José Antonio Karacek

Mais uma vez a consequência previsível aconteceu, fruto da irresponsabilidade do poder público. O Rio de Janeiro sofre os efeitos decorrentes das chuvas, ceifando – como todos os anos, pelos mesmos motivos – vidas e deixando um rastro de destruição e tristeza.

Há dois anos foram 900 mortos, nesta mesma região, pelas mesmas razões. De lá pra cá muita coisa aconteceu: promessas, discursos emocionados, milhões em repasses, outros milhões indo para o ralo da corrupção e nada do pouco que foi feito resolveu o problema.

Nesta época, no Rio de Janeiro, especialmente, é como se fosse uma estação do ano: ‘a estação das enchentes’. Todos os anos é isso: chuvas, deslizamentos, enxurradas, desabrigados, mortos, casas construídas em áreas de risco novamente, declarações dramáticas das autoridades, e anúncio de verbas milionárias, que nunca chega, mas que sempre há promessas depois que novas vidas se foram.

Há dois anos também, o Japão foi atingido por uma tripla tragédia: terremoto, tsunami e acidente nuclear. Poucas semanas depois, já tinham sido recuperadas estradas, casas e pontes, mostrando respeito a sua população e agilidade na recuperação dos estragos.

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Aqui no Brasil, ficamos envergonhados, pois não aprendemos com os erros passados. Para os políticos é vantajoso continuar errando e recebendo repasse federal de prevenção de desastres do que resolver definitivamente o problema, se não há problemas, não há recursos. E se não há recursos, o que é que vão desviar?

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