Como Está Difícil Ser Petista 3Lino Tavares

 

Perdoem-me a franqueza, mas as expressões PETISTA e DO BEM são como dois corpos sólidos. ELAS NÃO TEM COMO OCUPAR O MESMO LUGAR EM UM MESMO ESPAÇO.
Será que daria para dizer, por ezemplo, EU SOU DO BEM, MAS COMUNGO COM OS IDEIAIS DO PALOCCI, DO ZÉ DIRCEU, DA ERENICE GUERRA E COM AS PRATICAS DO MENSALÃO  ?
O comentário a seguir se justifica na íntegra.
Abçs

Lino

 

A dor de ser petista


Glauco fonseca
No fundo, o bom petista é aquele que vê seus pares navegando na sacanagem e pensa: “cara, seria bom esse cara sair do partido, pois não foi pra isto que eu me tornei petista”. Desde o Mensalão (hoje um substantivo próprio, com direito à maiúscula no início e tudo), as bandeiras tremulam pouco ou quase não mais. Esta falta de bandeiras na rua, de adesivos nos carros, de camisetas e outros adereços é a melhor parte da demonstração do constrangimento petista. E isto mostra, ao contrário do que se pode pensar, que o partido tem – sim – futuro.
Não obstante o Mensalão, que caminha solene para sua extinção jurídica, graças à justiça brasileira falha e lenta (esta sim, a maior responsável pelas mazelas do país), os petistas abrem os jornais e lá estão seus eleitos envolvidos em algum escândalo, alguma falcatrua, algum “malfeito”, o mesmo que “crime não contabilizado” em dialeto petista. Não deve ser fácil, não deve ser nada confortável ser petista nos últimos seis anos. Mas o pior ainda nem é isso.
O mais constrangedor, o mais dramático, é conversar com um petista e observá-lo tentando defender seus representantes. Tentam sem parar, de modo patético, defender um Pimentel, um Palocci, um José Dirceu. E isto os faz diferentes de outros partidários. Os pedetistas, por exemplo, foram defender seu Carlos Lupi, mas não foram fazê-lo correndo ou incondicionalmente. Alguns até mesmo disseram que ele deveria sair do governo. Pergunte a um petista, apenas para fins de constatação sociológica, se ele acha que Pimentel deveria sair do Ministério. Ele, em primeiro lugar, vai alegar perseguições da mídia conservadora. Em seguida, vai lembrar-se de algum ministro de priscas eras FHCianas para tentar não apenas comparar, mas sobretudo para justificar o “malfeito” por parte de seus partidários. Por fim, já sem argumentos, preferirá, solenemente, outro assunto que não política. Música, talvez, ou rendas de bilro.
Hoje em dia, não é fácil defender as esquerdas brasileiras. Se antes havia a dor e a delícia de ser de esquerda, agora a dor fica por conta do eleitor. A delícia virou privilégio dos eleitos, que multiplicam patrimônio escandalosamente, fazendo consultorias milionárias (ou “fortunas não contabilizadas”, em dialeto petista).
Até mesmo a cantilena que aponta para a mídia má e conservadora não dá mais para comprar. E aqui vai algo para os petistas pensarem, pra eles refletirem. Aí vai: amigos petistas, se a mídia realmente funcionasse do jeito que vocês pensam, Lula teria sido reeleito depois do Mensalão? Se a mídia realmente tivesse a efetividade tão desejada, vocês realmente acreditam que Fernando Haddad, depois de três burradas seguidas com o ENEM, poderia ainda ter chances na disputa para a prefeitura de São Paulo? E, por fim, vocês acham que, depois de tanto escândalo, se a mídia fosse algo assim tão forte, o PT ainda existiria?
Não deve ser fácil ser petista, comunista, trotskista ou coisa do gênero nos dias de hoje.
Mas ainda existem pessoas de bem que fazem a diferença. Pessoas que fazem suas revoluções diárias, internas e silenciosas. Na esquerda também há estas pessoas.
E elas hão de prevalecer, um dia, para bem de seus partidos, da democracia e do Brasil.
“Matzembacher,André
Santa é a guerra e sagrada são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar”

Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor

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2 thoughts on “Como Está Difícil Ser Petista

  1. Maria Marçal says:

    Difícil tomarmos partido por este ou aquele atualmente.
    Se, como anos atrás, tínhamos poucos partidos e, assim,fácil se posicionar.

    Hoje convivemos não mais com ideologias, participamos, involuntariamente, de agremiações falidas em honra, dignidade e cumpridoras da Constituição.

    Assim diria que não está somente difícil ser petista.

    Maria Marçal- Blog Maturidade – Porto Alegre – RS

  2. Hercílio Souza says:

    Você tem razão em generalizar, Maria Marçal. Afinal, nessa conjuntura das quadrilhas sucedentes ao Regime Militar, quem não tem pecado na área política que atire a primeira pedra. Mas temos de convir que o ônus da safadeza que aí está cabe de forma quase totalitária ao PT, que dirige o país há cerca de 9 anos e outra coisa não fez senão abrir as portas do poder para o acesso dos maiores facínoras de nossa história política recente. Ontem morreu o ditador feudal implacável da Coreia comunista do Norte. Fidel Castro decretou luto oficial por três dias em Cuba, antigo asilo da extrema esquerda brasileira hoje no poder, tendo como líder maior a ex- guerrilheria e admiradora confessa do Regime de Fidel, Dilma Rousseff, também conhecida como Estela nas rodas comuno-terroristas da década de 1970. Afinal, isso é ou não é um contrasenso em um país democrático como o nosso ?

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