Na seção personalidades a nossa entrevistada de hoje é a professora mineira de Guaxupé, Zilda Carloni
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Zilda Carloni é formada em letras e é professora universitária de Língua Portuguesa, ensina nosso idioma para estrangeiros, faz traduções simultâneas e traduções literárias nos idiomas Inglês e Espanhol, além de dar aulas de piano.
Vamos conhecer mais sobre a Professora Zilda Carloni e seu trabalho
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Quando surgiu o interesse em estudar letras?
R. Surgiu-me desde cedo, ao descobrir-me atraída por livros e com inclinação ao estudo do Português e à literatura. Aos 8 anos de idade, comecei a estudar Inglês e adorei o idioma. Aos 15, apaixonei-me pela Língua Portuguesa e tomei a decisão de ingressar-me em Letras.
Sua intenção no inicio era ministrar aulas?
R. Sim, acho que nasci professora. O desejo de transmitir o conhecimento, de contribuir com o ensino e de formar o caráter dos jovens foi automática decorrência.
Enfrenta dificuldades junto aos alunos por chegarem ao ensino superior com deficiência de aprendizagem?
R. Na verdade, qualquer professor despende mais energia em face de alunos com deficiência de aprendizado, pois o seu rendimento acaba por se revelar abaixo das expectativas. Quando lecionava, procurava entender as dificuldades que os bons alunos enfrentam na deficiência do Ensino Médio e mantinha planos de aula à altura do conhecimento da maioria dos alunos.
Quais são as principais dificuldades encontradas em sua experiência profissional como professora?
R. Para além dos referidos problemas, há o problema comportamental, disciplinar, que perturba o bom andamento das aulas, mas a minha maior dificuldade enquanto professora do Ensino Médio, foi na motivação dos alunos ao prazer da leitura. Em todas as minhas aulas, reservava 15 min para ensinar “ como aprender a gostar de ler” e o retorno sempre foi excelente.
O Brasil ainda não é um País de leitores, como corrigir esta deficiência?
R. Uma das soluções básicas seria fazer a criança desenvolver precocemente o gosto pela leitura, com alta probabilidade de, nas fases subsequentes do crescimento, o indivíduo tornar-se amante dos livros. Uma solução estrutural seria o estabelecimento de política de incentivo à leitura, mediante a distribuição gratuita de livros dos grandes autores e também o barateamento dos livros postos à venda nas livrarias. Dessa forma, os livros poderiam competir as imagens mais acessíveis nos meios internéticos e na televisão.
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Há um grupo que defende a unificação da base educacional e outro grupo que defende a regionalização. Qual sua visão a respeito?
R. Penso que a saída seria aproveitar o melhor de cada uma dessas visões, trabalhando a uniformização de conteúdos na base educacional, perseguindo sempre um nivelamento superior em termos conhecimento geral, sem se descurar das especificidades regionais. Um exemplo que me ocorre agora é 2 de Julho, data histórica baiana, praticamente desconhecida no resto do Brasil. Trata-se de um conhecimento regional, porém relevante em termos nacionais, pois em 1 de julho de 1823, após a declaração da independência do Brasil, as tropas lusitanas ainda estavam em território baiano. Foram forçadas a sair no dia seguinte, 2 de julho de 1823.
Qual episódio da sua carreira causou-lhe mais emoção e por quê?
R. Habituada a paraninfar turmas de formandos, comovi-me numa solenidade de formatura da colação de grau de uma turma do curso de Letras. Em tais alturas, é previsível que os oradores enalteçam as boas qualidades da pessoa eleita paraninfa. Com efeito, ao assomar o púlpito, a representante da turma, uma aluna muito aplicada, passou a tributar-me honras e reconhecimento. Eu estava certa que encontrava-me razoável e emocionalmente preparada para os receber, por ser este um procedimento de praxe, mas não o estava!
No máximo, nutria a expectativa de ser declarada a “Professora Feliz”, ou talvez a “Professora do Ano”. No entanto, a oradora da turma foi além, bem mais além. A plenos pulmões, declarou que homenageava a “Professora da Vida”!
Para fundamentar o louvor, a representante da turma esclareceu que nos primórdios do curso provocou-me a dar pistas do que seria a felicidade e citou ali a minha resposta. Eu teria dito que a felicidade não estaria no estabelecimento de uma posição social, nem mesmo na criação de filhos e muito menos na aquisição de bens ou fortunas, mas na ampla compreensão de outra alma humana. Se entendêssemos o ser humano, nada mais precisaríamos na vida.
