Durante recente estada de uma semana em Salvador, pude sentir, em contato com pessoas dos diversos segmentos da capital baiana, que havia uma insatisfação muito grande com a administração municipal comandada pelo PT, em função da queda de qualidade dos serviços públicos, que não atendiam à altura aos interesses da coletividade soteropolitana, tanto no centro histórico quanto na parte moderna e nos bairros mais afastados da grande metrópole nordestina. Um motorista de táxi, preso no engarrafamento do trânsito caótico de Salvador, chegou a me dizer que a população, de um modo geral, sentia saudade dos tempos em que a cidade era administrada pelo PFL (atual DEM), liderado pelo velho caudilho Antônio Carlos Magalhães.
Essas queixas não me surpreenderam, pois eu já tinha conhecimento acerca da falência da era PT em Porto Alegre, onde possuo domicílio, exatamente pela má gestão petista de três mandatos, que havia transformado a capital gaúcha num verdadeiro caos. Diante daquelas manifestação de desagrado, concluí que os baianos da capital, assim como os gaúchos de Porto Alegre, iriam fatalmente descartar “o mau jeito petista de governar” na primeira eleição que topassem pela frente.
Neste domingo de eleição, aquilo que eu havia imaginado, acerca de uma suposta mudança de rumo do eleitorado da terra de Dorival Caymmi e Jorge Amado, confirmou-me plenamente, em função da vitória de Antônio Carlos Magalhães Neto (politicamente conhecido como ACM Neto), do Democratas, frente ao concorrente petista Nelson Pelegrino.
Não sou filiado nem simpatizante de nenhum partido político, pela simples razão de achar que isso é coisa que não existe no Brasil de hoje. Mesmo assim, me reservo o direito de, no fiel cumprimento da atividade de comunicador, apontar, à luz do que me é dado observar, aquilo que julgo contribuir para a dignidade político-administrativa nas diversas esferas do poder. Por isso me oponho, não como político, mas como cidadão, a essa sigla partidária denominada PT, que tantos malefícios têm causado ao país, através de governantes que não governam, mas apenas usam a “máquina pública” para se perpetuar no poder, como fez Lula ao longo de seus oito anos de mandato e como faz a presidente Dilma, que, em tempo de eleições, deixa o trono do Planalto acéfalo e sai a voar no avião presidencial, para fazer campanha política em prol das candidaturas petistas, como se nós, os contribuintes, tivéssemos obrigação de sustentar seu salário de presidente e mordomias correlatas, para esse fim espúrio.
Congratulo-me, portanto, com os soteropolitanos por essa escolha acertada, que haverá de lhes devolver aquela maravilhosa Salvador de outras épocas, e, por oportuno, devo registrar aqui minha satisfação pelo fato de meu filho, o cineasta e publicitário Dimitre Lucho, ter sido um dos condutores dessa jornada vitoriosa, atuando como diretor de marketing da campanha que conduziu o neto do velho ACM ao trono do Passo Municipal onde seu avô – queiram ou não – um dia deixou saudade. Vale dizer, aliás, que esse 28 de outubro de 2012 representou para mim e minha família um domingo muito especial, já que esse êxito profissional do Dimitre aconteceu no dia em que seu irmão Diásper, professor de música e guitarrista de banda, comemorava seu aniversário, na Capital dos Pampas, livre do incômodo de ir às urnas, já que o candidato pedetista José Fortunati não deu chance ao azar e se reelegeu prefeito, no primeiro turno, com larga margem de votos em relação à segunda colocada, Manoela D’Ávila, numa eleição em que a candidatura petista acabou sendo rebaixada para a “Terceira Divisão”. .
Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor