STAND UP DIGITAL... DE PÉ SENTANDO A PUÁ NA HISTORIA E NAS ESTÓRIAS!!! 

Massucatti Neto

            A pouco tempo veio uma polêmica sobre obras de Monteiro Lobato, em as Caçadas de Pedrinho e agora sobre Negrinha veja um trecho de matéria escrita no R7:

O advogado do Iara, Humberto Adami, afirma que o grupo não quer a censura do livro.

— Reivindicamos a contextualização obrigatória, não apenas recomendada, como está num parecer do MEC .

No mandado de segurança, o instituto reivindica que a obra seja apresentada com um encarte explicativo e que professores sejam capacitados para tratar o assunto na escola.

O ministério não aceita discutir essas mudanças, neste contexto. Sem acordo, o assunto agora deverá seguir para análise do ministro Luis Fux. O mandado de segurança, com pedido de liminar, poderá ser julgado tanto pelo ministro quanto ser levado para o Plenário.

O Caçada de Pedrinho, editado em 1933, tem trechos considerados racistas. Em uma das passagens, a personagem Tia Nastácia é comparada a uma “macaca de carvão”. Outra citação destacada pelo grupo, feita no livro pela personagem Emília: “é guerra e das boas. Não vai escapar ninguém – nem Tia Nastácia, que tem carne preta”.

O MEC afirma que resolução reforçando a necessidade da contextualização de obras já existe e que cursos de capacitação vem sendo realizados. Adami, no entanto, afirma ser pouco.

— Dos 2 milhões de professores, 69 mil foram capacitados. É um número insuficiente.

Callegari não quis se manifestar sobre a representação sobre o livro Negrinha, apresentada nesta terça-feira. “Não conheço os termos do pedido. Mas os argumentos são os mesmos: não aceitamos censura.”

Oras, quero os ver colocarem na contra capa: “AS OPINIÕES E COMENTÁRIOS SÃO DE PURA RESPONSABILIDADE DO ESCRITOR, NÃO REPRESENTANDO AS IDÉIAS DESSA EDITORA…” ou “ AS COLOCAÇÕES EXPOSTA NO TEXTO, REPRESENTAM APENAS O CONTEXTO HISTÓRICO DA EPÓCA APENAS COM O INTERESSE DE VALORIZAÇÃO DRAMATICA DA OBRA”

Afinal de contas alguém tem dúvida que Monteiro Lobato era sim racista, até porque em sua época era normal, latifundiário , criado em família abastada que fez fortuna na época da escravidão graças à mão de obra negra. Tem-se dúvida procure o livro de ficção cientifica dele O Presidente Negro, depois me falem.

Agora se for para correr atrás de livros com cunho politicamente incorreto podemos discorrer por dias sobre o assunto, vejamos:

Pinóquio de Carlo Collodi em 1881, vejamos os elementos: um velho solitário que sonha com compania faz um boneco de madeira (ai podia fazer uma boneca se é que me entende), vem essa fada e da entre aspas, vida para o boneco, entretanto cada vez que ele mente cresce um nariz. Só ai para um bom especialista na área (psicólogo ou sexólogo) já tem material para caramba, vejam bem: “o velhinho apresenta uma tendência pedofila, por isso faz um boneco de criança, avaliando a questão da mentira como sendo uma forma de fantasia aliada a libido, o crescimento do nariz, o qual tem uma representação fálica, nada mais é do que a pura representação da libido com intumescimento do membro.” e por ai vai.

Quanto aos protetores do POLITICAMENTE CORRETO: “a questão do dono do teatro obrigar crianças e o próprio Pinóquio a trabalhar é claramente incentivo ao trabalho infantil e exploração da mão de obra escrava etc etc e etc”

Isso sem contar que alguns podem acusar a fada de trafego de crianças,  (risos….)

Peguemos as fabulas de La Fontaine, o leão e o rato, onde primeiro o leão prende o rato em suas garras e após muito implorar e prometer ser servil ao leão esse o liberta, após preso em uma rede quem vem para soltar, o rato.

Para alguns radicais de esquerda de prontidão: “ isso nada mais é do que o estado (no caso o leão) oprimindo o povo (o rato), que subjulgado pela opressão se vê obrigado a  jurar lealdade a um regime, que por seus próprios erros se vê preso a um emaranhado de problemas políticos e financeiros ( a rede), sendo que ai o povo (o rato) vem como sempre salvar com sua mão de obra o estado corrupto….”   Não é o máximo.

Já para os radicais de direita temos João é o Pé de feijão, onde o pobre João, troca sua vaca por feijões mágicos, invade o castelo do gigante, rouba seu ganso dos ovos de ouro (nunca ouvi falar que ganso botasse ovo, mas tudo bem), sua harpa mágica  que fala e mata o gigante. Para esses radicais de direita esse conto nada mais é do que um manifesto do proletariado: “João maliciosamente tenta levar vantagem ilícita, trocando a vaca que nem dele era e sim de sua mãe, por feijões mágicos, sem respeito pela propriedade alheia invade a residência do gigante que representa as elites, roubando seu meio de produção (o ganso) e subjugando  os meios de comunicação (a harpa)…” Ou seja deve ter sido escrito por Marx ou Mao Tse (risos).

Se começarmos agora a uma caça bruxas tentando explicar termos racistas, homofóbicos ,  machistas etc,  inseridos em livros, temos que começar a ser menos hipócritas e ensinar a historia de nossos nobres vultos como eles realmente foram, temos que ensinar historia e não estória. Aceitar quem era o que, e explicar o pensamento corrente na  época, temos tanto medo do racismo hoje que esquecemos que nossos vultos literários, políticos, religiosos tinham suas opiniões dentro do contexto da época, opiniões que hoje seriam simplesmente criminosas. Ainda temos um defeito, o mesmo da época da ditadura, de ensinar que todos nossos vultos históricos eram nobres, bons e gostavam de criancinhas.

Falei…

 

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Massucatti Neto é profissional de segurança privada, entusiasta de assuntos polemicos e um inestimável amigo a mais de quarenta anos

 

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