Ainda sobre o decreto das cartas patentes dos Oficiais R2
As cartas patentes dos Oficiais R2 foram o tema do texto anterior, e inicialmente a coluna agradece as mais de 200.000 visualizações que ele recebeu.
Decorrido algum tempo daquela publicação, ainda sob efeito do referido decreto, tinha escrito que decreto não revoga lei federal, por ser um princípio ainda albergado pelo sistema legal e pela pirâmide de leis de Hans Kelsen, que elaborou a vetusta obra a “Luta pelo Direito”, obrigatória nos primeiros meses do curso de ciências jurídicas e sociais.
Pois bem, logo após a publicação feita pela coluna houve alguns desmentidos, reconhecendo o erro do decreto e a garantia de nova publicação, corrigindo o equívoco legislativo. Mais sorrisos e abraços de autoridades militares embalaram o presente grego que está na frente dos Oficiais R2.
Mas qual a posição da coluna, também, veterano, com passagem por 03 (três) organizações militares, da época que esteve na ativa? Anotem ai: nada! Isto mesmo. Não será mudado o decreto, pois isto veio justamente para causar cizânia e lamentavelmente exsurge de dentro da organização que tantos Oficiais R2 serviram, tratando-se de verdadeira “redução de capacidades”.
O Oficial R2, sem a representação gráfica da carta patente, volta ao posto que tem direito quando não conclui o curso de formação sem aproveitamento: será um cabo, e nada contra esta graduação, até porque, meu pai foi cabo de infantaria, do 8º Regimento de Infantaria.
E, aí, fica a pergunta, sem resposta definida ainda, direcionada aos CPORs e NPORs espalhados pelo país, que não formarão mais Oficiais da Reserva e, sim, cabos do Exército Brasileiro: qual a finalidade de tais escolas de formação? Não corra o risco de dizer que é formar Oficiais, pois não poderão cumprir com este anúncio.
Será mais uma “fake news” Com as cãs já tomadas, sugiro que se veja, de fato, qual o real objetivo do decreto das cartas patentes. Já se demonstrou que está errado, que em tese não produz efeito para quem detém o posto, mas em administração pública, não há “palavra mal escrita” ou “mal empregada”! Há, isto sim, um interesse que nem sempre é revelado ou apresentado.
Muitas vezes se faz como “boi de piranha” para ver como as coisas acontecem em decorrência de interesses velados. Isso aí, velado, escamoteado, com “cara de uma coisa e é outra”, exatamente como foi feito neste caso! Então, qual o interesse do exército nisto? Sei que não haverá resposta.
Nota do editor
CPOR
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Objetivo: Formar líderes com conhecimentos militares básicos (moral, física e técnico-profissional) para atuar em funções de comando de pequenas frações de tropa, como pelotões, tanto em tempos de paz quanto em situações de guerra.
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Curso: O Curso de Formação de Oficiais da Reserva (CFOR) dura cerca de um ano, geralmente em meio período (manhãs), e inclui disciplinas teóricas e práticas. Os alunos podem se especializar em áreas como Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Intendência ou Material Bélico.
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Localização: Existem apenas cinco CPORs no Brasil, nas cidades de Rio de Janeiro (CPOR/RJ), São Paulo (CPOR/SP), Belo Horizonte (CPOR/BH), Porto Alegre (CPOR/PA) e Recife (CPOR/R).
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Jovens do sexo masculino (devido ao alistamento militar obrigatório no Brasil) que estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio e estejam matriculados em uma universidade reconhecida pelo MEC.
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O processo seletivo inclui alistamento militar (aos 18 anos), exames físicos, médicos, psicológicos e uma prova intelectual (português, matemática, história e geografia, nível ensino médio).
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O primeiro CPOR foi criado em 1927, no Rio de Janeiro, inspirado nos modelos de formação de oficiais da reserva do Reino Unido (UOTC) e dos EUA (ROTC). A ideia era preparar cidadãos para integrar a reserva militar, fortalecendo a relação entre o Exército e a sociedade.
NPOR
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Objetivo: Preparar cidadãos para exercerem funções militares básicas, com foco em comando, liderança e conhecimentos técnico-profissionais, tanto em tempos de paz quanto em mobilizações de guerra.
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Curso: O Curso de Formação de Oficiais da Reserva (CFOR) no NPOR tem duração de cerca de um ano, com aulas teóricas e práticas, muitas vezes em meio período (ex.: manhãs). A especialidade oferecida depende da unidade militar à qual o NPOR está vinculado (ex.: Infantaria, Artilharia, Engenharia).
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Localização: Diferentemente do CPOR, que é um centro autônomo com unidades fixas em cinco cidades (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife), o NPOR está anexo a organizações militares existentes, como batalhões ou regimentos, e pode ser encontrado em diversas cidades do Brasil.
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Homens (devido ao alistamento militar obrigatório) com ensino médio completo ou em curso, geralmente matriculados em uma universidade reconhecida pelo MEC.
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A seleção envolve alistamento aos 18 anos, testes físicos, médicos, psicológicos e uma prova intelectual (português, matemática, história e geografia).
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Estrutura: O NPOR é um núcleo ligado a uma unidade militar específica (ex.: um batalhão de Infantaria), enquanto o CPOR é uma instituição independente com infraestrutura própria.
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Especialidades: O NPOR forma oficiais em uma única especialidade, conforme a unidade à qual está vinculado. O CPOR oferece várias opções (Infantaria, Cavalaria, Artilharia, etc.).
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Quantidade: Há mais NPORs espalhados pelo Brasil do que CPORs, tornando-os mais acessíveis em algumas regiões.
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Após o curso, o oficial R2 formado no NPOR recebe a “carta patente” de aspirante-a-oficial e pode ser convocado para servir ou permanecer na reserva. A formação também enfatiza valores como disciplina e cidadania, sendo uma ponte entre a sociedade civil e o Exército.
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O combatente do bom combate só se sente um “Medieval” à pé e solitário, quando se sente abandonado pelo resto da tropa…refleti sobre este sentimento e é exatamente assim que me sinto também. Este abandono não se dá pelo fato de não ter sobrado mais ninguém pós batalha e sim pelo FATO de não existir mais a instituição pela qual lutei…não sobrou mais o propósito…enterram-se até as espadas…sobra somente a tristeza e a solidão…golpe final para acabar de vez com o homem.
Recomendo Rudyard Kippling, na obra “Se”; ou seja “persista”! Vamos manter o juramento feito. Saudações de Cavalaria!