Matéria com a terceira parte da série, onde citarei o nome de algumas cidades e bairros que foram batizados com nomes indígenas e o significado destes.
Farei em ordem alfabética publicando uma letra por vez, ao final publicarei os termos que nossos colaboradores enviarem.
Sintam-se a vontade para participarem.

Cabreúva: Aglutinação de caburé (coruja) e uva (árvore). Ainda como povoado de Itú, separava-se da cidade por um córrego onde havia uma pequena ponte feita de cabreúva. A pinguéla passou a nome oficial.

Caçapava: Fundada por volta de 1870 com o nome de Cassapaba, pertencia a Taubaté. O nome significa clareza na mata e relaciona-se a vegetação local. Depois foi aportuguesado para Caçapava. A autonomia política veio em 14 de abril de 1875.

Cajamar: Originou-se do antigo distrito de Santana do Parnaíba com a denominação de Água Fria.

Cajatí: A história do Município de Cajati tem a sua origem na segunda década do século XIX, com a chegada, no Porto de Cananéia, de alguns jovens portugueses, dentre eles, Matias de Pontes. Na sua busca por ouro, Matias e um índio chamado Botujuru, foram desbravando e explorando a mata adentro, por onde ninguém jamais havia passado. Para poderem caminhar precisavam abrir muitas picadas, pois a Mata era muito densa e sua vegetação cruzava sobre o rio estreito e profundo, impedindo, assim, a sua penetração. Daí surgiu a idéia de construírem uma canoa para navegarem sobre o rio, que mais tarde chamaria Canha. Logo descobriram que esse rio parecia um ribeirão, pois desembocava em outro rio bem maior e mais fundo. Ao subirem o rio, encontraram uma bela prainha, onde surgiu a idéia de montar um acampamento. Durante uma noite turbulenta sob um temporal, tiveram que abandonar o acampamento às pressas, dirigindo-se para o alto (esse lugar é atualmente a Praça Matriz de Jacupiranga).
A aventura continuou e desta vez, pelo rio adentro. Matias queria conhecer a região, porém Botujuru, ao contrair maleita, veio a falecer, sendo o primeiro ser humano a ser enterrado no lugar. Matias e outros apossaram-se de duas glebas de terras: o acampamento e outra localizada rio acima, onde havia uma pequena cachoeira, que por essa razão, passou a se chamar Cachoeira (atual Cajati). Logo em frente, estava a Serra do Guaraú. Matias prosseguiu as investidas nas proximidades do rio, colocando nomes nos lugares, sendo Cachoeira o seu favorito. Para a canoa se deslocar, tiveram que abrir um canal, hoje atual Cidade de Cajati , local em que Matias residiu por mais de cinqüenta anos. Outros lugares forma denominados por ele e permanecem até hoje com a mesma nomenclatura como: Pouso Alto: pelo fato de dormirem numa árvore por medo de feras; Barra do Azeite: por encontrarem enorme pedra, na qual um garrafão de azeite de mamona foi quebrado e ao se referirem ao rio, vinha a lembrança do azeite derramado e Lavras: pelo fato de encontrarem vestígios de pessoas que já haviam passado e lavrado uma canoa (era o termo atribuído, quando se fazia uma canoa trabalhando a madeira bruta). A emancipação da cidade foi em 1991. Hoje Cajati está entre os três primeiros produtores de banana nanica da região. A indústria extrativista e produtiva é a principal atividade econômica do município. É o maior parque industrial do Vale do Ribeira, responsável pela produção de cimento, argamassa, ácido sulfúrico e fosfórico, fertilizante e ração animal. Além disso, oferece aos amantes da natureza a possibilidade de visitarem locais belos e preservados. Cajatí significa Árvore de folhas oblongas.

Cajuru: Vem de caá (mata) e yuru (boca) = boca da mata, a cidade localizada numa planície entre densas matas , nasceu na fazenda de Maria Pires de Araújo, em 11 de novembro de 1821, que doou terras para a construção de um templo religioso, em torno do qual surgiu o povoado. Em 18 de agosto de 1866 virou município.

