Lino Tavares

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  Esta página Arte e Cultura, onde já figuraram artistas brasileiros e internacionais laureados, como a cantora mexicana Aida Cuevas, a Banda Dolface, de Las Vegas,  e a Banda Cover Freddie Mercury, da Argentina, tem como entrevistado nesta edição o cantor de música regionalista gaúcha Cristiano Fantinel, um dos expoentes do cancioneiro do Pampa, com brilhante passagem por festivas nativistas do Rio Grande do Sul, entre os quais a Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana, o mais expressivo do gênero.

Nosso entrevistado nasceu em Alegrete, na Fronteira Oeste gaúcha, onde cresceu vendo e ouvindo as diversas formas de manifestações da arte campeira, largamente cultivada na região, que concentra o maior número de CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) do estado, onde se realiza, além de eventos tipicamente campeiros, como a Campereada Internacional de Alegrete, o tradicional Desfile Farroupilha, que no dia 20 de setembro do ano passado (data consagrada ao evento), foi considerado o maior desfile a cavalo  do mundo, em todos os tempos. No cenário musical, a cidade promove anualmente o FAC (Festival Alegretense da Canção) e já foi palco de dois grandes festivais nativistas: a Ronda da Canção Gaúcha e o Canto Alegretense da Canção Gaúcha, cujo nome foi inspirado no famoso “Canto Alegretense”, uma das mais tocadas músicas do gênero no Rio Grande do Sul, de autoria dos irmãos Nico e Bagre Fagundes.

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Biografia

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    Cristiano Dornelles  Fantinel,  27 anos, é formado em ciências  Contábeis. No meio artístifo, atua como, msico, compositor e vocalista.

Tem  seu repertório voltado  para a música  nativista de raiz  e  integra o  CRISTIANO FANTINEL E  GRUPO MISSÕES, que tem percorrido várias  fronteiras  do  RS, Santa Catarina e o Paraná.

Atualmente participa do SISTEMA FECOMERCIO – PROJETO SESC  MUSICA,  pelo qual tem  realizado vários  espetáculos musicais, através  do Projeto “De  Missões  e  Fronteira”,  cultuando as   verdadeiras  raízes das lides, da história e  da cultura  dos seus antepassados. Seu produtor  cultural é o jornalista e  empresário  Nilson  Gomes, diretor do jornal Expresso Minuano, de Alegrete.

Cristiano sintetiza seus primeiros passos nessa estrada,  que hoje percorre com a altivez típica do “cantador do Pampa”, nesses termos:  “Sempre!! Sempre quis cantar, mas planejava trabalhar em outra área paralelamente, então busquei uma formação, depois financeiramente estável e com um trabalho musical mais consolidado, partir para a música, porém o destino antecipou as coisas e desde junho de 2012, vivo da minha arte. Lembro que certa vez no jardim de infância a professora estava montando uma apresentação com a gente e precisava de um solista, não sei por qual motivo me candidatei, e desde então percebi que queria cantar”.

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Cristiano Fantinel Responde

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Você sempre preferiu música de raiz, ou alguma vez se interessou por MPB?

R:No rádio de casa tocava Gildo de Freitas, Os Bertussi, Os Mirins, Monarcas… e depois descobri as Califórnias e a música Missioneira. A MPB, o Rock e outros estilos musicais também me chamaram atenção, já fiz barzinho, cantei em boate, casamento e até velório, mas o Nativismo sempre foi minha paixão.

Qual é o tipo de música gaúcha que você prefere cantar?

Prefiro a música nativa, que canta a terra, a natureza, os amores e o dia a dia do homem do campo.

Considera que o incentivo familiar contribuiu para seu ingresso na carreira de cantor?

Com certeza! Principalmente por parte da minha mãe. Sempre me acompanhou, desde as atividades do CTG Farroupilha de Alegrete-RS, onde comecei a participar das invernadas de dança e dos concursos de solista vocal, a dona Magali é minha maior incentivadora.

Além de cantar, você toca algum instrumento?

Sim, violão.

Dentre as diversas músicas que já cantou, qual delas marcou mais em sua carreira?

A obra que mais marcou foi uma milonga chamada, Rancho Solidão com letra de Maximiliano Alves de Moraes e melodia minha, defendida por mim e campeã do 1° Canto Nativista da Canção Alegretense, no ano de 2006. Especial por ser meu primeiro festival, pela composição ser minha e por ser parceria com este grande amigo, me mostrou que eu podia contribuir com a música gaúcha.

Você ainda sente algum nervosismo ao pisar no palco?

Sim!! Principalmente nos festivais. Tu pode prejudicar a obra de um colega, que dedicou tempo e inspiração nessa composição. A responsabilidade é grande!

Como você classifica o padrão musical brasileiro deste inicio do século 21?

O Brasil é um grande caldeirão que ferve musicalmente, tem muita coisa boa, mas o que ganha espaço nas mídias e no gosto do povo é essa musica sem mensagem, sem poesia e sem melodia… é lamentável!

Você aprecia música gospel?

Não costumo escutar.

Acredita que a musica gospel é uma manifestação de fé ou mero interesse comercial?

Entendo que a música é um meio de estar mais perto de Deus.

