Conforme publicado no blog , em 13 de setembro de 2010, Dilma já havia deixado claro que, se preciso fosse, lançaria sua fiel escudeira Erenice às feras. As palavras de Dilma foram as seguintes: “não vou aceitar que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora minha”.
No sábado (18), o Jornal Nacional mostrou uma Dilma mais enfática ainda. A candidata à Presidência da República afirmou que jamais abrigou práticas ilegais nas suas proximidades, e ressaltou: “Todas as denúncias têm que ser rigorosamente apuradas e investigadas. Acredito que as pessoas culpadas tenham de ser drasticamente punidas”.
Na realidade, desde o início de 2003, Erenice era o braço-direito de Dilma. Naquela época, Dilma era a Ministra de Minas e Energia, e Erenice ocupava a assessoria jurídica do ministério. O papel desempenhado por Erenice era tão relevante que, ao assumir a Casa Civil da Presidência da República em junho de 2005, Dilma fez de Erenice a Secretária-Executiva da Casa Civil. E, ao se desincompatibilizar para fazer campanha, em março de 2010, Dilma escalou Erenice para ser sua sucessora como Ministra-Chefe da Casa Civil.
Logicamente, o fato de Dilma tentar minimizar a importância de Erenice – classificando-a como uma simples “ex-assessora” – é uma grosseira dissimulação que só aumenta as suspeitas sobre a estreita ligação entre a criatura e sua criadora.
Nestas alturas dos acontecimentos, torna-se imprescindível investigar a ligação da “família Erenice” com outro ato de evidente tráfico de influência cometido no território suspeito “Casa Civil + Ministério de Minas e Energia + Petrobras”: a constituição da Gemini – sociedade por meio da qual a Petrobras entregou a uma empresa pertencente a um grupo privado norte-americano o cartório da produção e comercialização de gás natural liquefeito no país.
Como se sabe, de janeiro de 2003 a junho de 2005, Dilma Rousseff acumulou as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, cargo que só veio a deixar em março de 2010.
Desde o início de 2004, época em que começaram a surgir as notícias da constituição da Gemini (que só foi autorizada pelo CADE em 2006), começaram as denúncias contra a espúria sociedade. Notar que toda a arquitetura da sociedade foi maquinada encontrando-se Dilma acumulando as duas funções acima mencionadas e Erenice na jurídica do Ministério de Minas e Energia.
Um fato permite inferir que o tráfico de influência para viabilizar a Gemini foi pesado: nem mesmo a gravíssima denúncia protocolada em 28 de outubro de 2004 para o então Presidente da Petrobras José Eduardo Dutra (hoje presidente do PT) foi respondida.
Outro fato que demonstra ser forte a blindagem da Gemini: As denúncias de corrupção (com direito a mala de dinheiro contendo o nome da sócia da Gemini) contidas na série de matérias “Geminigate” e “Dossiê Gemini” não mereceram nenhuma manifestação de Dilma, acusada de ser avalista da Gemini.
Esse fato assume proporções preocupantes ao se considerar duas afirmativas de Dilma: primeira, “jamais abrigou práticas ilegais nas suas proximidades”; segunda, “Todas as denúncias têm que ser rigorosamente apuradas e investigadas. Acredito que as pessoas culpadas tenham de ser drasticamente punidas”.
Será que as afirmativas de Dilma se limitam às falcatruas patrocinadas pela pobre da Erenice? Será que a “família Erenice” traficou influência para viabilizar a Gemini?
Por oportuno, cabe informar que a sócia da Petrobras na Gemini acabou de levar a maior multa já aplicada a uma empresa no país: R$ 2,2 bi, por formação de cartel para fraudar licitações e superfaturar contra nossos miseráveis hospitais públicos.
Para maiores detalhes, leia a carta dirigida à então Presidente do Conselho de Administração da Petrobras Dilma Rousseff em 30 de janeiro de 2007; tal carta foi protocolada na sede da Petrobras em 15 de fevereiro de 2007, e, apesar da gravidade das denúncias nela contidas, tais denúncias nunca foram “rigorosamente apuradas e investigadas”, como Dilma está querendo fazer com a “família Erenice”.
João Vinhosa é ex-conselheiro do extinto Conselho Nacional do Petróleo. joaovinhosa@hotmail.com
Meu caro amigo Giba, boa noite!!!
Neste país a corrupção virou moda… se descobre, mas nada se apura… ninguém é punido… a justiça é muito lenta e os casos acabam sendo esquecidos com os novos fatos… tudo termina naquela bela massa italiana… Já estamos com essas fama mundialmente…
Parabéns pela excelente postagem!!!
Grande abraço e muita paz!!!