R: Desde que me entendo por gente, a música foi a primeira coisa com que tive contato; minha mãe me conta que quando eu ainda mal sabia falar já ficava cantarolando musiquinhas , amava fazer teatro, interpretar desde pequenininha, gostava de criar histórias e sempre fui muito comunicativa e idealizava quando criança ser médica e cantora quando crescesse , mas com o passar do tempo a medicina saiu dos planos, queria ajudar as pessoas mais especificamente de uma forma mais profunda .
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Quais eram os cantores e bandas que você mais curtia quando começou a se interessar pela música?
R: Cantava e canto na igreja desde criança, mas sempre ouvi de tudo , gostava muito de Chitãozinho e Xororó , Sandy e Junior e dos cantores Gospel; ouvia muito Rose Nascimento, Mattos Nascimento, Fernanda Brum e Aline Barros.
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Sempre teve apoio e incentivo familiar nesse preferência pela carreira de cantora ?
R: Sempre , meus pais são os meus maiores incentivadores e o fato de eu nunca ter desistido foi porque eles acreditaram e acreditam no meu talento.
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Frequentou alguma escola de música ?
R: Costumo dizer que a melhor escola de música que podemos ter está nas ruas , no dia-a-dia , junto às pessoas fazendo ao vivo, deixando a música nos levar; fiz aula de canto durante 6 meses e fiz alguns intensivos de música .
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Toca algum instrumento musical ?
R: Sim , toco violão, inclusive tocar esse instrumento para mim é uma conquista por nunca ter tido uma aula para aprender , apenas por boa vontade e persistência, vendo outros tocarem um pouco aqui e um pouco ali; lembro só que meu pai me ensinou a primeira nota Ré Maior, a única que ele sabia, mas que foi suficiente para eu tentar e tentar; comecei a tocar aos 15 anos .
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Quem lhe ensinou a interpretar com total segurança ?
R: Eu sempre gostei muito de teatro, de interpretar brincando mesmo, lembro de quando o meu pai me colocava sobre a mesa, me dava algo pra fazer de microfone e dizia pra eu cantar , isso tudo me ensinou muito e com certeza o que mais me faz interpretar é cantar aquilo em que eu acredito ser verdadeiro; acho que isso faz toda diferença nas minhas interpretações .
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Você canta desde criança, ou começou a cantar na adolescência ?
R: Desde bem pequenininha, conta minha mãe , mas me lembro que aos 6 anos cantei pela primeira vez na igreja e a partir dali nunca mais parei, mas aos 12 entrei em festivais de música e comecei a me aperfeiçoar.
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De quais festivais de música você participou ?
R: Desde criança participo de festivais de música , já ganhei vários deles , mas o meu maior troféu foi a experiência que obtive em cada um deles , a nível nacional Raul Gil foi o primeiro .
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Quem mais lhe incentivou na escolha da carreira de cantora ?
R: Eu tive grandes amigos , professores que sempre me incentivaram e até mais: sempre estavam atentos a mim a qualquer possibilidade que tivesse de crescer mais no mundo musical.
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Como se sentiu emocionalmente, disputando a grande final do Mulheres que Brilham ?
R: Me senti honrada por Deus; ter chegado à final me fez acreditar mais no meu talento , me fez perceber que a música faz parte de mim e mais: o fato de estar entre tantas mulheres incríveis foi extraordinário para mim.
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É claro que entrar num palco famoso, como o do Raul Gil, desperta algum nervosismo. Como foi o seu, fácil ou difícil de controlar ?
R: Em todas as minhas apresentações , todas as vezes que entrava no palco parecia ser a primeira , tudo novo , como se eu superasse cada medo que eu tinha , o coração acelerava, eu até brincava, dizendo que o meu coração já estava no ritmo da música que iria cantar, mas sempre era maravilhoso olhar aquilo tudo e saber que tantos artistas maravilhosos que eu acompanhei desde criança foram consagrados ali, onde agora finalmente eu tinha chegado.
