A Google e a Viacom chegaram a acordo e decidiram tratar de forma diferente as informações que têm de ser cedidas no âmbito do processo judicial que as opõe, nomeadamente no que se refere à partilha de dados pessoais de utilizadores do YouTube.
O entendimento entre as duas partes surge no seguimento dos processos interpostos pela Viacom por alegada violação de direitos de autor na plataforma de partilha de vídeos. O último processo acabou por considerar válidas as acusações da empresa de mídia, que acusava a Google de infringir a lei ao publicar no YouTube 160 mil vídeos com programas da sua rede e de forma não autorizada.
No final do processo o tribunal exigiu que a Google fornecesse à Viacom os registos de todos os vídeos em questão, juntamente com os nomes e endereços IP dos milhões de utilizadores que os viram. O objetivo seria provar que os conteúdos não autorizados são mais populares que os vídeos autorizados e, dessa forma, tentar limitar a ação do YouTube.
A decisão do tribunal foi desde logo contestada pelos grupos de defesa dos utilizadores que consideraram a medida “uma ameaça” à privacidade dos internautas. Referiram ainda que o parecer do juiz ia contra a Lei de Proteção da Privacidade do Vídeo, aprovada em 1988, depois da publicação num jornal do tipo de filmes que o juiz norte-americano Robert Bork costumava alugar.
A lei defende que os hábitos dos utilizadores não devem ser tornados públicos, seja no que se refere ao aluguel de filmes ou à visualização de conteúdos pré-gravados, uma vez que isso acaba por expor a privacidade de cada um.
Pegando neste ponto, ambas as empresas chegaram a acordo e decidiram que os dados serão partilhados sem que as informações pessoais dos utilizadores sejam expostas, nomeadamente as que denunciam a identidade dos milhões de internautas que acessaram aos vídeos da Viacom.