Cananéia: Cidade histórica e polêmica desde os seus primórdios. Por ela passava a linha imaginária do tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo entre Portugal e Espanha, as duas maiores potências do mundo na época. Disputada entre os dois reinos e pela cobiça de aventureiros e piratas, devido as suas riquezas.
Para reivindicá-la à coroa portuguesa, chega aqui em 24 de janeiro de 1502, a expedição comandada por Gaspar de Lemos e o cartógrafo Américo Vespúcio que dando o topônimo a baías, cabos e enseadas deu o nome de Barra do Rio Cananor.
Trazia com eles um “misterioso bacharel”, cristão novo degredado por El Rei de Portugal, como consta no livro dos Degredos no Museu do Tombo em Lisboa – a 25 graus de Ladeza da costa sul do grande mar Oceano, o que coincidia com a ilha do meio (lha do Cardoso) onde fixaram o marco do tratado de Tordesilhas (Itacuruçá) em frente à Ilha do Bom Abrigo (Expulsão datada em 1497 bem antes, portanto, do Descobrimento do Brasil).
Aqui o Bacharel fez fortuna e História . Conta-se que negociava lotes de 800 escravos, e dava guarida e aguada a quem lhe pagasse e lhe prestasse obediência, financiando expedições à bacia do prata e ao interior da futura capitania em busca de ouro, prata e a captura de índios, para comercializar como escravos.
Uma laje no museu dos descobrimentos na torre do tombo em Portugal com a inscrição: “Porto Seguro 1500 – Cananéia 1502 – Bacia do Prata 1514.”
Segue a polêmica: “Seria Cananéia o Povoado mais antigo do Brasil?
Consta no Diário de Navegação da Armada de Pêro Lopes, irmão de Martim Afonso, que na chegada da expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1531, encontrou o misterioso Bacharel, 6 europeus vivendo em família, duzentos mestiços e mais de mil e quinhentos índios vivendo na comunidade de Maratayama como era chamada a antiga Cananéia.
Cananéia é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Foi elevada a categoria de cidade em 1892, passando a ter a atual designação em 1905.

Capivarri: O primeiro documento da nomenclatura geográfica do planalto, tem sua origem vinculada à histórica proclamação de Thomar (1581), unindo sob a coroa de Felipe II, os territórios metropolitanos e ultramarinos, de Espanha e Portugal.
Em 1628 Capivari figura, pela primeira vez, nos documentos cartográficos de São Paulo, encontrado em um velho roteiro existente no”Archivo General de Las Índias”, de Sevilha, Espanha e da lavra do então Capitão-General do Paraguai, Dom Luiz de Céspedes y Xéria.
Capivari foi fundada por perseguidos políticos que queriam ver a Pátria livre do jugo português. Em fins do século XVIII, um grupo de ituanos degredados em fuga, resolveu estacionar alguns dias e por notar grande quantidade de peixes e caças, principalmente capivaras, passaram a residir pois o local era muito agradável. Corria o ano de 1800, e na colina às margens do Rio das Capivaras, florescia uma pequena povoação, que mais tarde seria chamada de Capivari. Em 1813, com a iniciativa do Cônego João Ferreira de Oliveira Bueno, Tesoureiro-Mór da Sé de São Paulo, foi proposto ao Príncipe D. João, o estabelecimento de um novo povoado, uma freguesia, nos sertões de Itu, junto ao Rio de Capivari, distante das Igrejas de Itu, Porto Feliz e Piracicaba, sob a invocação de São João Baptista de Capivary. Em 5 de junho de 1820, o pequeno povoado possuía grande número de casas e uma capelinha, onde foi celebrada a missa com o primeiro sacerdote, o padre João Jacinto dos Serafins. Pelo Decreto Provincial n.º 27, de 22 de abril de 1874, foi criada a Comarca, compondo-se de três municípios : Capivari, Monte Mor e Pirapora do Curuça (hoje Tietê).

