Até Quando, Presidente (a) ?

    Será que depois de ouvir o que diz o deputado Jair Bolsonaro no vídeo inserido nesta página, alguém neste país teria coragem de acreditar que, em qualquer outro país do mundo – até mesmo naquelas republiquetas que a maioria da população da Terra nem sabe que existe – todas as ofensas dirigidas pelo parlamentar ao ministro da Defesa, Celso Amorim, e à presidente da República, Dilma Rousseff,  ficariam por isso mesmo, sem que as autoridades insultadas tomassem uma atitude, pedindo licença ao Congresso para processar aquele que usa a tribuna da Câmara para tripudiar em cima desses dois representantes do Poder Executivo ?
Eu nem vou entrar no mérito das acusações feitas pelo deputado, porque os que  acompanham minha atuação na mídia sabem perfeitamente qual é o conceito que tenho a respeito da maioria dos que ocupam hoje os altos cargos eletivos e comissionados deste país. O que estou levantando aqui não tem a ver com a pessoa da presidente e do ministro destratados por Jair Bolsonaro, mas tão somente com os elevados cargos por eles ocupados,  que, diante dessa aceitação tácita acerca de tudo quanto está contido nesse discurso em plenário,  ficam drasticamente arranhados, suscitando a clara impressão de que estão sendo ocupados por pessoas desprovidas de dignidade para representar a população brasileira nos mais altos escalões do poder.

       Isso é profundamente lamentável, pois coloca o nosso país aos olhos do mundo numa situação altamente constrangedora, já que qualquer jornaleco do além-fronteiras poderá escrever com todas as letras, se o desejar, que existe um deputado no Brasil que coloca em xeque a competência e honradez da chefe da Nação e dos seu ministro da Defesa, sem que tais autoridades movam uma palha, sequer, na busca do contraditório, enquadrando-se portanto naquele provérbio que diz “quem cala consente”. Até quando a mais alta magistratura da nação vai continuar em mãos de alguém que aceita, sem reagir, ser chamada de ex-assaltante, ex-terrorista e outros “ex” que depõem contra a honra e a dignidade, não só de autoridades constituídas, mas também de qualquer cidadão comum ?