(*) Nelson Valente
Um nazista foi enfático ao se deparar com a palavra cultura: – “Quando a ouço, tenho vontade de puxar o revólver e sair atirando”.Tornou-se clássico o desprezo totalitário pelo conceito de cultura e os seus naturais desdobramentos.
Hoje, cultura merece o respeito das nações pós-industrializadas. É pensada, como ocorre nos Estados Unidos, até como próspero negócio, onde circulam bilhões de dólares. Como seria natural, no mundo cultural também se busca o aumento da eficiência, o banimento do amadorismo, enfim a qualidade total. Para que isso ocorra, são necessários dois pré-requisitos essenciais: a sensibilização humana e a capacitação técnica.
Os especialistas em marketing cultural proclamam que os empresários da área têm essas duas qualificações, o que infelizmente nem sempre é verdadeiro. Há filmes abaixo da crítica e peças teatrais que jamais deveriam ter sido montadas. Essas obras “geniais” muitas vezes contam com expressivos recursos de patrocínio oficial, que costuma premiar os filhotes costumeiros. O curioso é que se reclama do montante de recursos disponíveis para o financiamento de tais produções.
Como não existe uma política cultural digna do nome, a premiação é feita por critérios estritamente pessoais, muitas vezes aquinhoando elementos conhecidos das “panelas” que se estabeleceram para disputar esse tipo de paternalismo.
O presidente da República não tem planos concretos para a área cultural, como não poderia deixar de ser, tendo ele a biografia de um permanente comprometimento no campo das ideias: cultura zero. Com Ministério ou Secretaria será possível criar fatos novos na área, a começar pelo desmantelamento da influência dos produtos culturais de gabinete. Não se deseja paternalismo, nem assistencialismo, nem protecionismo.
A partir daí será possível criar um esquema novo de trabalho, nesse importante setor da vida brasileira.
(*) é professor universitário, jornalista, escritor e amigo inestimável
É meus caros,formar leitores no Brasil é certamente um tremendo desafio. Há o preço dos livros; a falta de bibliotecas; as casas sem iluminação ou ambientes adequados para a leitura; o contato de crianças com adultos – pais, professores e outros – que recomendam a leitura, citam livros e autores “clássicos” mas, na verdade, não são leitores nem se interessam pela literatura e, pior, por não terem experiência, apesar de bem intencionados, costumam descrever a literatura de forma bastante idealizada.
Mas tbém olha só os dado:
de 10% a 20% da população brasileira é analfabeta[2]. Se somarmos os 30%, maiores de 15 anos, considerados “analfabetos funcionais”(pessoas que conseguem ler, mas não inferir ou captar outros significados nas entrelinhas e ambigüidades do texto), gente com menos de quatro anos de estudo , já chegamos a quase metade da população. Segundo o Ibope, em todo caso, 75% dos cidadãos brasileiros acima de 15 anos não têm domínio pleno da leitura e da escrita. Dados do IBGE/2003 confirmam que apenas 25% dos brasileiros entre 15 e 62 anos dominam a leitura.
Com certeza haverá mudanças nesta pesquisa, mas acredito que a discrepância será pequena,
são informações chocantes tanto do ponto de vista de uma ética social quanto de uma vida em sociedade minimamente equilibrada. Por outro lado, demonstram que levar em conta a “cultura popular” ou a “mentalidade popular” pode ser muito importante para a compreensão do contexto brasileiro.
Valeu o post do Nelson, como sempre !
abraços Giba amigo
Rose*
Meu caro amigo Giba, boa noite!!!
Mais um excelente texto, adorei!!!
Pois é meu amigo, a cultura para uns é a essência, para outros nem tanto e para alguns um motivo de tropeço, infelizmente.
Parabéns pela excelente postagem!
Grande abraço e muita luz em seu caminho!!!