Rafael Correa

Lino Tavares

Não resta dúvida de que os “socialistas” da extrema esquerda que hoje ocupam a chefia de governo em países como Brasil, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, etc. estão todos chocados com o impeachment do “companheiro” Fernando Lugo, do Paraguai, haja vista que perderam um comparsa nessa caminhada ideológica que tem como objetivo final a implantação de regimes de força, no subcontinente sul-americano, semelhantes à ditadura de Cuba.

Em recente entrevista no programa “É notícia”, comandando por Kennedy Alencar, na RedeTV, o presidente do Equador, Rafael Correa, revelou a que ponto é capaz de chegar um déspota exercendo o poder num país democrático, no sentido de camuflar suas ações de governo arbitrárias e atentatórias às franquias democráticas tão peculiares àquilo que se pode chamar de estado de direito.Perguntado sobre a condenação do jornal El Universo, com prisão a jornalistas e multa de US$ 40 milhões, no processo que moveu contra o veículo por tê-lo acusado de agir de forma ditatorial, Rafael Correa disse que perdoou a empresa e os profissionais das penas que lhes foram impostas, porque não tinha a intenção de punir ninguém, mas tão somente mostrar que o governo precisa ser respeitado e não pode estar sendo acusado de forma injuriosa da forma como, segundo ele, fez o jornal equatoriano.

A declaração do entrevistado não passou na verdade de uma falseta, já que a condenação em causa foi prolatada por um poder judiciário tão acuado, diante desse governo autocrático, quanto o jornal e os jornalistas a quem julgou e condenou. O “perdão” não foi um ato de generosidade de Rafael Correa, mas tão somente um misto de recuo estratégico e demagogia explícita, já que com essa atitude conseguiu tapear a repercussão negativa que o caso teve na mídia internacional e, concomitantemente, fazer se passar por “bonzinho” aos olhos do eleitorado de seu país. Afinal, o que Correa realmente queria, com esse “processo de cartas marcadas”, acabou conseguindo, que era intimidar a imprensa, explicitando seu “poder de Fogo”, no Judiciário, para colocar na cadeia todos quantos ousem criticar suas ações de governo, por mais cruéis e antidemocráticas que possam parecer.

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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta , compositor e um grande amigo.

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