Por: Lino Tavares
A passagem de Barack Obama pelo Brasil explica de certo modo o porquê de seu índice de popularidade ter caído nos Estados Unidos, a ponto de perder espaço no Congresso norte-americano.
O gênero “boa gente” que ele revela, com um sorriso amarelado estampado no rosto, o tornaria no Brasil um sério concorrente de Lula, posto que é aqui que esse tipo de coisa é apreciada e colocada acima da capacidade de gerir os destinos de uma nação, no exercício do poder.
Quando se referiu ao passado de Dilma Rousseff, dando a entender que a considerava uma guerreira de fé, Obama expressou um cinismo capaz de fazer corar o Maluf, quando diz que não tem dinheiro em paraísos fiscais.
Todos sabemos que o Golpe de 31 de Março de 1964 foi apoiada pelos americanos, para combater justamente os grupos de extrema esquerda dos quais nossa atual presidente fazia parte, como integrante de organizações terroristas clandestinas, que estavam a serviço de Moscou em território brasileiro.
Mesmo sabendo disso, porque mal informado Obama não deve ser, se deu ao luxo de tocar nesse assunto, demagogicamente, imaginando talvez que todos os brasileiros são desmemoriados e nem lembram mais do que aconteceu no tempo da guerra fria, quando havia uma política de cooperação bélica entre Brasil e Estados Unidos, no combate ao expansionismo da Cortina de Ferro, comandado pelo Movimento Comunsita Internacional. Eu era técnico de armamento pesado do Exército, naquela época, e lembro de uma viagem a serviço, que fiz ao Porto de Rio Grande, integrando uma comissão de recebimento de obuses e canhões procedentes dos Estados Unidos, destinados a quartéis de artilharia do extremo sul do Brasil.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.