(*) Nelson Valente
O discurso “Bolsa Família ” do presidente Lula nos leva a pensar numa nova configuração geográfica, entre o Norte e o Sul: o programa Bolsa Família supostamente se destina a acabar com a fome da população de baixa renda. Se o dinheiro é utilizado na aquisição de bens de consumo e serviços, em detrimento da alimentação, não cumpre seu objetivo social.
Com isso o Bolsa Família foi transformado num programa de fidelização de votos. Os beneficiários na realidade estão vendendo votos à prestação e Lula os compra com dinheiro público ao longo dos 4(quatro) ou 8 (oito) e agora, 12 (doze)anos de mandato do Partido dos Trabalhadores. Em minha opinião, trata-se de um caso de polícia, pura e simplesmente. É compra de voto.
O povo precisa evoluir e banir do cenário político do país essas “famílias” que se assenhoraram do poder e sugam a Nação negando um futuro digno às próximas gerações.
O Brasil já gastou alguns planos “Bolsas Eleitorais” em bolsa família, bolsa miséria, bolsa gás e tantos outros programas inúteis. Sequer conseguimos romper a barreira de tirar toda população brasileira da miséria e oferecer saúde, segurança e educação.
Todos esses fatos levam a uma única conclusão. O que falta ao Brasil não são recursos. O Brasil carece de capital humano.
Dois Brasis – desigualmente desiguais.
Separatismo: uma ideia que vem de longe. A unidade nacional brasileira, firmemente proclamada logo na primeira linha da Constituição Federal de 1988, sempre foi contestada, de Norte a Sul, com mais ou menos vigor.
O separatismo nem é novo e nem se baseia sempre nos mesmos argumentos, de região para região. O histórico dos movimentos que procuraram e procuram fragmentar o Brasil, dando origem a novas repúblicas em solo americano, desde o episódio de Amador Bueno, “o rei de São Paulo”, ocorrido em 1641, até os dias de hoje.>
Ao que se vê, o nacionalismo riograndense se alastra e já é ostentado em adesivos apostos nos automóveis e lugares públicos inserindo um mapa do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná encimado pelo lema: “O Sul é o meu país!”
No Nordeste repontam reações idênticas. O aguerrido nordestino, que suporta a desgraça com dignidade, vive em estado de penúria, porque a área desenvolvida do Brasil, ao sul da Bahia, assim determinou.
O Nordeste quer isso desde o século XVII, quando os pernambucanos se uniram aos maranhenses para expulsar os franceses do Maranhão (terra de Lula e Sarney). Em 1824, a Confederação do Equador pregava um movimento separatista. Infelizmente, o desfecho foi a execução dos seus líderes, entre eles Frei Caneca. A ideia continua de pé.
Também o Estado de Mato Grosso ensaiou a independência ou anexação à Bolívia, por volta de 1892. Solidária com o Brasil, a Argentina se prontificou a mandar navios de guerra a Corumbá, o que não chegou a ocorrer porque com seus próprios meios o Brasil sufocou o movimento.
São Paulo tem uma extensão territorial superior à de muitos países do continente europeu e podendo comparar perfeitamente em seu seio uma população de mais de quarenta milhões de habitantes, ninguém poderá dizer que São Paulo não possui os elementos necessários para tornar efetiva a sua autonomia política.
Em São Paulo, a hipótese separatista foi abortada. O discurso do presidente da República caminhou para o separatismo famélico entre o Norte e o Sul. Separatismo da “ Bolsa Família”!
O governo cultiva a miséria como se fosse um patrimônio. Gasta boa parte dos recursos destinados à área social em programas de pão e circo que perpetuam a miséria e estimulam a preguiça improdutiva. Dessa forma está garantido que os filhos dos miseráveis serão miseráveis e potenciais candidatos a esses mesmos programas sócio-eleitoreiros. Em troca da política de do pão e circo o povo oferece votos.
Uns afirmam que o Brasil, apesar de tudo, está progredindo. E eu direi que não é o país que está progredindo, mas alguns cavalheiros que estão prosperando à custa do Brasil. O clima político no Brasil é tão ruim, que não há bola de cristal que não esteja embaçada.
Há uma relação inequívoca entre pobre e falta de educação, podendo com isso gerar o fenômeno da violência. Os exemplos existem em nossos bolsões de atraso, infelizmente ainda bastante numerosos no Brasil.
A educação brasileira é um grande mosaico, formado por uma grande e dinâmica diversificação. Temos sistemas avançados, principalmente no Sul do país, convivendo com esquemas atrasados, sobretudo no Norte e Nordeste.
O ingresso do Brasil ao Primeiro Mundo não pode se cingir a um exercício de retórica. Deve ser algo muito mais consistente, que passa pelos cuidados com a educação, a ciência e a tecnologia. Se investirmos apenas 0,5% do Produto Interno Bruto em Ciência aí está o sintoma claro de que nos distanciamos de nações mais desenvolvidas.
Está na hora de mudar isso. A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.
(*) é professor universitário, jornalista e escritor.
Oi Giba,
Concordo em gênero, número e grau.
Palavras muito bem colocadas que retratam a realidade do nosso Brasil do pão e circo…
Mas lembre-se que o Sr. Lula nem sempre pensou assim, foi só tomar posse que o discurso mudou da água pro vinho: http://www.youtube.com/watch?v=w6wUtk8380A
No entanto meu medo está mesmo no que está por vir, assista o primeiro e ouça o segundo:
1.http://www.youtube.com/watch?v=GLCT9DIwDdw
2.http://cbn.globoradio.globo.com/Player/player.htm?audio=2010/colunas/lucia_100915&OAS_sitepage=cbn/comentarios/luciahippolito
Abs,