Carta de uma Marxista
     Para os que acham que combater o governo corrupto e paternalista que aí está é coisa de gente da “direita”, chegou a hora de rever esse conceito.
     A missivista abaixo é marxista confessa e materialista, como convém aos que acreditam que somos um fim e nós mesmos.
     Abçs
 Lino Tavares

Essa carta foi lida em plenário pelo Senador Alvaro Dias, no dia 16 de maio de 2012. Abraço

BRASIL CARINHOSO. BOM DIA, DONA DILMA.
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO. Brincando de Mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil. R$70,00 (setenta reais) per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para “engordar” sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama fazer filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano qüinqüenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmolas do governo do PT. É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a platéia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente. Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, marxista, sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante. Vocês são adeptos do “quanto pior, melhor”. São discricionários, praticantes do “bullying” mais indecente da História do Brasil. D. Pedro II ficaria envergonhado. Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição, enfiando, goela abaixo das camadas sociais pagadoras de impostos, seu modus operandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmolas. A partir de vocês, Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp. Vocês selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida de que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. As cotas e o PROUNI foram legitimados pelos ministros nomeados pelo Palácio do Planalto. A Câmara Federal endoidou? O Senado endoidou? O STF endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Nas décadas de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, naquela trincheira, junto comigo, junto com a UNE. Se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor, alguém pare o trem que eu quero descer! Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor, com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para ontem. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de 3. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais. Em casa não sabe sequer consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste. Nossos meninos e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando. Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz. Ele tem o mapa da mina. A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente. Com biblioteca, auditório e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão é exorbitante. Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa. Só que educação não é despesa. É investimento. E tem que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente. Povo educado se alimenta corretamente, adoece menos, ganha mais, recolhe mais imposto para as burras dos governos. Vale a pena investir mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta. Só que tem um detalhe: povo educado deixa de ser eleitor de cabresto e aí é que a porca torce o rabo. Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com quem está falando. Sra. PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for preciso. A primeira chibatada é o seu veto a este Código Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e aprendizado. O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do agronegócio e a histeria da reforma agrária bandoleira que vocês estão promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental. Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A senhora não é “os outros”. A senhora é a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel, qualquer. Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro. Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de empregos, pagadores de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a corte perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunista e voraz. A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários do programa BOLSA-FAMÍLIA? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício. Estou firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar o problema de ninguém, ainda terá o condão de produzir uma casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro, a maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileiras vão ficar chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à delinquência e às drogas. Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero, com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no ostracismo social, desprecisada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês. A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro de carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais. Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democracia é isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói. Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor, corrija esta informação. Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou concorde. O contraditório é muito saudável. Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma? Carinho de presidentE da república do Brasil neste momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula, do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho. PAÍS RICO É PAÍS QUE ESTUDA E TRABALHA. Vamos mudar o slogan, dona Dilma Rousseff? Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária. Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a jogada. Suja. A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero social. Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão da História, dona Dilma! Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para sustentar a máquina extraviada do governo petista. Último lembrete: a pobreza é uma conseqüência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro. Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu. Atenciosamente, Martha de Freitas Azevedo Pannunzio Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012

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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta , compositor e um grande amigo.

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5 thoughts on “Carta de uma Marxista à Presidenta

  1. jornalista Lino Tavares says:

    Pois é, amiga Atena (se me permite chamá-la assim).
    Mas – até pelo fato de vivermos entre dois Polos (o Norte e o Sul), há coisas neste Planeta que são polarizadas, sem a alternativa do meio termo. Não tem como não ser comunista, fazendo o jogo dos comunistas, que outro não é senão vender a falsa imagem de herói acerca de quem, na verdade, nunca passou de traidor. Talvez tenhamos sido contemporâneos, como estudantes, no tempo do “Regime Militar”. Na minha faculdade de jornalismo (PUC RS), convivi com colegas de todas as correntes doutrinárias, mas nunca tive notícia de que algum deles – ainda que comunista confesso – tivesse sofrido constrangimento ou impedido de prosseguir livremente na carreira pela qual optou. O que era reprimido não era a ideia, mas sim a ação. Aquela que, como a VAR-PALMARES, da hoje presidente Dilma, praticava assaltos, sequestros e outras barbáries, com o fito de arrecadar fundos para a causa nefasta do entreguismo vil do Brasil à ditadura do proletariado, comandada por Moscou. Essa sim, imperialista no sentido exato do termo, porque anexava países indefesos aos caprichos do domínio soviético.
    Gostaria que a Senhora – pessoa culta, como já deu para perceber – voltasse a esse espaço e me respondesse a seguinte pergunta: “A Senhora acredita piamente que, se o “Império dos Estados Unidos” tivesse se esfacelado antes de a União Soviética falir, o governo central de Moscou – então com domínio bélico sobre o Planeta – teria poupado as nações protegidas pelo Exército Americano,deixando de invadi-lás e incluí-las na implacável “Cortina de Ferro” ? Se não acredita nisso, então há de convir comigo que, na pior das hipóteses, os Estado Unidos da América sempre representaram para a humanidade da era moderna uma espécie de “mal necessário”. Exatamente como foi a Revolução de 31 de março de 1964,apoiada pela Cia – Graças a Deus – chamada impropriamente de “Ditadura”, sem nunca ter estado nas mãos de um “Ditador”, pois havia alternância no poder de 4 em 4 anos, sem direito a prorrogação de mandato, ao contrário do que acontece hoje, em plena democracia, por conta da qual o então presidente Lula, atolado em corrupção até o pescoço, no caso Mensalão, além de não sofrer o “Imepachment” que merecia, ainda se deu ao luxo de esticar aquele mandato cercado de roubalheiras por todos os lados.