Caraguatatuba: Caraguatatuba começou a ser povoada no início de 1600, através das Sesmarias. A 1ª que se conhece ocupou a bacia do Rio Juqueriquerê, em 1609 e foi doada pelo Capitão-mor Gaspar Conqueiro aos antigos moradores de Santos, Miguel Gonçalves Borba e Domingos Jorge, como prêmio por serviços prestados á Capitania de São Vicente. A partir desta data tem indício a ocupação na região do Juqueriquerê, que pelas suas condições favoráveis, despertava a atenção de colonos. Em meados do século XVI, começava a surgir o primeiro povoado da Vila de Santo Antônio de Caraguatatuba.
Em 1693, um violento surto de varíola, a qual o povo vulgarmente tratava por “Bexigas”, vitimou parte da população da Vila; o restante dirigiu-se para a cidade de Ubatuba e São Sebastião, ficando então o local conhecido como a “Vila que desertou”. Devido à epidemia que se abateu sobre o povoado, o pequeno vilarejo ficou deserto, resistindo somente a igrejinha de invocação a Santo Antônio. Contudo, aos poucos, a Vila de Caraguatatuba foi sendo novamente povoada. Com a realização de recentes pesquisas sobre a história do município, comprovou-se que sua data de fundação é 1664/1665 e seu fundador é Manuel de Faria Dória, Capitão-mor da Capitania de Itanhaém.
Em meados do século XVIII, o novo povoado viu crescer o número de seus habitantes a tal ponto que despertaria o interesse do capitão geral da capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão Morgado de Mateus a tomar providências para que o povoado de Santo Antônio de Caraguatatuba fosse elevado à condição de Vila, em 27 de setembro de 1770, sem emancipação político-administrativa. Em 1847 foi elevada à condição de “Freguesia” pela lei nº 18 de 16 de março de 1847, sancionada por Manuel da Fonseca Lima e Silva, Presidente da província de São Paulo. Em 1857, pela lei nº 30, de 20 de abril de 1857, sancionadas por Antônio Roberto D’Almeida, Vice-presidente da província de São Paulo, Caraguatatuba é elevada à categoria de Vila. Nesta data, passou a ter sua emancipação político–administrativa, deixando de pertencer a São Sebastião. Foi reconhecida como Estância Balneária em 1947, pela lei nº 38, de 30 de novembro de 1947 e sua Comarca instalada em 26 de setembro de 1965.

Parte do texto sobre Caraguatatuba foi retirado da página da Caraguatur.

Carapicuíba: O nome é referência ao peixe acarú (comprido e ruim), encontrado na região.
Os primeiros registros da aldeia datam de 1580 em documentos de Jerônimo Leitão e Afonso Sardinha.
De 1610 a 1670, a Aldeia passou por uma fase de estagnação, servindo de ponto de encontro entre clero e autoridades, os quais procuravam traçar normas para a ocupação das terras e o aproveitamento do trabalho indígena. O marasmo continuaria por mais um século.
Por volta de 1854, em 1º de agosto, o Barão de Iguape registrou, na paróquia de Cotia, uma fazenda que abrangia grande parte da atual CARAPICUÍBA e Quitaúna, com área de 754 alqueires. Com o falecimento do barão, a Fazenda CARAPICUÍBA coube, como herança à filha, Dna. Veridiana, casada com Martinho da Silva Prado e passou, por várias transações a outros proprietários, até que em 1903, foi vendida a Delfino Cerqueira que, em 1922, contratou a Cia. Construtora Paulista, para executar o loteamento e arruamento de parte da gleba.
Tornou-se município em 1964, quando se emancipou-se de Barueri.

Cotia: Fundado em 1580, na oportunidade da concessão de sesmaria aos índios de Pinheiros, de acordo com os registros existentes no Arquivo do Estado de São Paulo e nos arquivos da Torre do Tombo, em Portugal, o município de Cotia foi participante ativo das Entradas e Bandeiras no Brasil. Surgiu as margens da estrada que ligava São Paulo a vila de Sorocaba, com o nome de Acutia, Local onde seria hoje o sítio do Mandu. Cotia recebeu sua Emancipação Político-Administrativa em 2 de abril de 1856.

Em breve a quarta parte desta matéria, não percam.

Fontes:
Vocabulário Tupi-Guarani-Português – Prof. Silveira Bueno – Editora Éfeta.
Enciclopédia dos municípios brasileiros – IBGE
Jornal Diário Popular
Internet

1 thoughts on “A origem dos nomes (Parte 3 – Letra C)

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