Lino Tavares
Militares em Atividade x Militares Inativos
Ledo engano o nosso em acreditar que essa manifestação, embora oficiosa, fosse sincera e confiável, e que tal fato seria de pronto rejeitado, pois não tinha sentido incentivar a nossa DESUNIÃO. Qual não foi a nossa surpresa em saber que o Governo estava articulando o primeiro passo no sentido dessa separação, utilizando-se de uma das Forças para propor uma reavaliação na concessão do auxilio moradia, o que, diga-se a bem da verdade, embora justo face às crescentes dificuldades financeiras, não poderia surgir isoladamente ignorando que essas são comuns a todas as Forças. O empenho dessa Força escolhida para esse mister assustou-nos, pois a proposta formulada progrediu e ainda progride com celeridade no Congresso Nacional. Soubemos que a intenção oficial é a de conceder esse auxílio moradia ajustado no momento em que for implementado o “aumento” de 9,13% em março de 2013. Desse modo, na ocasião, ficaria caracterizado que oficialmente está sendo feita justiça para os que trabalham, razão pela qual seria válido que esses fossem mais bem remunerados do que os que não trabalham, no caso os inativos.
Essa artimanha não nos ilude, pois sabemos que o real propósito é o de dar partida a uma sucessão de concessão de gratificações aos militares em atividade, para deixar bem claro que segmento das FFAA interessa de ser beneficiado. Depois do que presenciamos do evento sórdido do MENSALÃO, não se poderia esperar outra coisa de um partido no Governo que foi capaz de afrontar a democracia, vilipendiar os valores morais e éticos do povo brasileiro, e valendo-se do poder, dilapidar as finanças públicas. O escárnio com os princípios republicanos é uma prova inconteste de que nada os detêm em sua sanha avassaladora de continuar o seu projeto de perpetuação no poder e, como tal, insistir no desmantelamento da ordem jurídica no País.
Não surpreende, portanto, esse propósito de dividir as FFAA, com diferença de que agora os Comandos de Força se colocam como coniventes ou até mesmo omissos em serem docilmente manobrados. É importante chamar a atenção dos nossos agora “companheiros” em atividade que quanto maiores forem os ganhos auferidos na ativa, maiores serão perdas quando vierem para a reserva. E não vai adiantar pensar que oportunamente conseguirão incorporar os ganhos auferidos. Pura ilusão.
De minha parte, não tenho dúvidas de que esse fato tem raízes de motivação politica, pois quem hoje está na ativa, sequer participaram da contra revolução de 1964; eram muito jovens e talvez muitos ainda não eram nascidos. O fato é que isso explica tanta indiferença oficial dentro das FFAA relativamente aos eventos daquela época, pois se consideram não partícipes dos acontecimentos de então.
Nós inativos, não temos receio de afirmar que, em nossa grande maioria, fizemos parte daquele momento histórico que hoje, os canalhas da subversão que conseguiram sobreviver, apesar de terem sido deixados para traz pelos muitos que agora transitam pelo poder, tentam distorcer a verdade dos acontecimentos com a complacência da liderança das FFAA.
Nós inativos fizemos e faremos outra vez se assim o povo desejar. Não temos receio de nada. Apenas nos sentimos envergonhados em ver o quanto são frágeis os líderes militares de hoje. Falta-lhes o sentido e a consciência da UNIDADE. Parece que nunca chegarão à reserva e quando aqui chegarem irão sentir o fel do abandono e da indiferença com que suas corporações irão trata-los.
Waldemar da Mouta Campello Filho
Capitão-de-Mar-e-Guerra
Presidente da CONFAMIL
Coordenador do Sistema CONFAMIL.
Olá o Brasil só ira melhorar quando,tivermos gente honesta,para dividir o salario justo.
Concordo plenamente com você Bernadete