Lino Tavares

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Ludy Rocha, Talento e Versatilidade na Arte de Cantar

       Na série de entrevistas com jovens cantoras que despontam no cenário musical brasileiro , temos como entrevistada nesta edição a intérprete Ludy Rocha, uma das finalistas da temporada do ano passado do  Quadro Mulheres que Brilham, do Programa Raul Gil, levado ar aos sábados no SBT.

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     Ludmila Ferreira Rocha (Ludy Rocha)  nasceu em 22 de novembro de 1980, na cidade de Araxá, Minas Gerais. Motivada pelo fato de pertencer a uma família de músicos instrumentistas, percebeu ainda pequena sua vocação para a música, recebendo o incentivo de sua mãe que a levou a cantar com apenas seis anos de idade. Pouco tempo depois, tonou-se  solista de um coral de crianças, cujo regente percebeu logo seu pendor artístico, observando sua capacidade de cantar de forma afinada e com muita noção de ritmo. Sempre acompanhada e incentivada por seus pais, começou a cantar na noite com apenas 13 anos de idade.  Sua preferência musical inspirou-se basicamente nos discos do pai, que ouvia sempre.  Ludy observa textualmente: “Meu pai tinha um ouvido maravilhoso, uma voz linda e um gosto musical impecável;  devo muito a ele e a tudo que ele me aplicou ! .” “Minha mãe é um anjo em minha vida.  Sempre me incentivou e me impulsionou a dar o meu melhor.  Foi ela quem descobriu o meu talento com a música, quem me ensinou minhas primeiras canções, quem me deu meu primeiro instrumento, meu primeiro microfone, quem me levou a dar meus primeiros passos na arte música!”

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      Ainda na pré adolescência, com 13 anos, Ludy compôs a sua primeira música. Começou cantando clássicos da MPB  e Bossa Nova em bares de Araxá e Região e, pouco tempo depois, passou a atuar como vocalista em bandas de baile, quando se viu na contingência de ter que cantar todos os gêneros musicais, além de revelar desenvoltura no palco, configurada na dança, na postura cênica e na comunicação. Cumprindo sua agenda de shows, Ludy Rocha já viajou  por diversos estados brasileiros , sendo apreciada por seu talento, que encanta milhares de pessoas nos lugares onde se apresenta.  A par de grande cantora, Ludy já  deu aulas de canto e artes e fez trabalhos como backing vocal em estúdios.  Seu foco, na atualidade, acha-se voltado à gravação do tão sonhado CD/DVD ao vivo, tendo como apoio as leis de incentivo à cultura e como patrocinadora uma empresa multinacional. O projeto está em andamento e logo todos poderão conferir um pouco mais acerca  do trabalho dessa cantora e compositora mineira, possuidora de voz inconfundível e de outros predicados artísticos em função dos quais tornou-se uma das intérpretes mais elogiadas pelo júri do programa Raul Gil e também por colegas concorrentes, várias das quais disseram considerá-la a cantora mais completa do Quadro Mulheres que Brilham.

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Ludy Rocha Responde

Que emoção você sentiu quando cantou em público pela primeira vez ? 

R: Era solista de um coral de crianças, tinha uns seis anos. Era muito pequena, mas me lembro como se fosse hoje! Estava ali me divertindo e fazendo o que mais gostava. Desde muito cedo tinha comigo a certeza de que cantar seria o meu caminho, mas era tudo como uma brincadeira; só depois é que foi ficando mais sério e se tornando de fato minha profissão.

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Você se considera uma cantora pop ou romântica ? 

R: Me considero uma cantora versátil e costumo dizer que me sinto bem passeando por quase todos os estilos. Mas meu negócio é cantar. Claro que prefiro músicas que,  como uma roupa, visto com mais facilidade e aderem melhor ao meu “corpo” e estilo. Gosto da boa música, daquela que tem letra, melodia e sentimento, mas nunca me opus a cantar também aquilo que gosto menos, pois tenho facilidade em trazer a canção pra mim e interpretá-la a meu modo. Acho que saber dosar e misturar estilos, ritmos, gostos e experiências fazem de mim um gênero mais pop, digamos assim!

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Qual o gênero musical que você mais gosta de cantar ? 

R: Gosto da música brasileira em sua totalidade e sua mistura de ritmos e as nuances que só ela tem. Mas procuro misturar a ela minhas influências, como o soul, o blues, o jazz e o rock.

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 Entre as músicas que já cantou, qual você considera como sua melhor interpretação ?

