Como poderíamos pretender que o nosso Brasil melhorasse mundialmente sua imagem?
Lino Tavares
Aprendi na faculdade de jornalismo que frases como “um cachorro mordeu um homem” não têm potencial informativo para figurar numa manchete. Se contudo o fato ocorrido puder gerar uma frase como “um homem mordeu um cachorro”, aí sim, estaremos diante de uma notícia rara capaz de atrair um público-alvo de grandes proporções.
Recentemente a mídia noticiou que o Brasil caiu no Índice de Percepção da Corrupção e alguns comunicadores, notadamente integrantes dos veículos de maior audiência, revelaram-se de certo modo surpresos com o resultado negativo dessa pesquisa, sem deixar margem a que se entenda o porquê dessa estranheza, se tão somente isso, e nada menos do que isso, era o que se poderia esperar de um país como o Brasil.
Que abertamente, aos olhos do mundo, optou por valorizar as ações corruptas do poder e punir com severidade aqueles que, pouco tempo atrás. combateram tenazmente as ações corruptas em que se envolveram os mais altos escalões do governo, colocando na cadeia os principais agentes dessas mazelas governamentais.
Como poderíamos pretender que o nosso Brasil melhorasse mundialmente sua imagem, tendo à testa da mais alta magistratura da nação o mais notável agente corrupto do país, duplamente condenado em três instâncias judiciárias, na pessoa do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, cujo benefício que o tornou elegível, atropelando a Lei da Ficha Limpa, foi concedido como paga de gratidão por parte dos juízes do STF indicados pelo próprio ladrão beneficiado?
Com que credencial alguém poderia pleitear melhor sorte ao Brasil, no ranking mundial de avaliação da corrupção, se o principal promotor da Lava Jato, Deltan Dallagnol, responsável pelas investigações que desvendaram roubalheiras de bilhões de reais, por parte do conluio entre governo do PT e empresas prestadoras de serviços, teve seu mandato de deputado e seus direitos políticos cassados por uma Justiça Eleitoral, que há bem pouco tempo fez das tripas coração para eleger Lula ladrão presidente da República, numa eleição altamente suspeita em que o Tribunal Superior Eleitoral, representado por seu então presidente Luiz Roberto Barroso, interferiu criminosamente nas ações do Congresso, para evitar que o voto impresso fosse aprovado pelo Legislativo, dando transparência ao processo eletivo?
O mesmo ministro, aliás, que depois da eleição presidencial estufou o peito diante de uma plateia, dizendo enfaticamente “Nós derrotamos o bolsonarismo”!
Não é preciso descobrir mais nada de ação corrupta para ver este país despencar na avaliação mundial da honorabilidade pátria.
Basta conservar no poder Executivo a quadrilha que lá está, os indivíduos de escasso saber jurídico e pouco escopo moral, compondo nossa esquartejada Suprema Corte, o Congresso venal que troca projetos espúrios por emendas parlamentares e essas Forças Armada pusilânimes que a tudo assistem de braços cruzados, como se estivéssemos navegando na mais completa normalidade institucional, sob a égide de uma Constituição respeitada e uma democracia consolidada.