Aécio Cesar
O que faríamos se descobríssemos que alguém do nosso meio familiar estaria passando por dificuldades morais e espirituais? Pela lógica, o ajudariam da melhor maneira possível. E se esses irmãos fossem os irmãos de Humanidade? Aí teríamos um abismo para ser ultrapassado. Mas, por que esse sentimento não se faz comover por aqueles que não fazem parte da nossa casta familiar? A consanguinidade nos impediria de auxiliar mais diretamente no Bem Maior? Decerto que não.
É de se convir que esse ato de auxílio não seja tão participativo, pois que em inúmeras famílias ainda existem grandes arestas a serem aparadas. E o que fazem muitos? Deixam que elas cresçam em conluio com o joio da antipatia, do rancor e do ódio. Se não podemos dar um pouco de nós àqueles que nos cercam mais de perto, o que dizer àqueles outros que não fazem parte do nosso convívio familiar?
Com esse objetivo o nosso comentário dessa semana complementa com a sabedoria do espírito Albano Metelo que ora se encontrava na tribuna da colônia espiritual “Templo da Paz”, dizendo com acerto à platéia que o ouvia num misto de assombro e simpatia: “… depois do túmulo, há simplesmente continuação da vida. Céu e inferno residem dentro de nós mesmos”. Em uma de suas vertentes, encontramos dentro da Doutrina Espírita, certos confrades que ainda não compreenderam que necessitam estudar mais para entender melhor como se concretiza essa continuação da vida depois do túmulo.
Como bem disse o orador acima, narrado por André Luiz pelo lápis do saudoso médium Chico Xavier, através do livro em estudos “Obreiros da Vida Eterna”, existe continuidade, sim, da vida além-túmulo. Todos nós iremos para a pátria espiritual com nossas virtudes quanto nossos vícios, nosso Céu e nosso Inferno, respectivamente. Reconhecendo, assim, que para deixarmos um vício depois da morte do corpo demanda certo tempo de adaptação, essa adaptação será intercalada por doses menores dos próprios vícios que alimentávamos na Terra, confeccionados por entidades zelosas para esse fim.
Infelizmente muitos que, ao lerem esse comentário não se sentirão satisfeitos com a sua essência, classificando-o como paradoxo, mas não me importam com o que dizem tendo a minha consciência tranquila e a minha vigilância nos estudos maior ainda. Que venham eles. Lembro-me bem a perseguição feita por confrades que ainda não têm assimilado os conceitos da Doutrina Espírita na sua essência, a um médium conceituado quanto ao espírito, um de seus mentores que, numa de suas primeiras obras relatava que ainda – no Além – tinha o vício do tabagismo. Isso para muitos foi o estopim para um escândalo. Mas hoje ele está mais maduro e, creio, já deixou de alimentar desse vício. Mesmo sendo médico psiquiatra, esse espírito, com certeza, se tratou para se abster do cigarro. E, assim sendo, quem somos nós para jogar pedras no telhado dos outros, se alimentamos, na surdina dos homens, mas não de Deus, vícios mais escabrosos? Concorda comigo, Leitor Amigo? Cap.1-c