A Quem Interessa a Lei da Anistia?

 

Lino Tavares

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Se surgisse uma proposta, partisse de onde partisse, no sentido de revogar a Lei da Anistia na plenitude, tornando-a nula de pleno direito, dá para afirmar com absoluta certeza que a presidente Dilma e todos os integrantes do poder que, como ela, militaram em grupos armados, no tempo do “Regime Militar”,  se posicionariam frontalmente contrários a essa possibilidade,  temerosos das consequências decorrentes de uma verdade que insistem em negar, mas que, sobejamente comprovada, os levaria com absoluta certeza às barras dos tribunais, para responderem pelos crimes praticados no curso de suas ações guerrilheiras e, também, pelo mais grave deles, que é o de traição à Pátria.

É muito fácil entender isso. Além dos registros, dando conta desses fatos, existentes nos chamados “Arquivos da Ditadura”,  circula na Internet, à disposição de quem quiser ver ), um vídeo em que o jornalista Fenando Gabeira,  ex-guerrilheiros da época, participante do sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Burk Elbrick, declara com todas as letras que os grupos que pegaram em armas, nas décadas de 1960 e 1970, não lutavam com o objetivo específico de tirar os militares do poder, para restabelecer a democracia plena no Brasil, mas sim no sentido de implantar no país a chamada “Ditadura do Proletariado”, ou seja, o regime comunista comandado pela antiga União Soviética, também praticado em Cuba.

Isso posto, fica claro (cristalino como uma gota d`água) que aventar a possibilidade de enquadrar juridicamente agentes do governo da época, por crimes de tortura e sequestro que carecem de comprovação cabal e insofismável, como essa do “companheiro” Fernando Gabeira ( ao alcance da mão de qualquer internauta) é no mínimo uma desfaçatez que chega às raias do ridículo e comprova sobejamente o grau de cinismo que impera na alma e na mente desses vendilhões pátrios de ontem, que, eleitos democraticamente para governar, outra coisa não fazem a não ser colocar seus cargos a serviço de um revanchismo torpe e inaceitável, que não leva a lugar algum e coloca em rsco a estabilidade política conquistada pelos que realmente lutaram pela abertura política no Brasil.