Das tardes e das minhas reflexões - Denke auf Denke
Das tardes e das minhas reflexões – Denke auf Denke

Paulo “Coruja” Gouvea

 

Inicio minhas postagens aqui no GibaNet com uma certa dificuldade em saber por qual assunto será mais interessante abordar… Fotografia, política, mass media, tecnologia… culinária (quem sabe?). Enfim, um rol de assuntos e conversas possíveis de serem realizadas e debatidas dentro de um espaço gentilmente cedido pelo Giba.

Porém, ainda nada de interessante me ocorria, até o momento em que num flagrante quase casual, enquanto olhava o final de tarde pela janela do meu pequeno estúdio, me ocorreu de descrever minhas pensatas, reflexões e até assuntos pontuais do cotidiano (que ás vezes é o que mais assusta), partindo dos meus finais de tarde que quase nunca saem planejados, mas sempre ocorrem de acordo com o que estou  pensando, percebendo e refletindo sobre uma determinada questão.

Sendo assim, não pretendo me definir numa linha de raciocínio ou de pensamento, afinal não sou acadêmico e, portanto, não me sinto na necessidade de manter uma formalidade de um “white paper” ou tese, onde forma e contexto tentam justificar um conteúdo ou sua base dialética…

Gosto de ser um tanto aleatório, pois a vida se preza não por ser justa e lógica, mas sim pela sua diversidade imprevisível, tal e qual como pensamos e imaginamos.

Na língua de Goethe (a única possível de filosofar, de acordo com Caetano), corresponde ao  “Denke auf Denke”  que é a terminologia do pensar casual ou  pensar por pensar, por simples prazer da percepção fazendo cócegas em nossas mentes…

Era também o nome de um antigo blog que tive (quando não havia Facebook, nem Myspace, muito menos o Orkut) que discorria basicamente sobre tecnologia e um punhado de achismos pretensiosos. Não repare, sempre fui meio besta, mas melhorei um bocado…

Feitas as devidas apresentações, convincentes a você ou não, parto pra uma coisa que vem me ocupando já algum tempo: as relações sociais remotas.

Como assim?

Simples! Nos anos 1920, o rádio começava a se popularizar em paralelo a fotografia e este com a modernização da imprensa e com o cinema ainda emergente…

Foi nesta época que nasceu verdadeiramente a indústria de comunicação de massa, onde pessoas protagonistas do rádio, jornais (com suas fotos estampadas) e o cinema, que apesar de mudo, já era mais que visível…

Então com o passar do tempo, passamos paulatinamente a amar e gostar de pessoas nas quais nunca vimos e, em alguns casos, sequer ouvimos… só de ouvir falar.

No decorrer do século 20, esses meios foram se popularizando e se diversificando criando uma malha no melhor estilo “aldeia global” de McLuhan. Simultaneamente ao avanço do mass media, a cultura popular foi angariando novos heróis, que agora não se limitava apenas ao político local ou ainda o pracinha que foi pra uma das duas grandes guerras.

Os heróis agora se chamavam Clark Gable, Giger Rogers, Fred Astaire… e não apenas conhecidos e idolatrados na terra do Tio Sam, mas em todo o mundo… do Uchuaia ao Yukon!

Formada a aldeia global? Sim, mas não totalmente. Uma rede entre computadores de grande porte do Pentágono chamada ARPANET, passaria a agregar outras redes, inclusive das universidades americanas criando uma rede descentralizada e aprova de falhas…

E o que isso tem haver com os mitos hollywoodianos? Tudo, ora pois!

Agora, as estrelas do cinema (rádio, tv, streaming, Instagram, etc) somos nós mesmos… com o acesso abundante de informação e conectividade e o barateamento ao acesso, passamos de consumidores a fornecedores de conteúdo de nós mesmos para outros na mesma situação dialética de auto-consumo humano, dentro de um açougue chipado.

Até lá!

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