Lino Tavares

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       Ilustres comandantes militares, Almirante Eduardo Leal Ferreira (Marinha), General Eduardo Villas Bôas (Exército) e Brigadeiro Nivaldo Rossatto (Aeronáutica)

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COMANDANTES

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Ocorre-me dirigir aos senhores um apelo, que diz respeito a uma ameaça latente de possível invasão de forças estrangeiras ao território brasileiro, advinda de nações vizinhas da América do Sul. Recebi de um colega jornalista da Venezuela uma informação, depois confirmada na mídia, segundo a qual o presidente daquele país limítrofe, Nicolás Maduro, manifesta publicamente sua solidariedade e seu apoio à manutenção do Governo Dilma e à preservação impune do ex-presidente Lula, ora investigado como suspeito de crimes contra o erário. A manifestação, por si só, pode ser encarada como um direito democrático de liberdade de expressão e não se revestiria de substância para o artigo, em forma de carta aberta, que ora vos dirijo. Acontece, porém, que a manifestação do presidente Maduro extrapola os limites do tolerável, haja vista que incita as chamadas “forças populares” dos países sul-americanos a se insurgirem contra qualquer ação, ainda que legal, que vise à retirada da presidente Dilma Rousseff do poder, pelo instituto do Impeachment ou cassação por parte da Justiça Eleitoral.
O presente apelo, como pode ser visto à luz do teor deste artigo, não tem caráter golpista, nem entra no mérito da permanência ou não da atual presidente brasileira no cargo para o qual foi eleita em 2014. Aliás, sequer fala em tomada de posição em relação ao caos institucional que ora vivemos neste país, em razão dos fatos de todos conhecidos. Levanta questão, tão somente, para a necessidade de um alerta geral em nossas Instituições armadas, com vistas a essa pretensa reação instigada pelo presidente venezuelano, que coloca em risco a nossa soberania e a liberdade de todos os brasileiros, inclusive dos que democraticamente vão às ruas empunhando bandeiras vermelhas, em apoio à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula.
Reconheço que pode até parecer estranho eu dirigir essa carta-artigo aos comandantes militares ao invés de o fazer diretamente ao Ministro da Defesa, Sr. Aldo Rebelo. Antes de editar e publicar esse texto, até cheguei a aventar tal hipótese, que seria o caminho natural dentro da escala hierárquica que delimita as atribuições inerentes às ações relativas à segurança nacional. Senti-me, porém, constrangido em dar campo a essa tomada de posição, até por uma questão de respeito ao atual ministro da Defesa, já que possui forte identidade ideológica com o desafiante presidente Nicolás Maduro, na condição de líder histórico do Partido Comunista do Brasil.

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