Você alguma vez já parou para pensar que mediunidade não é tão simples como muitos assim acreditam?
Que existe nela o fantasma anímico do próprio medianeiro? E que isso tolhe muitas vezes uma dinâmica mediúnica perfeita? E é tão importante tal assunto, que André Luiz destinou um capítulo falando sobre ela em seu livro “No Mundo Maior” através da mediunidade de Chico Xavier.
Decerto o animismo não deixa de ser uma maneira de estudos mais apurados a determinados médiuns impedindo dessa feita que se torne em um mistificador de mão cheia. É importante que em todas as manifestações em que o médium utiliza da sua mediunidade – seja ela qual for – uma análise sensata deve ser feita do responsável que se encontra à frente desses tipos de trabalhos.
Vejamos o que Calderaro nos diz a respeito do animismo no livro acima citado: “… nasceu para coibir os prováveis abusos da imaginação, entretanto, vem sendo usada cruelmente pela maioria dos nossos colaboradores encarnados que fazem dela um órgão inquisitorial…” Como podemos notar todo cuidado é pouco embora esse cuidado muitas vezes extrapola o bom senso. Devemos considerar que a mediunidade vem crescendo assustadoramente nos meios religiosos, principalmente na Doutrina Espírita. Existe nela um campo mediúnico que não está sendo melhor estudado e obras estão sendo confeccionadas sem nenhum respaldo de decência e de coerência evangélicas. Muitas dessas obras são apenas criações mentais de certos médiuns onde – em muitos casos – não existe espírito algum por trás do fenômeno mediúnico. E para piorar colocam o nome de um espírito renomado a autoria dessas obras para fortalecer ainda mais o ego por demais doentio de muitos médiuns que se dizem psicógrafos.
Nossa imaginação decerto, é fértil em todos os sentidos, principalmente quando voltamos nosso olhar nas práticas mediúnicas. Como disse, uma indústria de livros tidos como mediúnicos enxameiam bancas e editoras espíritas sem nenhum respaldo dos responsáveis que deveriam analisar tais obras antes de serem lançadas no mercado.
É muito triste quando pegamos uma obra tida como mediúnica e na sua essência não se encontra nada relacionado com a Doutrina Espírita. Para um bom observador em muitas obras mediúnicas – que não são todas – as histórias são muito parecidas, apenas mudando de cenário, de roupagem e de época, onde os personagens principais são quase os mesmos.
A imaginação diverge e muito de mediunidade. A imaginação é livre, sem controle. Não temos uma dinâmica no pensar. Pensamos ao léu e assim, a imaginação se alastra feita erva daninha sufocando outros dons mais promissores. Contudo a mediunidade não pode ser tratada com desdém. Não deve ser considerada como suposto dom mediúnico onde poderemos encontrar obras em que em suas páginas são impressas outro dom, o da imaginação de muitos escritores. É… Muita coisa existe nesse campo imenso da mediunidade e que deve ser mais bem analisado para que não se torne, nesse quanto naquele médium, um Cérbero mediúnico. Comigo, Leitor Amigo?