Mesmo aparentemente comporte o homem como uma pessoa normal diante da sociedade, tem nele certo gene em estado germinativo que, em algumas situações no dia a dia, pode lhe aflorar, através da invigilância, uma alienação mental. Sabemos que viemos de um passado delituoso. E é tanto que a Lei do Esquecimento é fator imponderável no sentido de saldar os erros, anonimamente, a ferro e fogo. Não somos ainda anjos, pois correntes de sombras nos impedem de nos libertar, mas temos todas as possibilidades de conquistar equilíbrio e razão na sua estruturação mais realista.
Com relação ao título dessa semana, vamos analisar bem o que o Instrutor Calderaro diz a André Luiz enquanto eles se encontravam em um manicômio na Terra, relatado em seu livro “No Mundo Maior”, no capítulo 16, intitulado “Alienados Mentais” através da mediunidade de Chico Xavier. Vejamos: “Em verdade, na alienação mental começa a descida da alma às zonas inferiores da morte”. Sem a espiritualização do próprio espírito enclausurado em corpos mais densos, difícil a assimilação de valores que enaltecem a Centelha Divina em processo de crescimento, de auto-burilamento, de construção psíquica onde a alma é a nossa mentora que merece, de todos nós, respeito digno.
.
.
Nesse mundo que ora permutam sentimentos os mais diversos entre comunidades de encarnados e desencarnados, lutam e relutam os homens no sentido de se encaixarem na ordem da Criação. O corpo que lhe sustenta o espírito ainda que materializado nas suas entranhas, não consegue respirar o Hausto de Deus na sua essência mais pura, pois que se encontra aterrado no pântano da fantasia e do materialismo ilusório.
Mais adiante o Instrutor elucida: “Quanto às perturbações que acompanham a alma no renascimento ou na infância do corpo, na juventude ou na senilidade, é mister reconhecer que o desequilíbrio começa na inobservância da Lei, como a expiação se inicia no crime”. Todo mal tem suas consequências. Hoje desvia-se do bem ou alimenta-se do mal sabendo dos seus resultados. Ignorando a Justiça Divina, vem os detratores da Lei agindo copiosamente contra o seu semelhante no sentido de tudo ganhar esquecendo que, na Terra, tudo a que se perder, inclusive o próprio corpo.
Renascendo em mundo de dissabores, o homem necessita encontrar nele um campo iluminado em que a estrutura familiar seja mas bem espiritualizada. Sem esse alicerce, difícil o espírito recalcitrante encontrar meios que o fortaleça em seus mecanismos mnemônicos fracionados, ligados a um passado de delitos e que lhe impulsione a rever, com discernimento, todo o seu apanhado de deslizes e de desequilíbrios a serem urgentemente corregidos enquanto ainda está na Luz.
“Conhecereis a Verdade e ela vos libertará”, disse-nos Jesus. No momento, a Verdade é a prática do Evangelho em nossas vidas. É deixar um pouco de nós e se preocupar mais com o próximo ainda tão distante dos nossos braços. Se temos todo o apanhado do bem a servir, porque demoramos tanto na palavra que o vento leva deixando sempre insaciado nosso coração? A prece, apenas, faz parte do contexto de cristianização. Mas sem a enxada do trabalho a separar o joio do trigo abençoado, difícil suprir lágrimas de remorso e de revolta. Vamos, portanto, trabalhar o quanto antes nesse sentido, Leitor Amigo?