Aprendi na faculdade de jornalismo que a missão do comunicador é informar formando
Lino Tavares
Como me formei nessa profissão na década de 1970, não sei se essa máxima continua vigorando nos cursos de jornalismo posteriores à época em que me diplomei. A impressão que tenho é que, de uns tempos para cá, a expressão informar formando foi substituída nas faculdades de comunicação pelo ermo informar instigando. É estarrecedora a maneira como a mídia, salvo honrosas exceções, deturpa informações, de forma deliberada, atribuindo-lhes conotações aleatórias, fluídas da cabeça dos editores, seguindo não raro a orientação dos chefões das editorias de jornalismo,
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Um homem foi espancado covardemente até a morte no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, por seguranças covardes, que descarregaram sua bestialidade sádica num ser indefeso, tornando-se responsáveis por um crime que deverá lhes custar rigorosa punição na forma da lei. Esta é a síntese do que aconteceu e não cabe a ninguém deduzir acerca da real motivação que determinou o massacre, já que isso só será esclarecido à luz de investigação. A grande mídia, no entanto, por sua conta e risco declara tratar-se de um crime de racismo, porque coincidentemente a vítima da ação nefasta era um homem pardo. Uma apresentadora de TV chegou ao absurdo de afirmar que se o homem espancado fosse da etnia branca certamente não teria se tornado vítima da crueldade praticada. De onde ela tirou essa certeza ?
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Convenhamos. É deveras estranho apregoar combate ao racismo, ressaltando que alguém é negro, índio, etc, toda vez que uma pessoa pertencente a uma dessas etnias é citada na mídia, ou por ter se tornado vítima de ações não tipificadas como crime de racismo, ou por ter conquistado uma posição de destaque no âmbito da sociedade. Ao afirmar de forma leviana e categórica que esses seguranças bandidos espancaram o cidadão vitimado por questão de racismo é conceder-lhes a possibilidade de, independente do homicídio covarde pelo qual responderão, processarem os veículos que fizeram tal afirmação, exigindo-lhes a comprovação de que foi essa mesmo a forma de motivação que por conta própria atribuem ao crime.
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A maneira exacerbada como a mídia vem instigando a desavença entre os chamados “diferentes”, quer seja por questão racial, de gênero, categoria econômica ou outra qualquer, corresponde ao que está contido na dialética doutrinária do marxismo-leninismo, que consiste em instigar desavenças entre os “diferentes” para gerar o caos social e usar a situação desesperadora, no sentido de conduzir ao poder um “salvador da pátria”, que uma vez no trono se tornará chefe supremo e vitalício de um regime totalitário, nos moldes desses que desgraçam países como Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e a própria China, que mascara seu aviltamento aos direitos humanos à sombra do poderio econômico que alcançou.
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