  2. Atena says:

    Sr. Lino:
    Realmente não sou tão bem informado quanto o senhor. Não circulei nos porões e corredores das fortalezas durante a ditadura. Na época era apenas uma estudante que foi, em algumas ocasiões, testemunha dos desmandos do regime.
    Uso termos como talvez ou provavelmente porque sou uma pessoa de bastante bom senso e minha lucidez me impede de afirmar como real qualquer coisa que eu não tenha testemunhado.
    Também jamais afirmo algo em se tratando de seres humanos, pois somos seres muito complexos, mentirosos e enganadores muitas vezes.
    Tive oportunidade de enviar meus filhos para estudarem nos Estados Unidos, mas jamais o faria porque considero aquele país lamentável na sua arrogância e imperialismo, sem falar nas atividades suspeitas de sua CIA e outras agências secretas.
    Se o senhor entendeu bem o texto deveria ter notado que não fiz apologia do comunismo, bem pelo contrário, foi um chamado à reflexão das pessoas extremistas e radicais que só conseguem ver um lado das questões.

  3. jornalista Lino Tavares says:

    Em relação ao texto aludido pela leitora Atena (não confundir com Dateta), a minha resposta é clara, objetiva, concisa e fundada naquilo que sei por experiência própria, não usando, portanto, coisas como “talvez”, “provavelmente” ,etc.
    VEJA:
    Eu nunca havia lido nada tão patético como o citado texto. A pessoa que o escreveu deveria reservar para si o “NÚMERO UM” do contingente de “ignorantes” a que se refere, no sentido de ignorar fatos. É tão insegura, no trato desse tema, que usa expressões como “provavelmente”, etc., porque certeza do que diz – dá para perceber – ela não tem.
    Afirmar que, entre os guerrilheiros, só alguns eram comunistas, querendo fazer crer que Dilma Rousseff não o é, chega às raias do hilário. Será que não viu a Presint(A?) no programa do PCdoB, chamando seus integrantes de antigos companheiros de lutas. Que lutas ? Em prol de uma redemocratização igual à “democratura” de Cuba, da Coreia do Norte ou da China ? Nos arquivos dos quartéis – quem teve acesso a eles sabe disso – está tudo registrado. Inclusive o assalto da Organização VAR Palmares da “Estela guerrilheira” (Dilma Rousseff para quem não sabe) ao cofre na residência do Adhemar de Barros, ex governador do Estado de São Paulo, além de vários atos terroristas, em nome da causa, que outra não era senão o entreguismo vil e covarde de nossa soberania aos ditames de Moscou. O deputado Jair Bolsonaro revela tudo isso em plenário, nas barbas dos petistas, e ninguém tem coragem de pedir permissão ao Congresso para processá-lo, por calúnia e difamação. Por que não o fazem, afinal ele acusa de bandida nada menos do que a atual president(A?) do Brasil. Eu sei por quê. Pelo falto de Bolsonaro ser oficial da reserva e conhecer a fundo tudo quanto afirma hoje como parlamentar. Por outro lado, é curioso que muitos dos que classificam os Estados Unidos de imperialismo fazem das tripas coração para mandarem seus filhos para lá, a fim de conseguirem na vida o que, neste país atrasado e mal governado chamado Brasil, só conseguem os apaniguados ou aparentados do poder, como o “Lulinha” que, fruto do tráfico de influência do pai demagogo e corrupto, conseguiu multiplicar seu patrimônio de forma relâmpado, como fez impunemente o “queridinho” do PT, Antônio Palocci. Meus pêsames a esse texto carente de verdades. Sou jornalista muitíssimo bem formado e bem informado. Tenho dois filhos e quero para eles o Brasil livre e progressista que conheci, em que vivi e fui feliz, nas décadas de 1960 e 1970. Aquele que Roberto Carlos canta, dizendo “O que ontem foi felicidade, me mata agora de saudade/ Velhos tempos, belos dias”. Será que tem alguém cantando assim na Rússia, morto de saudade da ditadura comunista que apodreceu por lá ? Gostar ou não dos meus textos é um direito de qualquer um. Não escrevo para agradar e sim para esclarecer verdades amordaçadas pela cantilena dos que ontem traíam a Pátria e hoje a desgovernam, respaldados por uma mídia mercenária que vende a alma ao Diabo, para conseguir o que quer (DINHEIRO).

  4. Atena says:

    Pela primeira vez leio aqui algo que vem do Sr. Tavares que me agrada. Mas, claro, o texto não é dele.
    Assino embaixo do que disse essa professora. Sempre considerei equivocada essa atuação paternalista do PT. Enquanto o Brasil for país de ignorantes não tiraremos o pé do barro.
    Para você entender porque não gosto dos escritos do Sr. Tavares leia o meu último post: “Nem tudo é o que parece”.
    abração

    • Giba says:

      Olá Atena, tudo bem contigo?
      Eu concordo com o Lino Tavares em relação aos radicais de esquerda.
      A visão dele é a visão de um militar do exercito que atuou durante o governo militar, então dá para entender seus pontos de vista.
      O grande problema que vejo em relação a política é que apenas os radicais e os que se vendem chegam ao poder, seja aqui ou em qualquer outro país do planeta.
      Li seu texto e deixei os comentários em seu blog, vou recomenda-lo.
      Um grande abraço

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