“Pare o mundo que eu quero descer”. Gente, não dá mais para continuar nessa ‘carruagem gigante’, pintada de verde e amarelo, guiada por cocheiros vindos, possivelmente, de outro planeta bem mais evoluído que o nosso, haja vista a forma como nos tratam, considerando-nos perfeitos idiotas, incapazes de perceber os desmandos governamentais que aí estão e reagir contra tudo o que de ruim acontece hoje nas altas esferas do poder.
Para cada notícia enfocando a ação das quadrilhas incrustadas nas entranhas do poder, veiculam-se na mídia falsas propagandas de governo e pesquisas encomendadas, numa clara tentativa de contrabalançar as mazelas governamentais, usando de forma inconfessável aquela velha artimanha empregada na arte de enganar a opinião pública, configurada no jargão “rouba, mas faz”.
Estou “pedindo para descer” não é por causa desses crimes impunes de lesa-pátria que são noticiado todos os dias. Até porque, já estou acostumado com isso, desde que passaram a ser colocados em prática a partir do primeiro fruto podre colhido nas Eleições Diretas, chamado Governo Collor. O motivo que me leva a usar essa metáfora, contida na música de Sílvio Brito, consubstancia-se no fato de me sentir um ser alienígena no “Planeta Brasil, a ponto de não entender coisas absorvidas com naturalidade pela maioria da população do meu país, que reelege ladrões.
Como essa representada pelas pesquisas que dão cerca de 30% de aprovação popular aos ministérios do governo e, paradoxalmente, 70º de aprovação a Dilma Russeff , como se a má avaliação dos órgãos governamentais pudesse ser dissociada da figura da presidente da República, responsável direta pela nomeação dos ministros incompetentes e/ou corruptos.
Seria possível, diante dos últimos fracassos da seleção brasileira, o técnico Mano Menezes receber 30% de aprovação popular, cabendo a Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que lhe confiou o cargo, fartos 70% de aprovação ? Diante desse paradoxo, duas coisas podem ter acontecido: ou “tá todo mundo louco”, como diz em outra música do Sílvio Brito, ou as pesquisas mentem.
Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.