Passei os primeiro dias de dezembro na cidade de Bagé, fronteira sul gaúcha, hospedado no Hotel de Trânsito do Exército. No dia em que cheguei – domingo -, acomodei as bagagens, tomei aquele banho restaurador e fui para a sala de estar olhar o futebol na TV, com o laptop no colo, dando aquela espiadinha básica na Internet.
Em dado momento, vejo de revesgueio uma foto conhecida ilustrando a capa de uma revista, na mesinha de centro. Aquilo me chamou a atenção, porque a foto era do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, filho ilustre de Bagé, que foi o terceiro dos generais que governaram o país durante o Regime de exceção, que a mídia mal intencionada e os mal informados chamam de “Ditadura Militar”.
Comecei então a folhear a revista, em cujas páginas figura com todas as letras a senda terrorista, com suas organizações clandestinas e o rosário de crimes praticados, percorrida pelos traidores pátrios da época, que lutavam pela implantação de um regime totalitário de extrema esquerda no Brasil, atrelado aos ditames de Moscou. No mesmo exemplar, encontrei também farta publicação relativa ao elenco de grandes realizações dos presidentes militares, que tornaram o Brasil uma potência emergente, chegando a ocupar a posição de oitava economia do Planeta.
O que mais me impressionou é que a referida publicação, contendo nomes de delinquentes doutrinários de ontem, hoje ocupando postos de alta relevância no poder, não estava ali por acaso, mas porque certamente ela expressa em suas páginas a grande verdade dos chamados “anos de chumbo”, aquela que a mídia orquestrada sonega e deturpa aos olhos da opinião pública, com a qual as nossas Forças Armada – embora silentes por um imperativo de disciplina – comungam, mesmo estando subordinadas a um governo composto de indivíduos “ficha suja”, que nunca honraram, não honram e jamais honrarão os postos de poder que conquistaram com a barganha de empresários desonestos e a compra de votos com esmolas sociais, nas camadas miseráveis da população.
Viver essa experiência no interior de um hotel do Exército representou para mim uma grata surpresa, já que, nessa cantilena de que “está tudo dominado” pelas forças de esquerda que tentam golpear a nossa democracia – sabe-se agora – existe um “porém”, já que as nossas Forças Armadas continuam fiéis aos princípios revolucionários de 1964 e, pelo visto, ainda não foram avisadas de que devem “bater continência” para os traidores pátrios encastelados e render tributo ao ícone da opressão configurado no símbolo da foice e martelo. E se o forem, com certeza, haverão de dizer NÂO !, contrariando os preceitos da hierarquia institucional, mas indo ao encontro dos nossos interesses maiores, que são a manutenção a qualquer preço da liberdade e a soberania que nos legaram os heróis do passado.
Muito boa matéria