Meu velho mestre e amigo, ex-deputado constituinte e jornalista, primeiro gaúcho a narrar uma Copa do Mundo, em 1958, quando ganhamos o primeiro título na Suécia, Jorge Alberto Mendes Ribeiro – infelizmente já falecido – tinha uma frase lapidar que não cansava de repetir: “Existem verdades que precisam ser ditas e alguém deve dizê-las”. No texto a seguir, de Guilherme Fiuza, temos um retrato fiel dessa sentença, trazendo à baila duas figuras marcadas da Suprema Corte, Ricardo Lewandowki e Dias Toffoli, que, com suas cafagestadas politiqueiras no julgamento do processo do mensalão, estão a representar para o Pode Judiciário aquilo que seres nauseabundos como José Sarney e Fernando Collor representam para o Poder Legislativo. Fiuza descreve com muita propriedade o perfil abjeto dessas criatura togadas, feitas ministro do STF por obra e graça do politiquismo imoral, não valendo, portanto, a toga que vestem.
Lino Tavares
(ÉPOCA – edição 747)
Alguns inocentes chegaram a acreditar que Dias Toffoli se declararia impedido de votar no processo do mensalão, por ter sido advogado para o PT durante anos a fio.
Participar do julgamento seria muita cara de pau, dizia-se nos bastidores. Ora, essa é justamente a especialidade da casa.
Como um sujeito que só chegou à corte suprema para obedecer a um partido iria, na hora ”h”, abandonar sua missão fisiológica?
Os empréstimos fictícios e contratos fantasmas pilotados por Marcos Valério, que segundo o processo eram coordenados exatamente da Casa Civil, estavam, portanto, sob as barbas bolivarianas de Dias Toffoli.
O ministro está julgando um processo no qual poderia até ser réu.
O ditador democrata da Venezuela nem precisa disso, mas quem não gostaria de ter em casa juízes de estimação?
A cena dos dois ministros teleguiados conchavando na corte pela causa petista, como super-heróis partidários debaixo de suas capas pretas, não deixa dúvidas: é a dupla Batman e Robin do fisiologismo. Santa desfaçatez…
Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá, e depois de advogar em campanhas eleitorais do partido alçou voo à Advocacia-Geral da União – porque lealdade não tem preço e o Estado são eles.
É claro que uma carreira brilhante dessas tinha que acabar no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Lewandowski vivia de empregos na máquina municipal de São Bernardo do Campo.
Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas administrativas loteadas politicamente têm o poder de transformar militantes medíocres em grandes personalidades nacionais – como comprova a carreira igualmente impressionante de Dilma Rousseff.
Desembargador obscuro, sem nenhum acórdão digno de citação em processos relevantes, Lewandowski reuniu portanto as credenciais exatas para ocupar uma cadeira na mais alta esfera da Justiça brasileira.
Suas diversas manobras para tumultuar o julgamento do mensalão enchem de orgulho seus padrinhos. A estratégia de fuzilar o cachorro morto Marcos Valério, para depois parecer independente ao inocentar o mensaleiro João Paulo, certamente passará à antologia do Supremo – como um marco da nova Justiça com prótese partidária.
Batman e Robin darão o melhor de si. Olho neles!
Neste blog, trata de grandes temas da atualidade, com informação e muita opinião principalmente sobre política.
10/09/2012 GMFIUZA GERAL