Seguindo os mesmos protocolos clínicos da oncologia, o acompanhamento é importante e não deve ser postergado durante a pandemia

O diagnóstico do câncer é só o começo de uma batalha bastante árdua para qualquer paciente. Mesmo com tratamentos avançados, essa luta inclui terapêuticas agressivas eficazes na eliminação do tumor, mas que podem gerar interferências na mecânica do organismo exigindo atenção durante e depois desse combate. O coração, por vezes, é afetado e vem crescendo os olhares da sociedade médica sobre a necessidade de expandir o acompanhamento cardio-oncológico, o que levou a cardio-oncologia a ser inserida na agenda da ASCO a partir do evento realizado neste ano. Hoje, 29 de setembro, é dia do coração.

Seja por meio da radioterapia ou da quimioterapia, como também pela utilização de medicamentos para a manutenção da estabilidade da doença (em casos de câncer de mama e de próstata), efeitos deletérios sobre o aparelho cardiovascular podem acontecer. Quem explica melhor essa clínica é o Dr. Alexandre Manoel Varela, cardiologista do Centro de Oncologia do Paraná e membro do Grupo Brasileiro de Cardio-oncologia.

“Tratamentos anticâncer podem requerer protocolos com uso de drogas que afetam o desempenho do músculo cardíaco, que alteram o funcionamento normal do sistema de condução elétrica do coração, que modificam a resposta do organismo de uma forma que ‘aceleram’ o desenvolvimento de aterosclerose e suas consequências (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral isquêmico e doença arterial obstrutiva periférica), que interferem na coagulação do sangue promovendo episódios de sangramento em algumas situações e de trombose em outras, entre outras situações com maior ou menor taxa de ocorrência.”

Seguindo os mesmos protocolos clínicos da oncologia, o acompanhamento é importante e não deve ser postergado durante a pandemia

O médico ainda fala sobre os efeitos da radioterapia, especialmente em crianças, o que muitas vezes justifica o surgimento de cardiopatias em jovens e em adultos até 40 anos. “Quando aplicada, principalmente, sobre a região do tórax, a radioterapia pode vir a determinar modificações celulares que podem servir de base para o desenvolvimento de condições cardíacas adversas anos após o término do tratamento.”

O olhar da cardio-oncologia está voltado a todos os pacientes, com ou sem histórico de problemas no coração. No entanto, pessoas cardiopatas que venham a desenvolver algum tipo de câncer devem ter um acompanhamento diferenciado. Já aqueles que desenvolvem alguma afecção cardiovascular devido ao uso de quimioterápicos, são atendidos de forma a buscar o equilíbrio para realizar todo o ciclo de tratamento com a maior segurança e menor chance de complicações possível.

A partir do reconhecimento da NCCN (Rede Nacional de Câncer dos Estados Unidos), a cardio-oncologia foi inserida em 2020 na agenda da ASCO (Congresso Americano de Oncologia Clínica), que discute anual e mundialmente pesquisas, evidências e possibilidades para o tratamento da doença.

Mais de 66 mil casos são esperados no Brasil até o fim do ano. As chances de cura dependem do estágio da doença no momento do diagnóstico

Tratamento na Pandemia

Segundo o especialista, o tratamento feito pelo cardio-oncologista é igual ao do oncologista e a rotina de consultas e exames não deve ser negligenciada em virtude da pandemia da Covid-19. “As semanas ou meses em que se posterga uma consulta ou um exame pode ser a diferença entre o sucesso e o insucesso de todo o tratamento oncológico e cardio-oncológico”, alertou.

Dr. Varela ainda orienta os pacientes a buscar uma reavaliação a cada modificação de protocolo ou de dosagem na terapêutica anticâncer, assim como buscar orientação toda vez que sentir algum sintoma diferente, como cansaço, alteração na pressão arterial, sensação ou alteração nos batimentos cardíacos, etc.

Concomitantemente ao tratamento da doença, orienta-se ainda que cuidados gerais com a saúde não sejam deixados de lado. Atividade física regular, alimentação balanceada, consumo responsável de bebidas alcoólicas e o não tabagismo são condutas e hábitos que devem ser seguidos e praticados sempre, em todos os momentos, inclusive durante a pandemia.

Seguindo os mesmos protocolos clínicos da oncologia, o acompanhamento é importante e não deve ser postergado durante a pandemia

Sobre o Centro de Oncologia do Paraná

Desde 1991, o Centro de Oncologia do Paraná se dedica ao tratamento do câncer, priorizando um atendimento exclusivo, sempre atualizado e com ênfase no relacionamento médico-paciente. Conta com um corpo clínico qualificado, com profissionais especializados na área de cancerologia, incluindo cirurgia oncológica, vídeo-cirurgia, oncologia clínica, mastologia, oncologia pediátrica, e oncologia ginecológica. Possui uma equipe multidisciplinar com especialistas em dermatologia, ginecologia, mastologia, urologia, hematologia, farmacêuticos, nutricionistas e psicóloga.

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