(*) Por: Lino Tavares
Pensando bem, até que não dá para se queixar muito do governo Lula. Afinal, ele pode ter falado muita besteira nos seus discursos de improviso, ter sido o administrador mor do maior período republicano de corrupção deste país, ter sido o primeiro despossuido culturalmente a assinar uma reforma ortográfica, e o primeiro “apreciador de birita ” a assinar uma lei seca.
Mas uma coisa, que sua substituta fez, pisando com jeitinho no vernáculo pátiro herdado da boa gente lusitana, Lula não fez: substituir o indefeso “e” final do termo presidente pela letra que respresenta desinência de gênero, correspondente ao sexo a que pertente, o que, se tivesse ocorrido, forçaria a que o chamássemos de presidento.
Outra virtude que Lula possui em relação a representantes do atual governo, diz respeito ao fato de não ter “legislado em causa própria”, visando a aumentar o seu patrimônio pessoal.
Enquanto o ministro-chefe da Casa civil, Antônio Palocci, está sendo acusado de enriquecimento ilícito, Lula jamais se tornou alvo desse tipo de acusação.
Se ajudou alguém a entrar para o seleto grupo dos bem aquinhoados financeiramente, o fez em favor do filho Lulinha.
Mas, nesse caso, nem merece ser criticado.
Afinal, ser um bom pai e ajudar o filho a subir na vida é um direito que todos têm.
Claro que a forma de ajudar varia de pessoa para pessoa, mas não se pode esquecer que, como simpatizante de figuras como Fidel Castro e outros “comandantes em chefe” da doutrina criada por Karl Marx e avacalhada por Josef Stalin, Luiz Inácio tinha todo o direito de “enricar” o guri dele, usando a tese consubstanciada na expressão “os fins justificam os meios”.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.