Lino Tavares
Em meio a essa pandemia que tem levado milhares de vidas preciosas no mundo inteiro, o Brasil perdeu um de seus maiores ícones da música romântica com o falecimento, dia 29/05/2020, sexta-feria, em Fortaleza, do consagrado cantor e compositor Evaldo Gouveia de Oliveira, artisticamente conhecido como Evaldo Gouveia. O artista, que nos deixou aos 91 anos, nasceu em Orós, no Cerará, dia 8 de agosto de 1928, onde cresceu revelando desde a infância seu pendor cristalino para a arte musical.
Deixa como legado em torno de 1200 composições, individuais e em parceria, das quais cerca de 700 músicas foram gravadas em disco e DVD. Depois de se tornar conhecido nos meios musicais, contribuindo de forma grandiosa para alavancar o sucesso do apreciado Trio Nagô, Evaldo Gouveia ingressou na carreira solo, conquistando com sua seresta inconfundível o apreço de todas as gerações. Entre intérpretes famosos das canções de sua autoria, figuram nomes como Altemar Dutra, com cuja carreira muito contribuiu, Nelson Gonçalves, Alaíde Costa, Maysa e diversos outros.
De sua mente criativa, fluíram musicais imortais, várias delas compostas em parceria com o capixaba Jair Amorim, tais como “Tango para Teresa”, “Brigas”, “Bloco da Saudade”, “O Trovador”, “Que queres tu de mim ?”, “Alguém me disse”, “O Conde”, entre inúmeras outras. Artista itinerante, marcava presença em todas as regiões do país, com shows inesquecíveis que atraíam multidões e colhiam calorosos aplausos.
Num desses espetáculos, realizado no Sul do Brasil, pude constatar o misto de simplicidade e cordialidade do cantor Evaldo Gouveia, ao entrevistá-lo momentos antes de subir ao palco (foto). No encerramento desse tributo ao artista ímpar que migrou para o plano superior, cumpre agradecer-lhe a ventura de ter nascido, dedicando sua profícua existência à criação e propagação de obras primas que ficarão eternizadas em nosso cancioneiro popular.