Confesso que a emoção foi tão grande, que deixou-me sem voz e uma súbita alegria invadiu o meu ser. Percebi que a estudiosa aluna aprendeu o “verdadeiro sentido da vida”, qual seja “a ampla compreensão de outra alma”, para mim, a mais difícil, porém a mais bela de todas as tarefas.
Vê-se, portanto, que a lição romana alcançou a jovem oradora, pois absorveu importante ensinamento, cuja repercussão positiva se irradiaria ao longo de toda a sua existência. Por outras palavras, nós “não aprendemos para a escola, mas para a vida.”
Há um grande número de pessoas que são consideradas “analfabetos funcionais” e deste grupo, muitos tem dificuldade em interpretar textos simples. O que é preciso fazer para vencer esta deficiência?
R. A limitação vocabular, parente direto da falta de leitura, incapacita os indivíduos à compreensão de textos simples, já que lhes faltar o conhecimento dos significados das palavras trabalhadas isolada ou contextualmente. A deficiência surge cedo no curso fundamental e, num crescendo, transfere-se para os cursos de graduação universitária. Penso que a saída seria dar ênfase ao estudo do idioma pátrio, em todos os seus aspectos, induzindo o estudante à leitura e à interpretação dos textos. Com respeito às operações matemáticas simples, mentalmente solucionáveis, os analfabetos funcionais guiam-se preguiçosamente pela Lei do Mínimo Esforço, e assim se valem de calculadoras matemáticas disponíveis até em aparelhos telefônicos. Essa reiteração os leva à inabilidade para resolver cálculos simples, característica dos analfabetos funcionais. A solução para esses desvios seria valorizar uma metodologia de ensino que privilegiasse o conhecimento básico, no caso da língua portuguesa, e a interpretação de texto, levando o estudante desenvolver discursos e argumentos articulados.
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Qual seu principal projeto?
R. Meu principal projeto é a “Estância Projetos Editoriais”.
Como surgiu a Estância?
No meu cotidiano, em conversas informais com indivíduos de todas as idades e comunidades de diferentes classes socioculturais, sempre abordo temas inusitados. Quando se trata de publicação de livros de qualquer natureza, seja biográfico, de ficção, romance, poesia, contos ou crônicas, artigos literários, curiosidades e entrevistas para revistas, percebo um desejo em comum que, na maioria das vezes, não é expresso por falta de informação.
Quem deseja fazer uma publicação por motivo particular (realização pessoal, presentear família e amigos, comemoração de uma data, partilhar conhecimento), tem muita dificuldade em conseguir espaço nas editoras convencionais, principalmente, por não conhecer essa área de atividade comercial e, por isso, não sabe como proceder e nem por onde começar para a realização do projeto. E assim, um sonho é guardado por anos nas memórias e intenções de um número bastante significativo de pessoas.
A Estância surgiu como alternativa a essa gama da população e atua como ponte de fácil transição, entre o que está no pensamento do desejo e o produto finalizado.
O seu principal objetivo é aumentar o autoconhecimento dos indivíduos e/ou de suas empresas, bem como facilitar o mecanismo de divulgação e agilização em processos inovadores, por meio de registros em qualquer meio de comunicação impressa, virtual ou auditiva.
Como funciona a Estância?
A Estância trabalha como grupo de profissionais autônomos, que realizam todas as atividades inerentes aos produtos LIVRO, REVISTA e CATÁLOGO, em formato impresso ou digital, bem como AUDIOLIVRO, MÚSICA e VÍDEO com um diferencial muito interessante: apenas os especialistas de áreas específicas são mobilizados para o atendimento de cada demanda. Com essa estrutura flexível, o processo tem um custo significativamente menor.
Quem a Estância atende?
Os que queiram contar as suas histórias e o seu passado, os que têm imaginação para a ficção, quem escreve poesias, poemas e todos os que possuem conhecimento técnico ou científico e o queiram compartilhar. Enfim, basta ter um conteúdo e o desejo de distribuí-lo.
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E o que a Estância oferece?
Levantamento de dados históricos ou científicos, tradução e versão, técnicas ou literárias, ilustrações e capas para livros infantis e conteúdo para adultos e transcrição de áudios.
