Nada é mais risível e inócuo do que convocar um suspeito de corrupção, qualquer que seja o cargo ocupado, para depor no Congresso, na vã expectativa de que ele vá até lá para dizer a verdade e nada mais que a verdade, caso as acusações que lhe são imputadas sejam procedentes. É óbvio, é ululante, é elementar que qualquer acusado, mesmo consciente de sua culpa, sempre irá se valer da máxima jurídica “todo mundo é inocente até prova em contrário”, para dizer coisas como “eu estou sendo vítima de calúnia” e, de quebra, tentar desqualificar seus acusadores, classificando-os de mentirosos, bandidos, etc., como se, para testemunhar algum fato, alguém precisasse ser um “ficha limpa”.
Foi assim com José Dirceu e seus parceiros do mensalão, com a ex-ministra chefe da casa Civil Erenice Guerra, com o ex-ministro bi-demitido Antônio Palocci e até com o então presidente Lula que, mesmo não tendo sido convocado para depor no Congresso – com reais possibilidade de sofrer um processo de impeachment – porque faltou seriedade congressual para isso, explicou-se, na mídia, acerca de todos os atos de corrupção que marcaram seus nebulosos mandatos, jurando inocência e até inovando, ao fazer o gênero “coitadinho”, com expressões do tipo “eu não sabia”, eu “fui traído por um bando de aloprados”.
Depois de tudo isso, esperavam o quê? Que o ministro Orlando Silva dissesse na Câmara Federal que realmente é culpado acerca da roubalheira supostamente acontecida no Ministério do Esporte, com a sua participação direta, ora denunciada na mídia ? Esperar por isso seria no mínimo ingenuidade, falta de visão política diante de um quadro conjuntural em que a regra geral é mentir, negar, enganar, corromper, ser corrompido e transferir para o patrimônio pessoal, tanto quanto possível, recursos acumulados pelo erário, através de impostos amorais e injustos.
O mais repugnante (perdoem o termo forte) em tudo isso é ver deputados da “tropa de choque do governo” dizerem cinicamente que sentiram firmeza nas declarações do acusado, que, na concepção deles, denotava no rosto estar falando a verdade. Ora, meus amigos. Se expressões faciais e verbais pudessem funcionar como uma espécie de “máquina da verdade”, na apuração de uma denúncia, os atores envolvidos em crimes, como aquele casal que assassinou covardemente a atriz Daniella Perez, seriam inocentados à luz do primeiro depoimento dado.
Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
Esses escândalos são comuns nos governos do PT. Os envolvidos, que são muitos, tem o descaramento de vir ao Congresso Nacional, com o objetivo de fazerem o indefensável, ou seja sua defesa pessoal, com a quase certeza de que vão convencer os congressitas e a opinião pública de que nada tem a ver com os escândalos. Todo mundo sabe que o Ministro dos Esportes é um “cara de pau” e está envolvido até o pescoço.
O Que ele tem e precisa fazer, é pegar o seu bonezinha, devolver o que roubou e dar o fora!
Do contrário, a Presidente Dilma vai sair com ele como fez no Nelso Jobim. Se o fizer, bem-feito!. É o que se espera.
Delmar A.M. de Souza.
É mais ou menos como citei no artigo “A Vantagem do Ministro” (http://gibanet.com/?p=2857) […[como todos sabem, no Brasil, político que se envolve em escândalos enrola a população uma semana, pede demissão alegando que sua imagem está desgastada após as “falsas” denúncias e continua vivendo sua vida normalmente com o dinheiro do povo até a próxima eleição. Depois se candidata a algum cargo político e se elege como o herói que foi denunciado injustamente.
Lamentavelmente é o que acontece.
Tudo no Brasil termina em pizza.
Quer apostar quanto que eles vão sair da CPI e ir direto para uma pizzaria?