Nos idos tempos do patriotismo verdadeiro, tinha-se nas autoridades constituídas o grande referencial daquilo que se entendia como noção de cidadania e civismo.
Há cerca de três décadas atrás, a partir da reabertura política que propiciou o retorno do Brasil à plenitude democrática, começaram a figurar nos noticiários de rádio, jornal e televisão, de forma assustadoramente crescente, notícias sobre desvios de conduta por parte de ocupantes de cargos nas autoridades constituídas de poder.
Após assistirmos à queda de um presidente da República, por atos incompatíveis com a investidura do cargo, reacendeu-se entre nós a chama da esperança, fazendo crer que, a partir de então, não mais haveria lugar para a impunidade dos que delinquem em pleno exercício do poder.
responsabilidade, sob a cantilena do “eu não sabia”.
Para sepultar de vez o restinho de credibilidade que ainda nutríamos em relação aos poderes constituídos, assistimos agora à Suprema Corte brasileira contemplar irresponsavelmente verdadeiros desacatos às leis, como a concessão do visto de permanência em nosso país do terrorista italiano Cesare Battisti, bem como a legalização da “Marcha da maconha”, em nome de uma estranha liberdade de manifestação, que nada mais é do que apologia ao crime, na sua forma mais clara e insofismável. Isso posto vale conjeturar: será que vivemos sob a égide de autoridades constituídas, ou o que temos hoje neste país são autoridades destituídas.? De espírito ético, de bom senso e de compromisso com os cargos que ocupam ?
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.