Na verdade, nem escrever é preciso. Quem tem boca vai à Estância! Nós transcrevemos o que o indivíduo diz.
Como ilustração, cito o caso de um senhor que queria perpetuar a história de sua vida, na festa de aniversário dos seus 80 anos. Disse que não sabia escrever direito, que escreveu ao seu modo e precisaria de ajuda na melhoria do texto. Publicamos a sua história, que sensibilizou toda a família e convidados. Temos guardado tanto o original que recebemos dele como, é claro, o que foi publicado. Foi muito gratificante esse trabalho e todo o processo até à finalização.
A Estância também trabalha com a intermediação dos serviços de fornecedores, tais como gráficas e produtoras de áudio/vídeo.
A experiência ajuda: temos profissionais altamente capacitados no entendimento de linguagens técnicas, sabemos diferenciar a viabilidade de uma informação e fazemos pesquisas ininterruptas sobre fake news. A ideia principal é que o produto chegue prontinho para quem busca um trabalho de boa qualidade e com absoluta confiança.
E quem a Estância já atendeu que seria relevante mencionar?
Importante citar, primeiro, que a Estância é antes de qualquer denominação, uma iniciativa do escritor Chico Lopes (ganhador de um prêmio Jabuti, autor de mais de uma dezena de livros e tradutor de outros tantos) com o designer gráfico Zé Elias, profissional experiente em arte e produção gráfica, desde os primórdios da Internet. Felizmente, também faço parte desse magnífico projeto e presto meus serviços em revisões, traduções e versões dos trabalhos nos idiomas Inglês e Português, além de artigos literários e acadêmicos.
O público atendido pela Estância é bastante diversificado: catedráticos, doutorandos, mestres, professores, universidades federais, estaduais e particulares efetivam com a Estância os trabalhos de edição, revisão e formatação de publicações nacionais e internacionais.
A cliente mais famosa da Estância é a atriz Maria Zilda Bethlem, que participou de dezenas de novelas na Rede Globo. Ela gostou tanto do trabalho, que até hoje chama o Zé Elias para uma prosa descompromissada!
Nossa participação também está presente na revisão e versão espanhola do livro “A Manicure e Outros Casos de Amor e Traição”, uma das inúmeras obras do poeta, cordelista, compositor e escritor de livros infantis Marcos Mairton da Silva, autor de “Uma aventura na Amazônia” (adotado como leitura complementar em várias escolas de Fortaleza-CE) e de “Um sapo dentro de um saco” (obra que fez parte do projeto Fábrica de Leitores em parceria com o Ministério da Cultura e Secretaria de Educação do Estado do Ceará, distribuída para 2.546 educadores).
Também temos a Nanete Neves, primeira jornalista a conseguir uma entrevista com o poeta Carlos Drummond de Andrade. A segunda edição do livro em que conta essa história, em formato e-book, foi feita pela Estância.
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*Ping-pong com Zilda Carloni*
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Um hobby
Manter diálogos com comunidades carentes, fazer leitura e viagens, ouvir música e apreciar o mar.
Um Esporte
Frescobol é um jogo admirável, nenhum dos jogadores perdem. Ou os dois ganham ou ninguém ganha e não há alegria quando o outro erra.
Uma Música Nacional
João e Maria
Uma Música internacional
Have You Ever Really Loved A Woman?
Um Livro
Os Lusíadas
Um autor
Luiz Vaz de Camões
Um Filme
Muito Além do Jardim
Personalidade Nacional Feminina
Anita Malfatti
Personalidade Internacional Feminina
Tamara Cheremnova
Personalidade Nacional Masculina
Marcelo Gleiser
Personalidade Internacional Masculina
Stephen Hawking
Uma boa lembrança
O incentivo diário da minha saudosa mãe para que eu adquirisse muito conhecimento em todas as áreas, principalmente a música, sua paixão. Ela não se cansava de dizer-me que o saber não ocupa lugar.
Zilda Carloni por Zilda Carloni
Sedenta de conhecimento.
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Conclusão
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Zilda Carloni, suas considerações finais e uma mensagem para nossos leitores.
O conhecimento é o melhor investimento da vida. É o único bem que você adquire, vende e continua com ele. A melhor coisa do mundo é ter conhecimento.
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Vídeo
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