R: “Bem que se quis” é uma música que gosto muito de interpretar. E me recordando aqui foi com ela que ganhei meu primeiro festival, aos 15 anos. No programa do Raul Gil também pude interpretá-la e acho que também foi uma de minhas melhores apresentações, devido a um fato inusitado:  perdi meu sapato no meio da apresentação e tive que me ligar no automático, fugir da interpretação que pretendia fazer pra calçar meu sapato novamente, isso tudo sem parar a gravação. Na minha cabeça, não poderia parar a gravação por causa de um simples sapato fora do pé, ou eu tiraria o outro, o que não passou pela minha cabeça,  ou eu o calçaria novamente, que foi o que eu fiz. Isso tudo enquanto a música rolava, sem deixar a “peteca cair”, sem desafinar… não foi fácil! O fiz, pois imaginei que isso poderia acontecer comigo em qualquer outro palco da vida e eu queria ser avaliada como sou, até mesmo como me portaria em um caso como esse. Enquanto isso, muitas outras paravam a gravação por acharem que estavam desafinando, porque a roupa saiu do lugar, porque o cabelo estava bagunçado ou porque se esqueciam da letra. Comigo não, era no 1, 2, 3, gravando! Na vida é assim, não é?! Eu quis ser o mais real possível! Analisando aqui, acho que BEM QUE SE QUIS foi minha melhor interpretação, pela intensidade, pelo contratempo que tive e por ter me dedicado e feito o meu máximo pra conseguir o resultado que consegui. Tanto que depois que consegui calçar o ‘famigerado’ sapato, me soltei e desenhei minha interpretação com alívio, inclusive fazendo piada no final de tudo.

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Você se sente mais segura cantando em Português ou encara com naturalidade cantar em qualquer idioma ?

R: Insegurança significa medo, coisa que não tenho. Acho que só mesmo a estrada e já ter passado por situações adversas pra perder o medo de se arriscar. Procuro sempre, independente da língua em que estiver cantando, fazer o meu melhor e me mostrar o mais profissional possível. Claro que o português é minha cama, é onde eu deito e rolo, mas cantar em outras línguas nunca foi de fato uma dificuldade pra mim. Se não é do meu conhecimento, requer dedicação, o que procuro ter sempre. Suponhamos que um dia eu precise cantar em japonês, que é uma língua que nunca estudei e sei pouquíssimas palavras; eu procuro imaginar que alguém do país vai estar na plateia me vendo cantar (nunca se sabe!), portanto quero que ele entenda o que canto. Sendo assim, escuto e estudo a música incessantemente, dando ênfase na dicção de cada palavra e até mesmo a respiração dada pelo intérprete, pra apresentar algo no mínimo digno, mas sempre buscando deixar minha identidade na canção. Quando não se conhece, o segredo é estudar! Mas cantar em inglês, espanhol, italiano e francês já acho mais fácil.

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Que nota, de zero a dez, você daria para o nível da música brasileira de hoje ?

R: Na verdade essa pergunta é um tanto quanto pertinente e complexa. Estou farta, assim como muitos,  de ouvir o mais do mesmo sempre. O mercado fonográfico é hoje no Brasil uma verdadeira vergonha. Visam os interesses deles e da grande massa. Certo isso? Deve ser. Mas e pra nossa música? E pro desenvolvimento intelectual que se emprega junto à música? Isso já não existe mais. Aliás, existe, mas não ganha espaço algum. Como disse em uma de minhas respostas acima, a música pra mim tem que ter melodia, letra e sentimento. Tudo tem que soar harmônico! O que se vê hoje no mercado assim? Algo que tenha o merecido espaço? Acho que não! Hoje, como disse, é só o “mais do mesmo”! Portanto, pra massificação da música, pra esse negócio que mais parece uma indústria de tijolos, todos iguais e da mesma cor, minha nota é ZERO. Eles esquecem que podem até fazer os tijolos, mas que uma “casa” precisa de muito mais que isso pra ser feita. Uma hora a casa cai e quem sabe assim teremos espaço!

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Você acha que a forma de seleção nos programas de calouros obedece a critérios totalmente justos ?

R: Justos aos interesses deles.

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Na sua opinião, os festivais de música fazem falta para abrir mais espaço aos novos cantores e compositores? 

R: Não acho que hoje em diz funcionaria como funcionou lindamente um dia. Infelizmente o gosto popular foi tragado pelas narinas dos que acham interessante colocar só a mesma fumaça no ar. Se fossem feitos festivais como os de antes, quais seriam os interesses de hoje? É, acho que não funcionaria mesmo!

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Você acredita que é possível aos cantores novos de hoje chegarem ao ápice da fama sem pagar jabá nos grandes programas de rádio e televisão?

R: Milagres acontecem!

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Além da música, você possui outras vocações?

R: Me dou bem com tudo que é relacionado a artes. Gosto do que é minimalista e de tudo aquilo que provoca o sentimento das pessoas. Amo pintar, escrever, compor, encenar, cozinhar, trabalhos manuais, amo bichos, amo gente.

