Como não poderia deixar de ser, a doença do ex-presidente Lula pegou todos de surpresa e passa a figurar como o principal assunto em todas as manchetes nacionais. Nessas horas de dor, é dever de qualquer ser humano lamentar o sofrimento do líder político e torcer para que o mal que o atinge seja reversível e lhe permita a cura.
O que não se justifica, em situações como essa, é se deixar levar por um sentimento exacerbado, que extrapole aquilo que é razoável sentir quando se tem conhecimento acerca de semelhante desventura ocorrida na vida de pessoas comuns, como essas que vivem amontoadas à espera da cura ou da morte nos leitos hospitalares precários – convencionais ou improvisados – patrocinados pelo Sistema Único de Saúde.
Na caixa de entrada do meu e-mail, já abri várias mensagens, oriundas de repasses, afirmando que Lula deveria tratar sua doença pelo SUS, já que afirmou certa vez que o nosso Sistema Único de Saúde é um dos mais avançados do mundo, sugerindo até que ele fosse copiado pelos Estados Unidos. É evidente que, ao dizer isso, o então presidente brasileiro tinha consciência plena de que sua afirmativa não correspondia à realidade, pois seria por demais ingênuo acreditar nessa fantasia, mesmo em se tratando de uma pessoa de “excessiva boa fé”, que confiou naquele “bando de aloprados” que o “traiu”.
Não compartilho com a ideia dos que que acham que o ex-presidente deveria procurar tratamento pelo SUS. Primeiro, porque isso seria a mais deslavada demagogia. Segundo, porque é dever de todo ser humano usar todos os recursos que lhe estejam ao alcance – e Lula é um homem rico – visando a preservar a própria vida e a de todos quantos dependam de suas ações, quer como indivíduo, chefe de família ou gestor público, embora essa última hipótese tenha sido ignorada por esse ilustre paciente, quando conduziu por oito anos o destino da Nação, pouco fazendo (para não dizer quase nada) em prol da saúde pública, mesmo quando teve nas mãos os recursos da CPMF, desviados para outros fins.
Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor
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Muito coerente amigão…é isto aí mesmo…”pimenta nos olhos dos outros é…”
Falar é uma coisa, agir, é bem diferente…!!!Eu constatei, pessoalmente, no Hospital de Clínicas, setor de “Emergência”…um amigo meu, trabalhador, ficou duas semanas sentado, e (eu sentei uma horinha, e já estava me doendo as costas…)com esposa e duas filhas, uma com deficiência, residindo em Belém Novo, a pobre esposa, trabalhando de doméstica, tinha que largar seu serviço para visitar o esposo com “pedras” nos rins…Que Deus nos livre dessas provações…abrç hac