A responsabilidade dos veículos de comunicação é enorme pois é o meio mais rápido de levar a cultura pra dentro das casas, ninguém gosta do que não conhece e somos bombardeados todos os dias com o que interessa a eles, não interessando o conteúdo que invade os lares da família brasileira. Faz sucesso quem convém!  Ora é gospel, ora é funk, sertanejo universitário, o que julgarem comercial.

A que você atribui o fato de a música gaúcha não ser divulgada como deveria no centro do país ?

A música de raiz não tem vez em nosso país, principalmente por falta de politicas públicas. A cultura e a arte têm que ser socializadas, pois um povo que não sabe de onde veio, não sabe pra onde vai.

 

Você acha que a musica gaúcha evoluiu do século passado para cá?

Acho que estamos em um novo desafio… lá na década de 70 (setenta) com o movimento dos Festivais (Califórnia), com os Anguéras (Barranca) e com os 4 Troncos Missioneiros (Noel  Guarani, Cenair Maicá, Jayme Caetano Braum e  Pedro  Ortaça) houve o grande movimento da música de raiz e criou-se muita coisa boa que escutamos, e que são referencia até hoje, porém o movimento enfraqueceu com os anos, perdeu espaço na mídia e no interesse publico. Hoje estamos lutando para este fortalecimento acontecer, se faz arte no Estado, mas o processo de valorização tem que ser maior, principalmente pelo próprio Rio Grande do Sul.

Quais concursos de música já participou?

Festivais Nativistas: Califórnia da Canção Nativa (Uruguaina-RS), Canto de Luz (Ijuí-RS), Tertúlia Nativista (Santa Maria-RS), Seara da Canção (Carazinho-RS), Ronda da Canção Gaúcha (Lages-SC), Manoca do Canto Gaúcho (Santa Cruz do Sul-RS), Urucanto (Uruguaiana-RS), Casilha da Canção Farrapa (Itaqui-RS), Barra em Canto (Barra do Quaraí-RS), Gruta em Canto (Nova Esperança do Sul-RS), Canto Farroupilha (Alegrete), Grito do Nativismo (Jaguari-RS), Gauderiada da Canção Gaúcha (Rosário do Sul-RS), Moenda da Canção (Santo Antônio da Patrulha-RS), Vigília do Canto Gaúcho (Cachoeira do Sul-RS), Baqueria de Los Pinares (Vacaria-RS), Canto dos Ervais (Palmeira das Missões-RS), O Rio Grande Canta o Cooperativismo(RS), Candieiro da Canção (Uruguaiana-RS), Acampamento da Canção Nativa (Campo Bom-RS), Canto nativista da Canção Alegretense(Alegrete-RS), Reponte da Canção (São Lourenço do Sul-RS), Carijo da Canção Gaúcha (Palmeira das Missões-RS), Canto Circulista (São Gabriel-RS), Sentinela da Canção (Caçapava do Sul-RS), Festival da Barranca (São Borja-RS), Festival Alegretense da Canção (Alegrete-RS), Comparsa da Canção (Pinheiro Machado-RS), Moinho da Canção (Panambi-RS), Canto Missioneiro (Santo Angelo-RS)   dentre  outros.

Já conquistou prêmios em concurso musicais ?

Sim, dezenas entre concursos de solista vocal e festivais, mas dentre os prêmios gostaria de destacar a Califórnia da Canção Nativa (Uruguaiana-RS), Gauderiada da Canção Gaúcha (Rosário do Sul-RS), Tertúlia Nativista (Santa Maria-RS), Canto de Luz (Ijuí-RS) e o ENART (Santa Cruz do Sul-RS).

Considera satisfatório o apoio dispensado pelo Ministério da Cultura à arte musical brasileira?

Não. Mas acredito que está em um processo incipiente de valorização da arte e da cultura. Acredito na evolução do Brasil.

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 “Bate bola com Cristiano Fantinel”

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Uma doce recordação?

Minha avó preparando biscoito de nata.

Um momento importante na sua vida?

Um dos mais importantes com certeza foi o dia que conversei com meu antigo chefe e decidi viver meu sonho, a música.

Um sonho realizado?

Formação Superior

Cor preferida?

Branco

Numero da sorte?

13

Prato preferido?

Qualquer um feito pela minha mãe.

Principal hobby?

Compor

Time do coração?

 Grêmio

Maior cantor da música gaúcha de todos os tempos?

Luiz Marenco é o cantor do meu tempo.

Melhor cantora de música gaúcha na atualidade?

 Analise Severo

Personalidade nacional de todas as épocas?

Santos Dumont

Personalidade internacional de todas as épocas?

Charlin Chaplin

Projetos na carreira?

Além de seguir focado nos festivais nativistas e nos show´s, começo a gravar em abril meu próximo trabalho solo e no fim do ano o primeiro DVD, juntamente com o Grupo Missões.

Uma frase marcante:

“ Canta a tua aldeia e serás universal…” (Leon Tolstoi)

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Na sequencia, vídeos com interpretações musicais de Cristiano Fantinel

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 “Pra quando eu cruzar a linha”:

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“XXI Tertúlia Musical Nativista”:

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“Canção do Povo”: 

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“Página Oficial” (Sítio): http://cristianofantinel.com.br/

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2 thoughts on “Cristiano Fantinel, Expressão da Música de Raiz no Coração do Pampa

  1. Pingback: Evaldo Gouveia, O Seresteiro de Todas as Gerações - Gibanet.com

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