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Você acredita que os critérios de julgamentos nos programas de calouros são totalmente justos, ou deixam algo a desejar ?
R: Acredito que possuam seus critérios de escolha , o mercado fonográfico tem, digamos, um produto exigido . Mas acredito que se poderia ousar um pouco mais em algumas escolhas , gosto do novo.
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Qual é o gênero musical que você pretende adotar como básico na carreira ?
R: Cresci ouvindo todos os estilos de música , eu sempre gostei muito do blues onde nasce o country . Acho que a música é uma poesia que não deveria ser rotulada , posso cantar uma canção gospel em country ou rock , posso falar sobre o amor e a vida.
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Você acha que a música gospel é manifestação de fé ou apenas um gênero a mais, tentando conquistar o mercado fonográfico ?
R: Acho que a música gospel é ou não é poesia , depende da forma que eu interpreto e de como eu almejo que ela toque as pessoas, mas posso transmitir fé em qualquer estilo , a música gospel é o que mais aproxima a isso , tive o prazer de conhecer grandes poetas da música como Édison Coelho, que compôs lindas canções falando de Deus , falando da vida e que cativou milhares de pessoas; por isso vejo que tanto a música gospel como secular têm como foco atingir as pessoas, cada uma com seu objetivo , é claro .
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Acha que um cantor jovem e talentoso tem chance de vencer, sem ter dinheiro para bancar os custos de produção e divulgação de sua arte ?
R: Digamos que não é impossível, o talento é algo que não se compra, pode ser trabalhado a cada dia para o melhor desepenho da arte, o dinheiro pode comprar até um determinado caminho , sim ele é importante , mas o mais importante é o talento e a persistência .
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A indicação da dupla Bruna & Keyla, primeira vencedora do Mulheres que Brilham, para o Grammy Latino do ano passado, a incentivou de alguma forma a se inscrever nesse quadro do programa Raul Gil ?
R: Com certeza Bruna & Keyla são um exemplo para todas as mulheres que sonham com seu espaço, é muito bacana saber que conquistaram o delas , certamente isso gera grandes expectativas em todas.
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Como você avalia o incentivo do Ministério da Cultura ao desenvolvimento da arte musical no Brasil ?
R: A grande verdade é que o incentivo à cultura do nosso país ainda está longe de se comparar com o dos outros países do mundo, mas há um caminho, principalmente se nós artistas criarmos uma história cultural que dependa e ande junto com o desenvolvimento; por exemplo, onde se tenha recursos econômicos e culturais. Um país só investe em cultura se esta lhe proporcionar contrapartida , e no Brasil precisa de uma politica cultural assim , uma cultura sócio-econômica.
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No seu ponto de vista os veículos de comunicação oferecem espaços suficientes para os cantores que estão começando, ou eles são muito limitados ?
R: Com certeza os meios de comunicação abriram muito mais portas para divulgação de talentos , porém acho que poderia ser feito muito mais , como por exemplo, há muitos compositores maravilhosos com canções que precisam ser mais conhecidas; se esses veículos abrissem um leque um pouco maior para divulgação dessa arte, seria um trabalho fantástico , existem muitos artistas por aí só esperando um oportunidade.
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Dá para atender a todos os compromissos como cantora, sem prejudicar os estudos de alguma forma ?
R: Sim , com toda a certeza , a música se torna o objetivo , mas posso estudar até mesmo áreas que tenham a ver com meu trabalho.
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Seu namorado, caso possua, acompanha você na trajetória de cantora ?
R: Não tenho namorado.
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O apoio recebido da produção do Programa Raul Gil correspondeu sua expectativa ou deixou a desejar em algum aspecto ?
R: Não deixou a desejar de forma alguma , fui recebida com muito carinho e fui até surpreendida com tudo que aprendi dentro do programa.
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“Bate Bola” com Angélica Kerr
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