesse na presença de Deus, e se ela pudesse Lhe fazer apenas uma pergunta, o que indagaria.

Quarenta e seis por cento dos entrevistados responderam que perguntariam:

“Qual o sentido da vida”.
Isto mostra como há muitas pessoas que não sabem qual a finalidade da vida; não sabem porque vivem. A vida para elas não tem significado.

As conseqüências disso são fáceis deduzir.
A vida fica vazia; a pessoa não se auto-realiza, não se sente feliz, podendo até chegar a distúrbios psicológicos e mesmo comportamentais.

Entretanto, Jesus nos ensinou claramente qual é o sentido da vida, informando-nos que somos seres imortais, e que vivemos para realizar a nossa própria evolução espiritual.  Que ele chamou de edificar o reino dos céus no nosso íntimo.

O Espiritismo recorda e explica os ensinos do Mestre, esclarecendo-nos que a vida terrena não é um fim em si mesma, mas um meio, cujo fim é desenvolver a potencialidade do Espírito.

Para isto, o Criador nos dá tarefas compatíveis com a nossa capacidade, ou seja, de acordo com o nosso grau evolutivo.

Ao realizarmos essas tarefas, trabalhamos para nossa evolução espiritual.

Todos possuímos um papel a desempenhar, nesse grande palco que é a Terra.

Qualquer que seja o grau evolutivo, desde o menos evoluído, até o mais adiantado dos espíritos aqui reencarnados, todos possuímos um trabalho, uma tarefa, pequena ou grande, sempre adequada a nossa capacidade, e de acordo com nossas necessidades evolutivas.

Descobrir a nossa missão, e realizá-la bem, constitui fator importante para nos auto-realizarmos e nos sentirmos felizes – a felicidade que o nosso estágio evolutivo comporta.

Pestalozzi ensinava que o ser humano possui três aspectos: o natural, o social, e o ético, ou espiritual.
Não basta educar o indivíduo para atender suas necessidades no plano natural (biológico, próprio de todos os animais), nem prepará-lo para a vida social somente, embora seja um ser gregário.

Não basta atender suas necessidades de cidadão, os chamados direitos da cidadania. Importa atender também o aspecto ético, espiritual.

A doutrina Espírita estabelece que somos Espíritos, animando temporariamente uma carne.
Temos anseios, ideais que transcendem a matéria, pois há em nós qualidades a serem desenvolvidas.

Nossa meta é a perfeição relativa. Para isto e para a felicidade fomos criados, cabendo a cada um o trabalho de realizar esse evolver, o desabrochamento de nossas potencialidades.

Há pessoas que julgam ter encontrado o sentido da vida na conquista dos valores transitórios da existência física.

Porém, mais cedo ou mais tarde vão percebendo que esses valores (dinheiro, poder, saúde, fama, prestígio) não guardam a importância que julgavam.

E como não temos controle sobre esses valores, cedo ou tarde sofremos a perda deles, por várias maneiras.

E há muitas pessoas que experimentam tantas dificuldades, não conseguem amealhar os valores materiais e se consideram injustiçadas, infelizes.
Entretanto, se nos interessarmos em nos informar acerca dos ensinos de Jesus e da Doutrina Espírita, e não ficarmos só na teoria, buscando aplicá-los na vida diária, iremos compreendendo quem somos, e qual o sentido da vida.

Não importa se o indivíduo é rico ou pobre, culto ou de poucos conhecimentos sobre as coisas materiais; se é sadio ou doente, desta ou daquela raça, todos somos filhos de Deus criados iguais, subordinados às mesmas leis, e destinados a uma só meta: a perfeição relativa e a felicidade.

Quando Paulo escreveu aos filipenses a frase citada de início possuía grande experiência do apostolado.

Doutor da lei, autoridade de prestígio, renunciou a tudo para seguir os ensinos de Jesus.
Enfrentou dificuldades imensas, como o abandono dos próprios familiares, o insulto dos ex-amigos, sendo banido do meio social onde vivera até então.

Passou a se dedicar ao trabalho duro, vivendo com extrema simplicidade; dava tudo de si em favor do ideal que abraçara.
Apesar de todas as dificuldades, prosseguia, firme, para o alvo, ou seja, para Jesus, realizando sua evolução espiritual, através do serviço ao próximo.

Reflitamos o que se passa conosco.
Recebemos os ensinos através dos livros, dos irmãos mais evoluídos, dizemos aceitar, mas geralmente ficamos nas palavras.
Procedemos como o operário que foge ao trabalho.

Como árvores que só produzem folhas, ou, quando muito, flores, mas não chegam aos frutos.

Não fazemos aquilo em que dizemos acreditar.

Porém, somos o que fazemos, e não o que falamos.

Alguém afirmou, com propriedade, que perdemos o endereço de Deus.

Para encontramos esse endereço, devemos buscar a nossa tarefa, encontrar o lugar em que podemos ser úteis, participar, e não ficarmos na posição de choramingas, só querendo receber.

Alguns procuram sua missão, mas parece que procuram para não achar.
A pessoa não quer se envolver, assumir compromissos, “vestir a camisa” das boas causas.

Cabe a cada um de nós buscar sua missão, e encontrará o sentido da vida, sua auto-realização, a felicidade que tanto almeja”.
(*) Este texto foi enviado por nossa amiga Rosangela Barreto (Rose), a quem agradeço a amizade e o carinho de sempre.

1 thoughts on “O sentido da vida

  1. Gisavasfi says:

    Apesar de não ser espírita, concordo com o que foi dito. E quando estou na presença de Deus eu apenas peço colo e forças para continuar a fazer a Sua vontade. Valeu. Bjs.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.