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Considera satisfatório o apoio dispensado pelo Ministério da Cultura à arte musical brasileira?

R: Qualquer apoio é bem vindo e sempre satisfatório pra quem tem como única solução o incentivo em determinadas leis. Se existem, use-as! É um caminho, um meio pra se fazer chegar o apoio a quem de fato precisa. Para que o sonho de tanta gente que morre sem ter a oportunidade de ser ouvida ou ser acolhida pelo mercado se realize.

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Você acredita que possa haver mudanças para melhor, a partir dos protestos de rua que estão acontecendo no Brasil ?

R: O povo tem que lutar sempre pelos seus direitos e ideais! Esse negócio de ficar caladinho, quieto enquanto literalmente te “estupram “ não está certo. Saiam mesmo, façam barulho, mostrem sua indignação, mas sem perder a razão! Vandalismo e estupidez não levam ninguém a nada. Embora eu ache, há  em todas as revoluções; que  coisas do tipo aconteçam. Mas o importante é mantermos a calma, o foco e a fé!

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“Bate Bola” com Ludy Rocha

Uma grata recordação?

Ainda poder me lembrar do sorriso e da voz daqueles que perdi.

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O momento mais importante de sua vida ?

Profissionalmente, foi ter participado do Quadro Mulheres que Brilham do Programa Raul Gil do SBT.

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Um sonho?

Minha música e minha voz sendo ouvida e reconhecida por muitos e viver de música de forma plena, ao ponto de poder ajudar minha família e quem precisa.

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Uma decepção?

A realidade, a falta de incentivo, a falta de cultura.

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Uma superstição?

Não passar embaixo de escada, cores pra casa pra harmonizar o ambiente, pra roupas em determinadas ocasiões, filtro dos sonhos em cima da cama.  E uma bem mineira agora:  quando passo embaixo ou perto de uma árvore chamada “aroeira”, peço a bênção a ela, pra não sair toda empolada.

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Cor preferida?

Preta

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Prato preferido?

O cheio…hahahaha! Tô brincando! Sou fã de culinária e amo cozinhar assim como apreciar cada sabor. Adoro a cozinha italiana e portuguesa,  que são minhas por descendência, mas pra mim nada se compara à culinária brasileira, principalmente a mineira. Frango com açafrão e quiabo, angu de milho verde e taioba acompanhados de arroz branco é um dos meus pratos favoritos. Creme de cabotiá com carne seca pras noites mais frias também é uma boa pedida.

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Esporte que aprecia?

Patinação artística no gelo é o meu favorito. Acho que é porque envolve dança e música. Acho maravilhoso quando conseguem executar um salto completo e a forma como interpretam com as acrobacias as músicas que escolhem. Simplesmente maravilhoso e de uma sutileza sem igual.

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Esporte que pratica? 

Fui muito boa com esportes na minha adolescência. Praticava muitos e me dava bem na maioria deles. Vôlei, handebol, futebol, peteca, natação. Mas hoje em dia, pratico muito pouco ou quase nada. Nado às vezes e vou à academia. Mas sinto falta daquele lance de competição!

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Número de sorte? 

Espero que todos pois não me ligo a nenhum número em especial.

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Principal Hobby? 

Cozinhar, escrever, jogar baralho, cinema.

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Time para o qual torce? 

Não tenho um time do coração. Eu sou Brasil. Torço pelos brasileiros!

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Cantor e cantora de todos os tempos:

  Nacional? Tim Maia e Leny Eversong

 Internacional? Michael Jackson e Etta James

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Personalidade de todas as épocas:

 Nacional? Chico Xavier

 internacional? Gandhi

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Projetos na carreira?

Um DVD e CD ao vivo e sair em turnê pelo Brasil.

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Considerações finais:

Agradeço a Deus pelo dom que me deu, pois é através dele que conheço pessoas, lugares, amores e conecto minha alma a das pessoas. Espero poder ainda fazer isso pelo resto da minha vida, pois é o que me move, o que me motiva. E também espero poder contar com o carinho que venho recebendo de todos aqueles que enxergam em mim minha verdade, minha paixão e minha vocação! Música é minha vida e é com todo amor que vivo por ela! Obrigada a você,  Lino Tavares,  pelo carinho, pela paciência e pelo espaço dispensado não só a mim como a tantos outros. Meu abraço carinhoso a todos os que passaram seus olhos por aqui, a cada fã, a cada amigo, a cada incentivo! Muito obrigada!  Ludy Rocha.

No encerramento da entrevista, vídeo da cantora Ludy Rocha, interpretando a canção “Bem que se quis”, considerada por ela como sua melhor interpretação.

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luxy-rocha-5OI, GENTE ! Obrigado por prestigiar minha Entrevista. Dedico essa música a você que leu essa matéria.

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